“Houve bairros de Berlim que permaneceram indomavelmente comunistas, mesmo sob Hitler”, diz um personagem de Simone de Beauvoir em Os Mandarins. “Durante a batalha de Berlim os operários de Köpenick e da vermelha Wedding ocuparam as fábricas, hastearam a bandeira vermelha e organizaram comités. Poderia ter sido o começo de uma grande revolução popular; […] os comités estavam prontos a fornecer os quadros do novo regime. […] E em vez disso o que sucedeu? Chegaram os burocratas de Moscou, correram com os comités, liquidaram a base e instalaram um aparelho de Estado, ou melhor, um aparelho de ocupação”. Passa Palavra
Como se todo e qualquer Estado – incluído, a fortiori, o ‘soviético’, por mais fantasiado de proletário e pintado de vermelho – não fosse um aparelho de ocupação…