Sobre a retirada do filme “E o Vento Levou” (produção influenciada pelo Código Hays, que só permitia atores negros em papéis de empregados de brancos e não admitia relacionamentos inter-raciais) do streaming da HBO, nos EUA: eu acho simplesmente ridículo este “cancelamento”. Cinema é para ser visto; se quiserem colocar texto explicativo do contexto, documentário, entrevista com Spike Lee, fiquem à vontade (embora eu entenda que seja absolutamente desnecessário). Pior: é tanto filme nesses moldes, que incomodam (com razão) as cabeças deste século, que a tendência é de se criar um index para o que pode ou não ser mostrado, para o que é ou não “educativo”, para o que é ou não “apropriado”. Isso, em vez de colaborar com o restabelecimento da verdade, acaba por edulcorar a relação com o passado. Tem de ser exibido e discutido, nunca evitado e esquecido. Assistir The Birth of a Nation em uma exibição pública nos EUA hoje deve ser praticamente impossível (acho). O risco é de queimarem o cinema. Se isso é bom ou ruim, o tempo dirá. Cinéfilo

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