Estava fazendo a primeira atividade subversiva do ano: colar cartazes nos muros e postes do bairro à procura de um gatinho desaparecido. Moradores de rua, porteiros, catadores de latinhas, exus e muitos outros que ficam pelas encruzilhadas das madrugadas se solidarizavam, a polícia passava fazendo vista grossa. Até que, da sacada de um edifício, um jovem cabeludo, vestido com a camisa preta de uma banda de rock qualquer, me reprime: “Ei, isso aí é crime”. Confronto-lhe: “Sério? E quem está me dizendo isso?”. Ele lacra: “Eu, um cidadão conhecedor das leis”. Pilintra
KALOKAGATHIA ANEDÓTICA
Sacando a possibilidade de sacar uma vantagem (v.g. mais-valia sexual) de uma gata (in)consolável & quiçá extrafútil, um exu de butique ensaia a presepada solid(/t)ária, sem perceber que está sendo sacado por um pós-punk reciclado em cidadão legalista, que (da sacada) o repreende.
Em suma: flagrante delito de pelintragem fait-diversionista.