Morte e vida da teoria do valor(4)

Por Charles Júnior

 

A crítica ou análise das novas afirmações a partir de um referencial teórico.

A partir do que foi estudado e extraído das obras de Mészáros, o cerne da sua teoria é que o capital não teria uma retomada e sim uma tendência ao declínio ou, nas palavras dele, um “continuum depressivo [,] … um padrão linear de movimento.”

[…] a antiga “anormalidade” das crises – que antes se alternavam com períodos muito mais longos de crescimento ininterrupto e desenvolvimento produtivo – sob as condições atuais pode, em doses diárias menores, se tornar a normalidade do “capitalismo organizado”. De fato, os picos das históricas e bem conhecidas crises periódicas do capital podem ser – em princípio – completamente substituídos por um padrão linear de movimento. Seria, contudo, um grande erro interpretar a ausência de flutuações extremas ou de tempestades de súbita irrupção como evidência de um desenvolvimento saudável e sustentado, em vez da representação de um continuum depressivo, que exibe as características de uma crise cumulativa, endêmica, mais ou menos permanente e crônica, com a perspectiva última de uma crise estrutural cada vez mais profunda e acentuada. [1]

Procuramos minuciosamente os dados que expressem a posição de Mészáros, mas não os encontramos. Nos textos de Eurelino Coelho e de Sérgio Lessa também não encontramos dados da economia, especificamente do desemprego, de empregos, da produção nas indústrias, da agricultura ou da capacidade instalada para embasar tais afirmações.

Assim, nossa tarefa, daqui por diante, é expor se a tese de Marx ainda é válida. Para isso, voltemos nossa lente para a mais pujante economia do globo, onde os trabalhadores produzem mais riqueza relativamente, ou seja, maior quantidade de valor, mais-valia absoluta e mais-valia relativa. Ou seja, o norte econômico global de produção e de consumo: os Estados Unidos da América.

Morte e vida da teoria do valor(4)

Primeiramente, exporemos os dados do censo norte americano, quantidade de indivíduos e de trabalhadores. Em seguida dados do emprego e desemprego. Para fechar, os dados da economia, da produção industrial, capacidade instalada de produção e de outras esferas de produção valor e/ou mais-valia.

Nossa fonte de dados censitários é o United States Census Bureau, da força de trabalho é do United States Bureau of Labor Statistics e os dados econômicos do United States Bureau of Economic Analysis e do Federal Reserve System – FEAD.

Para entender a população compilamos os dados censitários com os da força de trabalho. Vejamos.

População dos EUA

[gráfico 1: Pirâmide etária dos EUA em 1900, 1950 e 2000]

[gráfico 2: Pirâmide etária dos EUA / comparação 2010 e 2019]

[gráfico 3: total da população 1900 a 2000]

[Gráfico 4: série histórica população dos EUA séc. XXI]

[gráfico 5: crescimento anual da população dos EUA ]

Nos gráficos 01 e 02, as pirâmides etárias da população norte americana, no 03 e 04 a série histórica. Nas últimas, observamos a evolução ao longo dos séculos da população estadunidense, seu aumento da expectativa de vida e redução nas natalidades por habitante. No séc. XX, a população aumentou 270%. Já entre 2000 e 2019 os residentes no EUA aumentaram 16,33%. A população maior de 15 anos teve um aumento de 20,6%. Os menores de 15 anos registraram um aumento de 0,52%.

2000 2019 diferença variação  

% do total em 2000 e 2019

Total da população residente  282162411 328239523 46077112 16,33%
Menores do que 15 anos  60254434 60570846 316412 0,52% 21,35% /18,45%
Maiores do que 15 anos  221907977 267668677 45760700 20,6% 78,65% /81,55%

[Tabela 1: população residente e suas variações 2000/2019]

Como demonstrado no gráfico 5 [2], os Estados Unidos atingiram o menor taxa de crescimento de sua história, são cada vez mais um país envelhecido. Já existem mais adultos aptos ao trabalho do que crianças. Em algumas décadas, os mais velhos ultrapassarão o número de crianças. [3] Ou seja, haverá mais trabalhadores na vida adulta.

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Agora, veremos a divisão da força de trabalho norte americana.

A divisão da força de trabalho norte americana

Abaixo reproduzimos os dados da força de trabalho norte americana. Os dados do Bureau of Labor Statistics estão em milhares. O nível de emprego geral está em uma série histórica de 1947 a 2020 e os demais dados de 1983 a 2020 [4]. São eles: Gestão, profissões profissionais e afins; Ocupações de serviço; Vendas e ocupações de escritório; Recursos naturais, construção e ocupações de manutenção; e Ocupações de produção, transporte e movimentação de materiais. Mais abaixo inserimos gráfico compilado por este autor, inserindo dados dos trabalhadores fora da força de trabalho e desempregados.

[gráfico 6: nível geral de emprego]

[gráfico 07]

[gráfico 08]

[gráfico 09]

[gráfico 10]

Abaixo, expomos os gráficos 11 e 12, compilados junto aos dados dos trabalhadores fora da força de trabalho e dos desempregados. A categoria dos produtivos foi uma compilação nossa produzida a partir dos dados acima.

[gráfico 11: série histórica 1983/2020 divisão de trabalhadores por ocupação, desemprego e fora do mercado]

Como no gráfico 11 a relação entre as categorias ficou desproporcional, dificultando a visualização e análise dos dados, abaixo inseri o mesmo, porém excluindo os dados do total de trabalhadores e os fora da força de trabalho. Referente aos trabalhadores fora da força de trabalho inseri um ponto abaixo.

[gráfico 12: série histórica 1983/2020 divisão de trabalhadores por ocupação e desemprego]

Os gráficos foram elaborados a partir dos dados do US Census e do US Bureau of Labor Statistics. As categorias que reproduzimos são os seguintes: Ocupações de produção, transporte e movimentação de materiais; recursos naturais, construção e ocupações de manutenção; Vendas e ocupações de escritório; ocupações de serviço; gestão, profissional e ocupações relacionadas; fora da força de trabalho e nível de emprego; desempregados, [5] [6] . * A categoria total produtivos é a compilação das categorias: ocupações de produção, transporte e movimentação de materiais e recursos naturais, construção e ocupações de manutenção.

Os trabalhadores produtivos são os que produzem valor e mais valia para acumulação de capital, a farra burguesa e, principalmente, para gerar as condições de vida da sociedade em geral.

Compilando os dados, observamos que em 1950 a porcentagem da força de trabalho ocupada em relação a população total era de 39,10%; em 1960 era de 36,69%; em 1970 de 38,72%; em 1980 de 43,84%; em 1990 de 47,77%; em 2000 48,65%; em 2010 44,96% e em 2020 chegamos a 44,85%.

Ano População Força de trabalho % da população na FT ativa
1950 150.700.000 58918000 39,1%
1960 179.300.000 65.778.000 36,69%
1970 203.200.000 78.678.000 38,72%
1980 226.500.000 99.303.000 43,84%
1990 248.700.000 118.793.000 47,77%
2000 281.400.000 136.891.000 48,65%
2010 309.300.000 139.064.000 44,96%

 

Quem são os fora da fora da força de trabalho?

A categoria trabalhador fora da força de trabalho “inclui aposentados, estudantes, cuidadores de crianças ou outros membros da família e outros que não trabalham nem procuram trabalho.” [7] O detalhe é que dentre os fora da força de trabalho, segundo estudo do BLS de 2014 [8] [9] , 44% são aposentados; 18,57% são doentes ou deficientes; 15,43% estão em responsabilidades domésticas; 18,28% estão estudando e 3,4% tem outras razões para não procurarem emprego (gráfico 5).

[gráfico 13]

Agora, vamos aos dados da economia, da produção de riqueza.

Morte e vida da teoria do valor(4)

A produção de riqueza nos EUA

Primeiro um gráfico geral da produção industrial com uma séria histórica longa. [10]

[Gráfico 14 – Industrial production, capacity, and utilization. Fonte:https://www.federalreserve.gov/releases/g17/Current/g17.pdf]

O gráfico 14, produção industrial, capacidade e utilização, é desenvolvido pelo Federal Reserve System [11] . Os índices da produção industrial (IP) medem o real resultado da manufatura, mineração e indústrias de serviço público de eletricidade e gás; o período de referência para o índice é 2017. Manufatura consiste naquelas indústrias inclusas no Sistema Norte Americano de Classificação da Indústria – NAICS. [12] . Os índices de capacidade do Federal Reserve Board tentam capturar o conceito de produção máxima sustentável, o maior nível de produção que uma planta pode manter dentro da estrutura de um cronograma de trabalho realista após considerar o tempo de inatividade normal e assumir disponibilidade suficiente de insumos para operar o capital no local. O próprio conceito geralmente está em conformidade com o de um ponto de entrada total em uma função de produção, com a qualificação de que a capacidade representa um máximo sustentável, em vez de algum máximo insustentável de curto prazo. Em geral, para calcular um índice de capacidade individual, os índices preliminares implícitos de capacidade industrial de fim de ano são calculados dividindo um índice de produção por uma taxa de utilização obtida em uma pesquisa para esse período de fim de ano. Essas relações são expressas, como os índices de produção industrial, como porcentagens da produção em um ano base de comparação, atualmente 2017, e dão o nível geral e a tendência das estimativas de capacidade. [13]

Os índices são elaborados a partir do bea.gov e tem uma composição restrita, como exposto acima, e referente a totalidade do motor da produção de riqueza e exploração dos EUA, ou seja, da produção de valor e mais valia. Entretanto, buscamos dados mais específicos, a fim de dar um corpo melhor a nossa pesquisa, incorporando os dados brutos de produção de outros setores produtores de valor e mais valia não inclusos nos dados do FEAD. Para isto, adentramos o site do BEA e compilamos os gráficos da produção de riqueza nos ramos que nos mostram a produção da economia dos EUA de uma forma mais robusta. As indústrias trabalhadas foram: manufatura [14]; construção; agricultura, silvicultura, pesca e caça; transporte e armazenamento; serviços educacionais, cuidados médicos e assistência social [15] ; indústrias produtoras de tecnologia de informação e comunicação [16] e mineração. Também temos a categoria indústrias produtoras de bens privados que consiste no agregado de agricultura, silvicultura, pesca e caça; mineração; construção; e manufaturas. Todas estão representadas em bilhões de dólares adicionados ao ano, com dados revisados em 24 de junho de 2021.

No gráfico 16 temos a série 1997 a 2020, no gráfico 15 a série 1947 a 1997. Todas em milhões de dólares.

Vejamos:

[gráfico 15: valor adicionado pela indústria 1947 a 1997]

[gráfico 16: valor adicionado pela indústria 1997 a 2020]

Além das fábricas já citadas, elaboramos uma categoria, a junção de indústrias produtoras de bens privados e as indústrias de transportes e armazenamento: PGPtransp & wareh.

As indústrias produtoras de bens privados fabricam de máquinas a móveis, eletrodomésticos, dentre outras coisas, são as fábricas de tudo, sua variação entre 1947 a 1997 foi de quase 1900%, saltando de 98 bilhões para 1,9 trilhão de dólares. Já de 1997 a 2020 a variação foi de 948%, saltando de 1,9 trilhão para 3,535 trilhões de dólares. Enquanto isso, o número de trabalhadores produtivos decaiu proporcionalmente.

variações/fábricas Mineração Construção Manufatura Transporte e armazenamento Serviços educacionais, cuidados médicos e assistência social Indústrias produtoras de bens privados PGP transp+wareh Agricultura Indústrias produtoras de tecnologia de informação
variação entre 1997 a 2020 102,42% 164,31% 64,09% 131,60% 206,04% 83,53% 89,20% 61,88% 199,31%
variação entre 1970 e 2020 1179,58% 1716,86% 824,53% 1383,45% 4374,67% 948,50% 994,81% 545,00%
% entre 1947/97 1547,24% 3713,05% 2080,04% 1718,57% 12761,17% 1864,67% 1846,24% 445,12%
% 1970 a 1997 531,89% 587,30% 463,42% 540,42% 1362,06% 471,30% 298,58%

[Tabela 2: Variações dos totais produzidos nas indústrias da série histórica de 1947 a 2020]

Já que o mote para este ensaio é a crise estrutural e a afirmação de que ela teve início na década de 1970, observemos as variações de 1970 a 2020: Na agricultura aumento de 545,00%; de $27,256 bilhões para $175,8 bilhões Na mineração aumento de 1.179,58%; de $15 bilhões para $192,5 bilhões Na construção aumento de 1.716,86%; de $49,404 bilhões para $897,6 bilhões Na manufatura aumento de 824,53%; de $245,444 bilhões para $2,269 bilhões Na transportes e armazenamento aumento de 1383,45%; de $40,17 bilhões para $595,9 bilhões Nos serviços educacionais, cuidados médicos e assistência social aumento de 4374,67%; de $40,394 bilhões para $1807,5 bilhões Nas indústrias produtoras de bens privados aumento de 948,50%; de $337,148 bilhões para $ 3.535 bilhões Nas indústrias produtoras de bens privados somadas as de transportes e armazenamento aumento de 994,81%; saltando de $377,318 bilhões para $4,130 trilhões Já nas indústrias produtoras de tecnologia de informação só há dados de 1997 a 2019, nestas houve aumento de 199,31%; de $505 bilhões para $ 1511,5 bilhões

Correlacionando os dados

Ano População Força de trabalho FT nas ocupações produtivas [17] % da FT que é produtiva de valor Valor adicionado IPBP (bilhões $) [18]
1950 150.700.000 58.918.000 sem dados sem dados 120,574
1960 179.300.000 65.778.000 sem dados sem dados 190,898
1970 203.200.000 78.678.000 sem dados sem dados 337,148
1983 226.500.000 99.303.000 20.769.000 16,70% 996,477
1990 248.700.000 118.793.000 23.078.000 15,90% 1.465,665
2000 281.400.000 136.891.000 25.070.000 14,63% 2.220,400
2010 309.300.000 139.064.000 21.071.000 11,63% 2.774,300
2019 328.239.523 157.538.000 22.908.000 11,82% 3.723,400
2020 329.484.123 147.795.000 20.947.000 12,32% 3.535,000

[Tabela 3: série histórica dados/população, força de trabalhos, FT produtivos e valor adicionado pela indústria de produção de bens privados]

Sobre a força de trabalho

Observamos que o valor adicionado pelas indústrias produtoras de bens privados cresceu entre 1970 e 2020, tendo aumentado 948,50%, passando de 337,148 bilhões de dólares para impressionantes $3,535 trilhões. Enquanto isso, a força de trabalho americana passou de 39,1% da população em 1950, para 48,65% em 2000 e 44,85% da população em 2020, tendendo a estabilidade. Já os produtores de mais-valia e valor, vulgo proletariado, decresceram de 16,7% para 12,32% da força de trabalho. Ou seja, mais desenvolvimento das forças produtivas gerando mais produtividade pela mesma massa de indivíduos (aumento vertiginoso da composição orgânica do capital).

Morte e vida da teoria do valor(4)

Não me peça que eu lhe faça uma canção como se deve
(uma breve conclusão)

Iniciamos este ensaio expondo algumas teses sobre uma crise permanente que estaria a derrocar o capitalismo, depois a tese da crise estrutural, do filósofo húngaro István Mészáros. Em seguida, expomos a parte da teoria do valor trabalho que versa sobre a queda tendencial da taxa de lucros e o processo de acumulação de capital, chegando as crises cíclicas e periódicas do capital.

Após analisar da teoria do valor trabalho, observamos que Marx se baseia em dados concretos da economia (produção e trabalhadores) para chegar ao movimento do ciclo do capital. Também observamos que não havia dados na obra de Mészáros, nem nos outros autores que buscamos para entendê-lo. Assim, fomos, como fizeram Marx e Engels, estudar a maior economia do planeta, na nossa época para ver o que está ocorrendo.

Nos estudos sobre os EUA, levantamos o histórico populacional, o número de trabalhadores e a produção de riqueza bruta. Observamos crescimento da economia, maior produção de riqueza pela mesma massa de trabalho, um aumento da composição orgânica de capital, igualzinho Marx mostrou no movimento da economia inglesa. Ou seja, não observamos a tese de Mészáros na produção concreta da vida, nem a da crise estrutural, muito menos a do desemprego estrutural. Muito pelo contrário, a crise do modo de produção capitalista, como Marx sintetizou, prossegue cíclica e periódica, ocorrendo pela acumulação em excesso de meios de produção, por mais exploração, sobre a natureza e principalmente a força de trabalho (em intensidade e extensão). Somando a isso, uma breve observação do mundo nos mostra um capitalismo com mais fábricas, mais estradas, muito mais máquinas e a intensificação das relações capitalistas (subsunção real ao capital – quase a totalidade das relações tem como base as relações capitalistas da forma mercadoria).

Novamente, acreditamos ter demonstrado que o capital ainda está crescendo, pois, para nós a tese de Mészáros se opõem a teoria proletária das crises cíclicas e, caso verificada, derrubaria a teoria de Marx. Além disso, não observamos uma desaceleração, muito pelo contrário, a natureza alterada, os seres vivos alterados, um mundo alterado e voltado para acumulação capitalista. Verificamos que não há desemprego estrutural, mas sim flutuações conjunturais atreladas ao movimento da indústria. Ou seja, uma ciclópica acumulação de capital e o aumento da composição orgânica do capital nos EUA.

Para nossa felicidade, a teoria revolucionária do proletariado segue seu forte e robusto caminho, aguardando se unificar ao partido vermelho, o proletariado em movimento. A toupeira segue seu fardo histórico para acabar com a pré-história da humanidade.

Praia da solidão, SC, inverno de 2021

Agradecemos aos camaradas e ao revisor, Maluco.

Não me peça que eu lhe faça uma canção como se deve
Correta, branca, suave, muito limpa, muito leve
Sons, palavras, são navalhas
E eu não posso cantar como convém
Sem querer ferir ninguém

Mas não se preocupe meu amigo
Com os horrores que eu lhe digo
Isso é somente uma canção
A vida realmente é diferente
Quer dizer
Ao vivo é muito pior

E eu sou apenas um rapaz latino-americano
Sem dinheiro no banco
Por favor não saque a arma no “saloon”
Eu sou apenas o cantor

Mas se depois de cantar
Você ainda quiser me atirar
Mate-me logo à tarde, às três
Que à noite tenho um compromisso e não posso faltar
Por causa de vocês [19]

 

Notas

[1] István Mészáros. Para além do capital. Boitempo, 2011. p. 697

[2] Disponível em: https://www.brookings.edu/research/what-the-2020-census-will-reveal-about-america-stagnating-growth-an-aging-population-and-youthful-diversity/

[3] Nossa ressalva fica para os grupos minoritários, imigrantes em geral, que tem uma divisão etária diferente dos grupos que compõem a população americana há mais tempo, entretanto, tal fato não interfere nos dados absolutos.

[4] Dados disponíveis em https://www.bls.gov/data/#historical-tables (Infelizmente, não obtivemos dados anteriores a 1983)

[5] https://www.bls.gov/cps/cpsatabs.htm

[6] Inserimos a categoria fora da força de trabalho pois 59,5% dos trabalhadores são maiores de 55 anos. Já a população acima de 65 anos são 22.574.830. Ver tabela https://www.bls.gov/cps/cpsaat35.htm Não compilamos o censo da agricultura.

[7] Disponível em https://www.bls.gov/cps/lfcharacteristics.htm#nlf

[8] Gráfico disponível em https://www.bls.gov/opub/ted/2016/reasons-people-give-for-not-being-in-the-labor-force-2004-and-2014.htm. (visitado em 29 de janeiro de 2021).

[9] Bureau of Labor Statistics, US Department of Labor, The Economics Daily , Razões que as pessoas dão para não estar na força de trabalho, 2004 e 2014 na Internet em https://www.bls.gov/opub/ted/2016/reasons– people-give-for-not-the-work-force-2004-and-2014.htm (visitado em 29 de janeiro de 2021 ).

[10] https://www.federalreserve.gov/releases/g17/100_years_of_ip_data.htm.

[11] Sobre a metodologia para elaboração dos índices ver: https://www.federalreserve.gov/releases/g17/About.htm

[12] The industrial production (IP) index measures the real output of the manufacturing, mining, and electric and gas utilities industries; the reference period for the index is 2017. Manufacturing consists of those industries included in the North American Industry Classification System, or NAICS… (https://www.federalreserve.gov/releases/g17/Current/g17.pdf )

[13] https://www.federalreserve.gov/releases/g17/g17_technical_qa.htm

[14] Consideramos manufatura como indústria de transformação.

[15] Inserimos essa categoria para observar seu avanço durante a pandemia. Mesmo entendendo que as fábricas de EPIs, medicamentos e vacinas são mais relevantes.

[16] Consiste na fabricação de computadores e produtos eletrônicos (excluindo a fabricação de instrumentos de navegação, medição, eletromédicos e de controle); editores de software; radiodifusão e telecomunicações; processamento de dados, hospedagem e serviços relacionados; Publicação e difusão na Internet e portais de pesquisa na Web; e projeto de sistemas de computador e serviços relacionados.

[17] Total produtivos, ou seja, ocupações de produção, transporte e movimentação de materiais e recursos naturais, construção e ocupações de manutenção.

[18] Indústrias produtoras de bens privados.

[19] “Apenas um Rapaz Latino Americano”, Belchior.

 

Leia também a primeira, a segunda e a terceira parte do artigo.

 

As artes que ilustram o texto são da autoria de Émile Friant (1863-1932).

2 COMENTÁRIOS

  1. Caro Charles,

    Parabéns pela pesquisa e obrigado por compartilhar as ideias.

    Mészáros afirma que a crise estrutural teve início nos anos 1970. Mas é justamente quando começou a reestruturação produtiva do capital. E uma coisa realmente exclui a outra. Se a crise estrutural fosse válida, o capital não seria capaz de desenvolver as forças produtivas e se reestruturar.

    Uma questão a se pensar é se a destruição de forças produtivas, nas crises cíclicas das últimas décadas, foi suficiente para garantir grandes expansões posteriores do capital. Penso, por exemplo, nos ditos “anos de ouro do capitalismo”, que vieram depois da destruição generalizada de forças produtivas causada pela Segunda Guerra Mundial. É possível que os Estados capitalistas tenham desenvolvido mecanismos para minimizar e adiar a destruição de forças produtivas, como grandes guerras e crises como a de 1929. Mas o efeito pode ser a diminuição do intervalo entre as crises periódicas, a limitação dos ciclos expansionistas e, possivelmente, o agravamento da inevitável quebradeira (destruição de forças produtivas), que será causada por crises e/ou guerras de grandes proporções.

  2. Ola J,
    a priori, desculpe a demora, problemas da vida.

    Sobre o tempo das crises: de 2008 pra cá eles conseguiram se segurar um bocado, lançarams medidas anticíclicas ao extremo, haja vista a política de Trump. Acredito que por isso veio uma tão grande agora, tão grande que trouxe até guerra na Europa como expressão da barbárie.

    Um camarada que mora mais ao norte de mim tem relatado que é a maior, ou única, crise catastrófica desde 1929, ou seja, uma que podemudar o rumo das coisas.

    Grande abraço e obrigado pela estima

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