Enquanto a Rússia, em julho deste ano, colecionava crimes de guerra na Ucrânia e provocava uma crise mundial no abastecimento de grãos, agravando a fome na África, o ministro russo das Relações Exteriores, Sergey Lavrov, era recebido por quatro chefes de Estado africanos num tour diplomático e seu país beneficiava da neutralidade de outros 17 países. Mais uma faceta do terceiro-mundismo africano. Passa Palavra
O terceiro-mundismo e a elite diplomática russa costurando a construção do mundo multipolar, pelos pluralismo dos “grandes espaços”, ou como diziam antigamente, pelo espaço vital; um contraponto anti-universal e antiglobalista a transnacionalização do capital, um feixe entre as elites e as massas a forjar uma contra-hegemonia ao imperialismo ocidental. Não faz muito tempo que o socialismo alemão, apresentado pelos terceiro-mundistas, como socialismo africano deixou suas cicatrizes em África. Hoje o terceiro-mundismo africano se engaja na construção do mundo multipolar juntos com os eurasianos russos, e a futura Wakanda concebida como a Heimat, como o espaço vital.