Mais de 400 famílias organizadas pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) ocuparam no último dia 16 de julho uma grande área ociosa em Ceilândia – Distrito Federal. Esta ocupação – batizada com o nome de Gildo Rocha – foi resultado do fracasso de um longo processo de negociação com o Ministério das Cidades, SPU e Governo do Distrito Federal para solução do problema de moradia dessas famílias.

Embora a maior parte das 400 famílias estivessem nas listas de cadastro habitacional (particularmente da CODHAB/DF) há muitos anos, em alguns casos dezenas de anos, o Governo Agnelo (PT) tratou a ocupação no pior estilo direitista: despejo sem ordem judicial, repressão, ameaças via imprensa e fechamento de negociações. Chegou a afirmar publicamente que “não admitiria invasões criminosas”, referindo-se ao movimento social, e que “os invasores serão excluídos do cadastro habitacional e responsabilizados judicialmente”. Quem te viu, quem te vê…

A este tratamento vergonhoso para um governo que se afirma de esquerda somou-se a ineficiência das negociações conduzidas pelo Governo Federal, que gerencia o maior programa habitacional do país – o Minha Casa, Minha Vida – através do Ministério das Cidades e pode destinar terra para atendimento habitacional através da SPU.

Por isso, o MTST permaneceu acampado por dois dias diante do Palácio do Buriti, sede do Governo do DF, e está desde o dia 20 com mais de 250 pessoas acampadas no Ministério das Cidades, inclusive com 4 companheiros acorrentados. É a demonstração da disposição de resistência até a vitória.

As entidades e figuras públicas que assinam este Manifesto declaram seu total apoio à ocupação do Ministério das Cidades, ao acorrentamento e à luta dos trabalhadores sem-teto. Além disso, repudiam o tratamento repressivo e a falta de negociação do Governo Agnelo (DF), exigindo o fim da criminalização do MTST por este governo. Exigimos ainda o atendimento imediato das reivindicações: liberação de um terreno e recursos para construção de moradia para as mais de 400 famílias do Acampamento Gildo Rocha, além de um local provisório para abrigo imediato das famílias.

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