Queridos amigos (as) e companheiros (as),
Sinto necessidade de dirigir-me a todos vocês, depois de ler a enésima ópera de desinformação, perpetrada pela Folha de São Paulo, publicada hoje, domingo, 04 de Setembro de 2011.
A covardia desse jornal e de seus redatores, não conhece limites.
Apesar de ser a Folha de São Paulo, recebi o “jornalista” João Carvalho Magalhães por ter uma boa recomendação.
A expectativa era que este jornalista iria provar que a Folha iria resgatar a sua “imparcialidade”, que nunca demonstrou em todas as suas matérias anteriores sobre mim. Eis que vendo a matéria tenho que admitir a grande ingenuidade. O acordo com este suposto jornalista era que eu não queria tratar assuntos polêmicos com o Governo Italiano, nem com autoridades Brasileiras e que ele centraria a matéria sobre o homem e o escritor.
O trabalho de desinformação e de manipulação foi feito de maneira científica: de um lado, ele permite que se coloque na primeira página, uma foto onde eu apareço feliz da vida com gargalhadas e cervejas, cujo título e legenda “La dolce vita clandestina” serve para dizer a Itália que eu estou me lixando dos dramáticos anos 70; por outro lado, ele tenta quebrar o inegável apoio a minha causa dada pelos companheiros de vários países, titulando a página 10 do primeiro caderno “Revolução, isso é uma
piada”.
Agora vem a safadeza: ele mesmo me levou ao bar só na intenção de tomar essa foto, em seguida, a pergunta se acredito ainda na revolução pela via das armas, ele distorce propositalmente a minha posição -“A luta armada não é mais viável hoje, em países como por exemplo, o Brasil”- para fazer-me parecer aos olhos do movimento revolucionário um cínico que só aproveitou da solidariedade de companheiros.
Eis o que acontece quando se deixa o diabo aproximar da gente.
Tenho a precisar que a responsabilidade desta imprudência é só minha e por isso peço desculpas a todos vocês que me acompanharam irrepreensivelmente desde o início desta história.
Um abraço,
Cesare Battisti.