Protesto-Ato Cultural Contra a Higienização
CONVITE A GRUPOS SOCIAIS, CULTURAIS E À IMPRENSA INDEPENDENTE
PROTESTO-ATO CULTURAL CONTRA A HIGIENIZAÇÃO
Dando sequência ao “Sopaço da Gente Diferenciada” realizado no dia 6 de julho em São Paulo, estamos organizando outro ato no próximo dia 27 de julho.
Denominamos este como “Protesto-Ato Cultural contra a higienização” em protesto contra a tentativa de “limpeza social” em São Paulo pelo governo municipal e estadual. Fazemos um convite amplo a grupos culturais populares e entidades sociais para que possam se apresentar e levantar sua voz junto conosco.
Aos interessados em participar ativa e artisticamente do ato na forma de intervenções, performances e atuações, que entrem em contato através do email [email protected]
De toda forma, como ato político, o convite se estende para todo tipo de participação.
Lançamos o evento pelas redes sociais em:
http://www.facebook.com/events/265020063603551/
NOSSA CAUSA
Realizamos o “Sopaço da Gente Diferenciada” como atividade espontânea.
Milhares de pessoas deram seu apoio pelas redes sociais e cerca de 300 pessoas compareceram ao protesto.
Conseguimos uma grande repercussão e em função disso houve a declaração da prefeitura tentando amenizar esta repercussão. Kassab teria declarado que desautorizava a proibição do trabalho de 48 ONGs que distribuem alimentos a moradores de rua da cidade. Disse que o que ocorre é um “processo de convencimento” para que as ONGs distribuam alimentos somente em tendas da prefeitura. Não acreditamos no “recuo” de Kassab. Sabemos que nenhuma das ONGs foi informada sobre qualquer novo projeto e não acreditamos em eufemismos que buscam envernizar o que é na prática a proibição da caridade, mais uma política de tipo nazista desta prefeitura para expulsar moradores de rua de determinadas regiões. Também não acreditamos que esta seja uma (co)ação isolada.
Há muito tempo governos estaduais e municipais tratam a pobreza como verdadeiro caso de polícia em São Paulo. O termo “higienização” não é exagero para denominar o que vem ocorrendo em nossa cidade e estado. Em menos de um ano, desde que o projeto “Nova Luz” foi aprovado, nos deparamos com inúmeras remoções de famílias pobres da região central.
O projeto prevê que pelo menos 30% dos imóveis da região serão entregues à iniciativa privada. Está em marcha uma grande operação para valorizar imóveis e favorecer a especulação imobiliária.
Apenas na região central tivemos o recente incêndio criminoso na favela do Moinho, a ação violenta contra usuários de crack, a expulsão de centenas de famílias sem-teto de pelo menos duas ocupações de prédios abandonados na Luz, além da constante perseguição aos camelôs e tentativa de restringir seus locais de venda a espaços restritos e afastados de locais públicos.
Neste momento temos milhares de famílias ameaçadas de despejo, caso da ocupação Mauá e também recentemente há números que mostram o aumento de assassinatos brutais nacionalmente a pessoas em situação de rua, organizados por forças militares ou grupos de extrema direita (Ver matéria http://www.redebrasilatual.com.br/temas/cidadania/2012/06/movimento-denuncia-exterminio-de-moradores-de-rua-e-cobra-acao-publica).
Nas periferias aberrações inconstitucionais como o toque de recolher são cada vez mais difundidas e números de violência policial crescem vertiginosamente. No dia 5 de julho, o portal Terra divulgou a notícia de que mortes provocadas pela Rota cresceram 45% em 2012 e a revista Caros Amigos em reportagem de 3 de julho mostrou que São Paulo vive uma onda de ataques que deixou 127 mortos em apenas 10 dias. Segundo a reportagem “Entre os dias 17 e 28 de junho deste ano, 127 pessoas foram assassinadas na capital paulista, representando 73% dos 174 assassinatos no Estado de São Paulo, uma média de quase 12 mortos por dia. Os números são do próprio Sistema de Informações Criminais (Infocrim) da Secretaria da Segurança Pública.”
Juntemos isso a ações repressivas como no Pinheirinho e na USP e formemos um quadro sinistro, de algo que se assemelha aos anos mais tenebrosos de nossa história.
NÃO PODEMOS FICAR CALADOS!
QUEREMOS DAR UM BASTA EM TUDO ISSO!
Pelo fim da perseguição às famílias sem-teto do centro
Pelo fim da internação compulsória e a repressão na cracolândia
Pelo fim da repressão aos movimentos sociais
Contra os toques de recolher e o assassinato do povo negro da periferia
Contra o projeto nova Luz e a especulação imobiliária
Contra a repressão policial
Contra a onda proibicionista à cultura, à sociabilidade da população, às manifestações e marchas comemorativas em vias públicas