Por que o transporte, entre todos os serviços básicos, é o único que é pago no momento do uso, e não indiretamente? É viável um transporte público sem catraca e sem tarifa?

Por que o transporte, entre todos os serviços básicos, é o único que é pago no momento do uso, e não indiretamente? É viável um transporte público sem catraca e sem tarifa? Isso existe em algum lugar? O que isso tem a ver com os problemas de mobilidade urbana que São Paulo vive hoje? Como funciona o sistema de transporte coletivo hoje? Como ele influencia a organização do espaço urbano, e a vida das pessoas na cidade?

A fim de discutir sobre a questão da mobilidade urbana e do direito à cidade, o Movimento Passe Livre de São Paulo (MPL-SP) organizou, junto ao C.A. de Ciências Sociais da Universidade de São Paulo (CEUPES), um debate público sobre o projeto Tarifa Zero e Direito à Cidade.


Debate Tarifa Zero from Passa Palavra on Vimeo.

Sobre os participantes:
Raquel Rolnik é urbanista, professora da FAU-USP e relatora da ONU sobre o direito à moradia adequada.
Lúcio Gregori é engenheiro, músico e foi secretário de transportes do município de São Paulo durante a gestão Erundina, quando elaborou o projeto de Tarifa Zero e municipalização do transporte coletivo.
Vladmir Safatle é professor livre-docente do Departamento de Filosofia da USP.
– O Movimento Passe Livre é um movimento social autônomo que desde 2005 luta por um transporte verdadeiramente público, sem catracas e sem tarifa.

19 COMENTÁRIOS

  1. Comp@s,
    Nas discussões que temos feito em Curitiba via MPL, Sociedade Peatonal e Fomus( Forum mobilidade urbana), uma questão que precisa ser aprofundada é quanto ao financiamento da tarifa zero.Tivemos aqui na Faculdade de Direito, um trabalho de conclusaode curso,do acadêmico de direito Diel, que defendeu a tese da tarifa zero.Neste estudo apontava como foma de financiamento o IPTU, o que causou uma polêmica devido ao caráter desse imposto municipal.Outra proposta que defendemos é a criação de uma taxa para os proprietários de carros que devem pagar para usufruirem do conforto pelo uso do seu veículo. SE a tarifa zero passa a ser um serviço à disposição de todos os resididentes da cidade, pode até estimular o uso do ônibus e diminuir o uso do veículo individual. Vimos que o uso do IPVA é complicado por ser um tributo estadual. Gostaria de saber o que os debatedors pensam sobre esta questão.
    Lafaiete Neves- Professor aposentado do Departamento de Economia da UFPR.

  2. “Você sai de carro numa casca, entra no shopping casca e volta para a casa casca”
    Lúcio Grégori

    Eu chamo de aquário.

  3. Parabéns pela organização do debate e especialmente pela transmissão online e a possibilidade de poder acompanhar mesmo longe.

  4. Olá Lafaiete, estou pensando em realizar trabalho de conclusão de curso semelhante na cidade de São Carlos/SP. Você saberia me informar se este trabalho está disponível online?

  5. Complementando:
    Há sim, a discussão de colocar no orçamamento municipal.A polêmica é que não cabe mais no orçamento esse acréscimo de despesa.Está é uma decisão política no sentido remanejar o orçamento, já que o mesmo aqui em Curitiba está muito mal distribuído, com recursos em excesso por exemploa para a legislativo muncipal na orde de R$111 milhões em 2012.Isto tem possibilitado a corrupção, já que é muito dinheiro para as atividades da Câmara MUnicipal, o que permite estinar R$ 45 milhões para as atiavidades parlamentares, ou seja, pagamento de um estrutura paralela muito pesada para trabalhos políticos eleiorais visando as reeleições de vereadores. Há sim onde cortar gastos para jogar na tarifa zero. È uma decisão política e não financeira.
    Lafaiete Neves

  6. Olá.

    Sou militante do Movimento Passe Livre Grande Vitória (ES) e aqui o transporte é metropolitano, ou seja, ele passa por vários municípios da região metropolitana da Grande Vitória. Queria perguntar ao Lúcio como se aplicaria o projeto Tarifa Zero nesses casos e como se daria a reforma tributária, caso seja necessária

  7. O ex-secretário municipal de transportes de Curitiba, Germinal Póca, propõe, como meio de viabilização financeira da tarifa zero, a universalização do desconto correspondente ao vale transporte. Todos pagariam esse valor até 6% do salário, independente de usarem ou não o transporte coletivo. O que acham dessa proposta?

  8. Eu gostaria se possível saber o nome ou e-mail ou contato no facebook da debatedora do MPL para a possibilidade de organizar ações na região do Peri Alto visto que ela citou que é moradora da região! Faço parte do Projeto Células de Transformação, projeto de extensão de uma aluna da Ciências Socias, ao qual trabalhamos com o desenvolvimento local e empoderamento e realizamos reuniões quinzenas na EE Assis José Ambrósio com os moradores visando o desenvolvimento do bairro e agora estamos no início da organização dos jovens do bairro onde já foi realizado o I PERI ALTO EM AÇÂO!! Então seria de grande importância entrarmos em contato para agregar mais pessoas e em parceria e apoio mútuo tentarmos realizar ações na região!

    Agradeço
    Eduardo Cesar dos Santos
    [email protected]

  9. Aonde será divulgado o áudio do debate? a conexão aqui está muito ruim e acabo perdendo muitas partes da discussão.

  10. Nos debates, sempre surge o paralelo com a saúde pública.
    Na verdade, se todas lutássemos juntas por uma saúde acessível a todas, teríamos uma saúde pública muito melhor. Mas aí, surge a solução individual: o plano de saúde.
    Da mesma forma ocorre no transporte, pois se todas lutássemos juntas pelo transporte, ele poderia ser gratuito e digno. Mas aí, surge a proposta individualista: o carro e sua deseconomia, com renúncias fiscais com isenções de IPI, doação de terrenos para montadoras, etc…
    Enfim, esta conquista pode muito bem ser o piloto de outras conquistas populares no meio urbano!

  11. Seria interessante ler o texto do Safatle, publicado na Folha de São Paulo, ontem. Muito diretamente, ele defende um poder especial para a USP na administração da prefeitura de São Paulo.

    Dificilmente iremos encontrar textos abertos com uma defesa tão clara da tecnocracia e com muitas mistificações. A parte que elogia a atuação da educação uspiana não tem embasamento algum. A USP basicamente não sabe nada de realidade escolar e tua contribuição, isto sim, está mais relacionada com a tecnocracia dos conselhos educacionais e secretarias que produzem o caos educacional atual.

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