Panfleto do comité de greve apoiado pela CGT, pela CFDT e pela SUD
Aulnay, 5 de Fevereiro de 2013
Nós, operários da PSA Aulnay, estamos em greve renovável desde 16 de Janeiro de 2013. Recusamo-nos a engrossar as filas de espera dos servições do Emprego, pois é esse o futuro que nos prepara a família Peugeot.
Como sabem, o plano da PSA consiste não somente no fecho da fábrica de Aulnay mas também em mandar para a rua mais de 10.000 assalariados. A poucos dias do fecho de pseudo-negociações continuamos no mesmo ponto: não há qualquer garantia séria quanto ao futuro dos assalariados ameaçados de despedimento! É esse o motivo por que, após dois anos de luta marcados por jornadas de greve e manifestações, nos decidimos pela greve renovável.
Desde o início do movimento, a PSA tem feito tudo para nos deitar abaixo: calúnias espalhadas pelos médias, um exército de seguranças que patrulham a fábrica. E agora as sanções: seis militantes, que estão na primeira linha na luta contra o fecho da sua fábrica, foram convocados pela Sureté Territoriale [1]. Quatro deles estão em “afastamento preventivo” tendo em vista o seu despedimento [2].
A nossa greve ocorre num contexto de ataque generalizado contra o mundo do trabalho. Despedimentos massivos, mas também acordos destinados a baixar os salários e a torná-los ainda mais flexíveis.
O acordo sobre a “segurança no emprego“, que o governo se prepara para adoptar tal como está, é de facto um enorme retrocesso social.
A pretexto de “modernizar” o mercado do trabalho e a função pública, é todo o mundo do trabalho que está sob a ameaça da precariedade!
Se a nossa greve suscita a hostilidade do grande patronato e do governo, em compensação ela colhe a simpatia de muitos trabalhadores. Realizaram-se encontros com trabalhadores de outras empresas, em particular os da Renault, [empresa] onde Ghosn [3] espera implementar um acordo de “competitividade” que apenas visa manter os lucros em detrimento dos assalariados. Muitos deles referem a nossa greve como exemplo e a ideia de uma resposta comum vai ganhando força.
Assalariados, a nossa greve pode tornar-se a vossa e forçar o fim da ofensiva conjunta do patronato e do governo. Divulgem-na, ajudem-na financeiramente, defendam a ideia de que é todos juntos que temos de lutar.
Enviem os vossos apoios em nome da associação: Apoio aos assalariados do automóvel do 93 [4], na morada seguinte: 19-21, rue Jacques Duclos, 93600 Aulnay-sous-Bois.
Apoio financeiro na internet: www.soutien-salaries-automobile-93.org
Informações sobre a greve: http://cgt-psa-aulnay.fr
* Peugeot-Citroen
Notas:
[1] Sector da Polícia Nacional francesa encarregado da investigação.
[2] Procedimento legal pelo qual o patrão pode determinar o impedimento do acesso de um trabalhador à empresa, no âmbito de um processo disciplinar.
[3] Actual presidente da Renault-Nissan.
[4] Departamento (ou distrito) de Seine-Saint-Denis, na periferia de Paris.
Tradução e Notas do Passa Palavra.
Na primeira linha do texto é 16 de Janeiro, não fevereiro.
(não precisa publicar esse comentário)
Caro Emerson,
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Cordialmente,
Passa Palavra