O Mesmo Caminho, mas um Protesto Diferente
Há pouco houve mais uma marcha que saiu da entrada do Grajaú, e foi até a Ponte do Socorro (Ponte Santo Dias). Antes dela foram feitas faixas, um ensaio de bateria, e bastante panfletagem. A ideia era lembrar que a revogação do aumento foi uma conquista do povo em luta, e que se a gente se organizar podemos fazer muito mais, para, por exemplo, nunca mais sermos transportados pior do que gado, e ficarmos esmagados num trem, ônibus ou lotação abarrotados de gente.
A novidade desse ato foi que no meio do caminho paramos para que uma passeata vinda do Varginha se juntasse a nós. E nesse momento houve cenas de teatro, poesia, e bandeirão estendido na passarela do Extra da Teotônio Vilela, próximo à Cidade Dutra.
Novamente o ato transcorreu sem problemas e sem violência, e foi concluído pouco depois da chegada à Ponte do Socorro.
Agora se coloca a necessidade de avaliarmos tudo o que ocorreu nas últimas semanas, e com base nisso planejarmos os próximos passos dessa caminhada. Todo Poder ao Povo!
Rede de Comunidades do Extremo Sul de São Paulo-SP
Assista ao vídeo da manifestação aqui.
Somos de todo o mundo!
As ruas já foram conquistadas. O aumento da tarifa dos transportes foi cancelado. Mas, ainda tudo continua na mesma. Os políticos profissionais, as mídias começam disputar a liderança do movimento. Fortalecem a ação das ruas, para que os ativistas e trabalhadores permaneçam pacificamente, apenas nas ruas. Estão com medo de perderem as rédeas. Chamam os ativistas para negociar, enaltecem a importância dos partidos políticos, asseguram que os partidos são imprescindíveis à sociedade, falam em reforma política, afirmam que o povo acordou e que a democracia é a manifestação do povo, evocam o povo a votar bem, a votar certo, querem no máximo uma simples mudança de pessoas no topo da política. Porém, não afirmam que é inaceitável a prática de que uns devem governar e outros devem ser governados e que a riqueza produzida pelos trabalhadores não pode ficar nas mãos de uma minoria. Qualquer ação que não vá ao encontro e interesses das classes dominantes (burgueses e gestores) são rotuladas de vandalismo. Pergunto: O que as classes dominantes e todos que defendem os privilégios estabelecidos farão quando os trabalhadores, desempregados e outros marginais iniciarem greve, ocuparem e se apropriarem da máquina de gestão do capitalismo das fábricas, dos bancos, das escolas e entre outros? Com certeza, conforme já afirmou um gestor de segurança do estado do Rio de Janeiro: “eu não tenho nenhum problema em pedir ajuda à guarda nacional.”