Por um Assentado
Triste destino da reforma agrária. O que parecia realidade vai se tornando utopia, ficando apenas na memória de quem ajudou a construir. Os anos passam levando às ruínas o objetivo de trazer para o campo pessoas que mal tinham onde morar.
Um assentamento novo, cheio de promessas não cumpridas. Está tudo tão diferente! As pessoas se reúnem, querem respostas de quem deveria tomar providências. Nada muda, nada é para mudar!
Ocupações, resistências. Alguns se foram, alguns se escondem, todos por acreditar que era possível a reforma agrária, que o fim justificava os meios. Doce ilusão. Os anos passaram, vai se governo, entram-se outros e nada de mudar.
Ontem ocupávamos fazenda de presidentes, hoje se senta à mesa para negociar com a presidenta. Ontem eram apoiadores, hoje somos mais que amigos. Ontem era na marra, hoje nem na canetada. O que mudou?
Novas parcerias surgiram, agroecologia será feita com o agronegócio. Enquanto isso, em uma terra não muito distante, pessoas podem ser despejadas e não têm casa, não têm terra. Triste começo.
Queríamos terra, créditos para produzir. Teremos que trabalhar na cidade para abastecer a mesa. Fazer jóias para pagar as contas. Temos um palmo de terra. A merenda escolar quer feijão, arroz parborizado ou achocolatado industrializado. Vamos esperar as crianças gostarem de alface, mandioca, banana ou quem sabe abóbora?
Onde está o poder de pressão? Ocupar e depois negociar. Abrir as porteiras e deixa povo levantar seus barracos, destruir as canas, plantar. Isso parece não pertencer mais a esta bandeira.
Grita-se a voz. Ocupa ou não ocupa? Agora já não mais. Não é tempo de pressionar, dizem uns, outros dizem que é tempo de disputar. Afinal é tempo de quê?
Belíssima análise. Porque será que as bandeiras sempre voam de acordo vento? Não seriam levadas por mãos que deveriam lutar à contravento?
Opa, bah triste, mas gostaria de entrar em contato com esse companheiro.
Segundo declaração do já sr. (ou ainda jovem) João Paulo o caldo engrossa no próximo mês. Segundo o quase ancião João Pedro ( num encontro do MST-SP) a alguns anos, deveríamos esperar pelo menos dois mandatos da senhora Dilma, pra voltarmos a falar em luta.
Resta saber com qual dos dois JP’s está a corôa no momento…