Casa da Achada: Cruzamentos com o 25 de Abril ao Centro — ciclo de cinema
CRUZAMENTOS com o 25 de Abril ao centro
Ciclo de cinema
Segundas-feiras, 21h30
Como se está a falar mais do 25 de Abril do que é costume, pelos 40 anos que ele faz, e porque ele nos parece cada vez mais um «mistério», provavelmente maior ainda do que o 25 de Novembro, que terá posto nele um ponto quase final, achámos que, para ajudar a desfazer ou diminuir esse «mistério», que muitas pessoas, algumas já mortas, viveram e registaram, poderíamos fazer este ciclo.
Para fazer pensar nessa data, que não é só uma data, nem uma data qualquer, há neste ciclo ficções, documentários e animações, com linguagens bem diferentes, que se cruzam nesta sala uma vez por semana durante três meses. Cruzam-se ao longo do ciclo, e também na mesma sessão, o antes (que talvez explique coisas) e o depois (que mostra coisas que se passaram, umas vezes interrogando e outras vezes levando a interrogações).
Todos os filmes deste ciclo (menos um) foram integralmente realizados depois do 25 de Abril e todos saíram depois, mesmo os que falam (directa ou indirectamente) do antes. Como poderia ser de outra maneira?
Quase todos são portugueses, o que nunca aconteceu nos ciclos da Casa da Achada, apesar de muita gente que veio de fora ter filmado esses dois anos de 25 de Abril (alguns desses filmes já projectámos noutros ciclos), um 25 de Abril que vale a pena conhecer o melhor possível e sobre o qual vale a pena pensar cada vez mais.
Nestes cruzamentos há uma homenagem escondida – gostamos pouco de homenagens. Ao Alberto Seixas Santos, que por estas sessões das segundas-feiras tem passado. O primeiro filme é dele e fala do antes; o último também e interroga o fim. E, pelo meio, veremos o seu trabalho num colectivo, o Grupo Zero, em que nem todos têm reparado.
Segunda-feira, 5 de Maio, 21h30
Cantigamente n.º 3 (1975, 85 min.)
de José Álvaro Morais
precedido de Paredes pintadas da revolução portuguesa (1976, 8 min.)
de António Campos
Segunda-feira, 12 de Maio, 21h30
Censura (1999, 75 min.)
de Manuel Mozos
precedido de Liberdade para José Diogo (1975, 66 min.)
de Luís Galvão Teles
Segunda-feira, 19 de Maio, 21h30
Nós por cá todos bem (1978, 80 min.)
de Fernando Lopes
precedido de Les murs d’une révolution (1976, 8 min.)
de Jean Paul Dekiss
Segunda-feira, 26 de Maio, 21h30
Dina e Django (1982, 90 min.)
de Solveig Nordlund
precedido de Amanhã (2003, 18 min.)
de Solveig Nordlund