O MayDay 2009, um protesto anual dos trabalhadores precários, ou pagos a falsos recibos verdes, está em preparação. De ano em ano, vem-se radicalizando e assumindo formas mais “incómodas”. Por Diana Dionísio, participante do protesto

Na passada quarta-feira 18 de Fevereiro, no espaço do Centro Em Movimento, teve lugar a primeira assembleia do MayDay 2009. Cerca de cinquenta pessoas, estudantes, desempregados e trabalhadores, juntaram-se para pensar o que querem fazer este ano para dar voz à gente precária que por aí se multiplica e que anda farta de falsos recibos verdes, farta de não ter direitos no trabalho e na vida, farta de andar na corda bamba de não saber o que nos espera, farta de ser a marioneta descartável do empresário que sorri, mostrando os dentes de ouro que lhe pagámos.

Em Lisboa, o MayDay já se fez nos dois últimos anos (ver aqui). No Porto vai haver este ano pela primeira vez. Desde 2001 que acontece noutras cidades europeias. Várias acções contra o trabalho e a vida precária vão construindo um caminho que culmina no 1º de Maio. Nesta altura do ano ainda tudo está por decidir, ou não tivesse sido esta a primeira das várias assembleias que vão discutir e preparar, com quem estiver presente, as acções que se querem levar a cabo e as ideias que se querem passar.

E já bastante se avançou na discussão, neste primeiro encontro. Fazendo o balanço da caminhada do MayDay desde 2007 até ao momento, houve quem dissesse que muito mudou desde então. Se no primeiro ano a palavra “precariedade” parecia quase uma novidade, no segundo ano já muitos mais se juntaram. Por outro lado, se em 2008 a precariedade era considerada “o pior”, já hoje perigosamente nos vendem a precariedade como o “menos mau”, em tempos de crise e desemprego.

Com a permanente preocupação de trazer mais gente, de todas as idades e meios culturais, para construir a revolta dos precários, firmou-se a ideia de que este ano o MayDay quer ser ainda mais incómodo e incisivo nas suas acções. Porque a irritação transborda quando somos nós, os imigrantes, os desempregados, os estudantes, os artistas, os trabalhadores explorados, que andamos a pagar a crise deles. Várias propostas já foram avançadas e a próxima assembleia é já no próximo dia 4 de Março, em local ainda a anunciar.

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here