Estas terríveis mutações sociais, quando o processo inteiro de trabalho é programado pelo capital, até a subjetividade, tornado o homem um ser tão plástico como a matéria-prima. Por Aliado D.

A mudança das condições de trabalho leva à mudança dos modelos administrativos.
Maurício Tragtenberg

A palestra sobre 5 S

Fui um jovem em 1996, mas já não me sentia jovem em 1999, no meu último ano na primeira fábrica em que trabalhei como operador de produção. Antes eu me consideraria livre em qualquer lugar onde estivesse, simplesmente porque, mesmo que prendessem meu corpo ou o destruíssem, minha mente poderia se libertar para pensar um outro lugar possível que negasse minha limitação e desafiasse a hierarquia. Como eu estava enganado!

Como plano alternativo, eu pensava que conseguiria sair do trabalho e me liberar de suas amarras no fim do expediente, o que igualmente era um equívoco, pois o processo de trabalho restringe a mente do trabalhador e o obriga a organizar o tempo que seria exterior. Essa era uma das principais funções das dinâmicas de gestão organizacional da empresa, entre as quais, o 5 S.

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Não entendeu o que é o 5 S?

Eu participava de uma palestra de gestão do trabalho, destas chateações que sempre acompanham as empresas multinacionais, mas aquela era diferente, pois não era só para mim, o novato, mas todos os funcionários fariam aquele treinamento que findaria em dinâmicas de grupo. É claro que para mim era interessante, pois não só poderia matar parte do expediente no treinamento no setor ao qual seria direcionado, o tratamento de efluentes agudamente tóxicos (ou esgoto industrial, para os íntimos), como também aquela sessão de lenga-lenga reuniria vários dos funcionários que eu passaria a conhecer.

Era difícil conhecer todo mundo de cara, primeiro pelo tamanho da fábrica, uma indústria química de grande porte, segundo, porque cada setor era de um processo distinto, que por sua vez era de ramos de negócios que pertenciam a países diferentes. A empresa se dividia fisicamente entre as partes em que era dividida a propriedade de seus títulos pelas ações; era uma empresa com controladores, mas cuja posse era partilhada entre acionistas.

Na época, para mim, isto era quase incompreensível, mas o meu setor deveria conhecer toda a empresa, pois fazíamos a água que gerava tanto o vapor que todos utilizavam quanto a água para combate a incêndios (então recorrentes) e também era para nós que viriam as “buxas”, os problemas de todos os setores enviados no ralo para o esgoto e, acreditem, eram muitos: produtos explosivos, corrosivos, tóxicos, etc., e deveríamos poder pensar e agir rápido em casos os mais diversos utilizando toda a química e física presentes em nossas cabeças assim como experiência e calma.

E estávamos nós lá falando de qualidade total e toda a empresa passava por este tipo de lenga-lenga e reciclagem. Por quê? A empresa não tinha baixos níveis de produção nem tinha concorrência, assim como praticamente tudo o que produzia era exportado, por quê se preocupavam? Aliás, nenhum outro país permitiu que a empresa fosse implantada em seu território, somente o Brasil, e nenhuma outra cidade quis se arriscar, senão aquela em que estava. Logo, por quê aumentar mais ainda o lucro absurdo que possuíam? Só havia um sindicato patronal na cidade inteira. Aliás, a coisa mais próxima da esquerda por ali era o sindicato dos bancários, da CUT, que nem dava bola para os químicos do lado B do inferno.

Todo o falatório dizia respeito ao aumento de produção possibilitado pela dita “qualidade total assegurada” e certificados ISO. Mas que diabos de qualidade era essa, que clientes eram esses, se só produzíamos produtos base de outros produtos que nem sabíamos quais eram? A coisa continuava e continuava. Fiquei sabendo que o rapaz que falava e que devia ter minha idade hoje, uns trinta, tinha uma história ligada à empresa, ele tinha sido ofice boy, depois fez administração e se tornou este setor de “Qualidade”, um sonho de ascensão a ser mostrado aos demais empregados e sempre ressaltado pelos chefes (mas um dos primeiros posteriormente a ser demitido). No entanto, o office boy só conhecia o setor administrativo e nunca tinha conhecido o chão de fábrica.

Ele estava vivamente entusiasmado, parecia que um projeto de vida se juntou a um projeto produtivo. Mas num determinado momento me incomodei, não só com sua alegria, pois nós, os peões de fábrica, sempre ríamos zombando de algo ou de alguém, normalmente do administrativo, chefe, encarregado, uma piada machista ou algo assim. Então ele abriu para perguntas e eu perguntei:
“- O senhor está dizendo que o mau funcionamento de qualquer coisa que acontece na fábrica é sempre culpa do peão? É pelo fato de ele ser mal organizado e não assimilar esse tal ‘espírito da empresa’ que ele compromete a produção? Não é falta de equipamento e condições propícias, veja o meu setor por exemplo (…)”

E continuei, como diz um amigo, jogando “areia no chantilly” dele, mas ele era muito simpático e tinha um bom jogo de cintura. Pense bem no que ele passou para subir até ali. Ele não era como os outros malas antipáticos do administrativo, nem era nojento e nem se vestia bem. E aposto que ele não tinha plena ciência do que se passaria, apenas o sutil véu de ideologia no seu aspecto mais doce. Foi assim que ele nos apresentou cinco palavras japonesas que remetiam a formas de organização do local de trabalho num tipo de regra universal que teria funcionado como uma “cornucópia” no Japão, permitindo maravilhas inauditas na produção e que seria aquilo que seria colocado em prática naquele local.

Visitas aos outros setores

Passei a conhecer melhor meus colegas de trabalho e a “passear” nos turnos noturnos onde tudo era deserto e a fábrica ainda apresentava à noite certo encanto cyber-punk. Via a intimidade dos colegas e encontrava com ex-colegas de colégio técnico, como um amigo que tinha me dado aquela chance de emprego e que via o local cada vez com melhores olhos, isto é, passava do olhar do peão ao do técnico, enquanto eu ia no sentido contrário.

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Isto não é o 5 S

Era interessante notar como às vezes, no meio da mais alta tecnologia, a quantidade de variáveis dá margem a modelos ultracaóticos e a certa autonomia do trabalho intuitivo frente ao técnico. Semientendido, eu olhava a planta e ria, pois passava do interesse da química (que deixava de ser curiosidade científica para virar trabalho) para a física e pensava que fórmula calcularia a quantidade de variáveis que estão presentes no setor: válvulas semientupidas, condutores com defeitos, leitores com desajustes, etc., etc., quem, senão o peão no chão de fábrica, conseguiria ajustar a idéia do engenheiro ao que acontece de fato? O peão que cheira o tanque e nota que algo está errado, ou que um phmetro está levemente errado pela turbidez, o barulho do tubo que diria respeito à quantidade de vapor que passa? Enfim, mesmo no meio daquele inferno, eu acreditava confiante que o homem ainda tinha controle sobre o técnico superior.

E quando o engenheiro vinha com um novo processo? Aí o engenheiro novo vem, depois nada dá certo, então chega o velho peão, para pensar junto o que estava errado, ele mexe e pergunta ao velho: o que você fez exatamente? E ele: eu apenas sei que quando este duto está chacoalhando (que a princípio é um defeito) é a hora de descarregar. Eu via certa ironia nisso.

O setor de alguém também era interessante. O lugar mais memorável era o de Peróxido Orgânico. Produto que a zero grau é altamente inflamável e que à temperatura ambiente explode (que está mais presente na nossa vida do que imaginamos, pois faz o acrílico de nossos óculos). Lá estava o seu Silva, que não havia entendido nada do que era o 5 S, simplesmente achava que era para serem organizados, coisa que ele já era. Ele que era um dos mais assíduos, retos e produtivos trabalhadores e que fazia horas extras como ninguém.

O seu “canto” era um charme. Foto da filha, da mulher, quase um escritório de papai, como são os do administrativo com os manuais técnicos arrumados de um modo muito charmoso, não era à toa que as mulheres da limpeza, únicas obrigadas a se aventurar conosco nos cafundós perigosos da fábrica, se amarravam tanto nele. Era como se algo dele, de sua subjetividade, estivesse ali, apesar de tamanho sacrifício pessoal e tantas horas ali dentro.

Eu não tinha dessas, nunca me dei com minha família e eles só queriam a grana no final do mês. Conversava com meu único amigo lá, que era pai, e que podia lembrar e rir, sair, conhecer outras químicas e sair com o pessoal. Naquela altura, sem muitas perspectivas de entrar direto na faculdade, pois em três turnos que se revezavam, não dava para pensar em faculdade, nem nos amigos de sempre, pois meus turnos muitas vezes faziam cair as folgas no meio da semana em pleno interior do estado, onde não há nada para fazer.

No afã de liberdade eu bebia e me entorpecia com outras químicas para tentar esquecer do perigo constante da fábrica e da tristeza daquele local. Progressivamente, mudei de amigos, mantendo alguns da fábrica e outros adictos malucos com quem passeava por aí. Amizades químicas que também se estragavam pela noite quando eu não estava na fábrica. Eu sobrevivia de acidentes na fábrica para propositalmente cair neles fora e esquecer que eu voltaria para lá. Só por algumas noites.

A proposta

Uma vez o encarregado (encarregados nunca são boas pessoas e sempre remetem ao capitão do mato) me apareceu como um Mefistófeles industrial e me fez a proposta:
– “Quer trabalhar em um horário fixo para poder fazer curso superior?” Eu tinha 18 anos, mas tinha todos os motivos do mundo para imaginar que aquela cobra tinha algo de ruim para me oferecer.

Era notório que eu estudava, pois qualquer instante livre eu utilizava para isso, como o horário de almoço. Além disso, isto foi motivo de desentendimento certa vez, pois ele insistia em deixar meu setor com um único funcionário e quase fui punido justamente por fazer minha hora de almoço. Isto é, estando ausente eu era responsável pelo que acontecesse no meu setor e, almoçando, eu estava ausente.

A fábrica quer sempre te engajar e mobilizá-lo como um recurso totalmente à disposição. Como a matéria-prima que se aprende a utilizar e reciclar sem desperdiçar nada. E é quase impossível driblá-la. Assim, era um pesadelo eles saberem meu telefone, pois como eu era solteiro, eu era sempre alvo de horas extras, que eram praticamente exigidas. Eu ficava irado enquanto eles também ficavam irados, ficavam como que aturdidos com minha ira. Era como se quisessem te dobrar inteiro e se qualquer resistência subjetiva fosse notada, era combatida até encontrarem algo com que te dobrar. Este era o motivo daquele Mefistófeles, muito mau, apesar de possuir uma pitoresca tatuagem mal-feita de borboleta no ombro esquerdo (era difícil não rir, e ai de mim se o fizesse).

Enfim, com toda a concentração para ser educado e interessado, pois a proposta me interessava, eu perguntei sobre o que eu precisava fazer. E ele disse que eu apenas deveria concorrer pela única vaga de técnico que eles tinham, uma vaga que abriria a chance inclusive da empresa pagar a metade do curso que eu fizesse (caso fosse particular e eu nunca achei que passasse em qualquer curso na USP). Falei “legal, com quem eu teria de competir?” E ele respondeu “- Com o César”. Isto é, com meu amigo do colégio que indicou a vaga que eu ocupava e, acima de tudo, era pai.

Vocês me desculpem, mas eu pensei no caso por um dia. Por um dia não tive princípios e, diziam, o que acho equívoco, pois não conheciam o César nem seu potencial de trabalho, que eu passaria. Mas, para isso, eu teria de entrar de verdade na empresa, no espírito de competição e mais, na ilusão de que o único modo de se libertar era por dentro do sistema hierárquico da corporação. E era isso o que queriam. É estranho notar que nosso caso de amizade era observado e espionado, afinal, qualquer sinal de alteridade era um não controle que a empresa observaria de perto e nada, repito, nada escapava.

Seja o flerte que alguém tivesse com a estagiária de engenharia química que era “protegida” do chefe, ou alguém que não visse a proximidade do gerente que se colocava como cidadão comum para com o peão (contra o encarregado direto que é sempre mau) como algo positivo. Tudo o que desafiasse a fantasia de ascensão e a idéia de que qualquer um, caso estivesse na posição social do chefe, seria exatamente igual a ele e que, enquanto não é, desejava sê-lo sempre. Do mesmo modo como qualquer um desejaria exercer suas violências e poder consumir o que consumisse, assim como ser visto como poderoso, alguém que não depende dos outros como o trabalhador subalterno. Trabalho que em si mesmo seria visto como uma dádiva.

No caso da fábrica, trabalhar durante o horário diurno e ser técnico trazia outra característica, permitia comer no mesmo restaurante que os demais sem aquilo que nos distinguia: um uniforme branco que separava os trabalhadores do setor produtivo dos demais trabalhadores, mesmo subalternos, do administrativo, mas também dos engenheiros e técnicos que, mesmo frequentando os mesmos locais de trabalho, podiam utilizar suas roupas normais. Ou seja, outras pessoas olhariam no seu rosto sem desviar.

Tive força ao menos de não negar tal proposta em silêncio e dizê-la em alto e bom som ao encarregado, o que garantiu, até o fim de minha jornada naquele local fabril, os olhos mais pesados da chefia me obrigando a um delicado equilíbrio enquanto lá durasse, mesmo como técnico especializado. De qualquer modo, era melhor manter qualquer valor subjetivo como uma coisa não roubada, pois os ventos mudavam inevitavelmente para não haver mais esta chance de negação que ainda pude dar ao recusar interiorizar os valores daquele mundo totalitário e doentio.

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E agora entendeu?

Até hoje aquela palestra é incompreensível. São cinco palavras que se relacionam com qualquer aspecto do cotidiano tanto como qualquer princípio oriental de condutas. Sintetizo do seguinte modo: são mensagens abstratas que não indicam condutas normativas, mas são abertas à interpretação; nestes casos, o processo de interpretação é o que conta, uma conduta que depende de alguém que interpreta.

Muitas vezes um texto que descreve uma norma pode ser utilizado pelos dois lados, por quem manda e por quem é mandado, basta que seja claro o suficiente e prescritivo para que permita a interpretação daquele que é mandado e este acredite que igualmente aquele que manda deva obedecê-lo. Isto limitaria a ação de quem manda e restringiria a sua soberania sobre a interpretação de uma dada situação. Nada disso vale para estes princípios de inspiração oriental que vão desde as leituras empresariais do Sun Tzu até a leitura do livro vermelho do Mao Zedong pelo atual PC chinês.

Quando eles estão em ação, somente um intérprete iniciado pode explicá-los e então você só se dará conta se está ou não dentro daqueles preceitos quando postos em prática pela autoridade autorizada neste preceito.

Seu Silva mantinha muito organizado seu setor e, por isso, sempre imaginou estar seguindo o 5 S, mas não estava. O 5 S não seria interpretado por ele, mero peão. Não senhor. Ele só poderia saber se estava ou não sendo aplicado quando o engenheiro fosse até o local de trabalho, observasse o setor e concluísse sobre o que estava errado. As fotos de crianças então foram removidas como qualquer outra lembrança pessoal dele, sendo o setor rearranjado num padrão a ser aprendido por todos, inclusive por ele, que parecia, aparentemente, totalmente integrado, o que valeria igualmente para a organização dos manuais, disposições, processos, etc. Tudo deveria parecer impessoal e determinado por um outro, o engenheiro de processo.

Não importa se observássemos os trabalhadores europeus em fotos de exemplo nos slides que vinham prontos da empresa matriz e nos deparássemos incrivelmente (eu juro) com setores mais desorganizados e sujos que os nossos em produtos muito mais simples de lidar. Ora, tudo isso estaria sendo lido errado, assim como tudo se passaria por uma forma de organização diária do processo de trabalho em que o engenheiro acessaria e racionalizaria o “jeitinho” do trabalhador, impedindo o mínimo espaço de autonomia sobre o processo produtivo e, mais ainda, evitando qualquer pausa não regularizada e associativa.

Estagiários de engenharia igualmente nos fiscalizariam no turno da noite, assim como seriam dispensados os que não dessem índices de delação. Sem qualquer forma de solidariedade entre tipos de trabalhadores, que se cuidassem igualmente dos laboratoristas que deveriam estar de plantão toda a noite e seriam testados periodicamente de modo secreto. Não surpreende, igualmente, que por fim o sistema foi inteiramente implantado e nem que, seis meses depois, metade da fábrica fosse sumariamente demitida, assim como eu e alguns colegas, estivéssemos no topo da lista, principalmente por conversarmos sobre oposição à direção sindical.

Hoje compreendo melhor, mas não totalmente, o que é 5 S e isto só melhora quando associo a outras palavras que fazem mais sentido quando pensamos com a cabeça do gestor, just in time, isto é, produção sem estoques e toyotismo. Só não compreendo exatamente como meu amigo citado, aquele César, é hoje o gerente daquela fábrica que tanto pegou fogo e tanta gente atormentou.

Estas terríveis mutações sociais podem ser compreendidas por quem lê o que Marx descreveu como a passagem da subsunção formal à subsunção real, contidas no livro I de O Capital (capítulos XI e XII) que até hoje me intrigam por terem um peso real na vida, isto é, quando o processo inteiro de trabalho é programado pelo capital, até a subjetividade, tornado o homem um ser tão plástico como a matéria-prima, e ainda mais porque, por algumas horas, eu vi que a força de sua ideologia propulsora não repousa apenas sobre a abstração.

Para desespero pessoal, foi triste notar que quase capitulei tentando libertar minha subjetividade da concretude da fábrica apenas para, neste processo, condenar a de outro. Libertação que, no final das contas, teria resultado tão ilusório quanto foi a de meu amigo e quanto é hoje, sozinho, ter conseguido finalmente abandonar aquele mundo maldito de gases e sombras que deveria deixar de existir para sempre, ou mesmo o espectro que acompanhava aqueles que foram “liberados”, ou como demitidos enquanto os que ainda lá ficam trabalham em um mundo cada vez mais totalitário e enlouquecedor.

6 COMENTÁRIOS

  1. ótima descrição do que de fato acontece nas indústrias, principalmente as de alimentos, petroquímicas, têxteis e frigoríficas.
    creio que me livrei dessa experiência cruel.

  2. Descrição que deveria ser lida e analisada por muitos, conheço esta realidade, pois a vivi muito de perto e ainda mantenho contato com ela.

  3. Eu fui estagiário de um órgão municipal de assistência social, o famoso Creas e durante meu estágio duas psicólogas contratadas ficaram responsáveis pela implementação dos 5S.
    Preferi minha sanidade mental e fui procurar outra fonte de renda. O controle estrito das ações e o clima de vigilância tornaram a rotina insuportável.

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