Por Passa Palavra
Cesare Battisti: três anos de prisão política
Debate realizado na Associação dos Professores da PUC-SP.
Mesa com as presenças de
– Celso Lungaretti (jornalista e escritor)
– Lúcio Flávio R. de Almeida (professor do depto. de política da PUC-SP)
– Carlos Lungarzo (membro da Anistia Internacional)
– como amplificar a luta pela libertação de Cesare Battisti?
– como promover e organizar a participação popular nessa luta?
– como conseguir um maior empenho dos movimentos sociais na libertação de Cesare?
PARTE I
PARTE II
Oi! Estamos aqui assistindo. O pessoal daqui de Mogi manda um grande abraço aos companheiros do Passa Palavra!
to assistindo
Olá, aqui em Santos também estamos acompanhando a transmissão, parabens pela iniciativa e um grande abraço a todxs!
Olá, boa noite. Estou tentando ver o vídeo, mas não aparece nada pelo site, exatamento na página do evento. É necessário ter algum programa para ter acesso ao vídeo ao vivo?
Roberto,
É necessário ter o Flashi instalado para visualizar o vídeo.
Pergunta de João Bernardo (desde Lisboa) para o Lúcio Flávio:
Você alertou para o facto de a democracia actual pressionar à desmobilização das massas. Mas como explicar então a passividade dos movimentos sociais — já nem falo dos partidos políticos de esquerda — relativamente ao caso do Cesare Battisti?
Não compreendo que este orador fique de costas para quem está a assistir on-line. É um insulto!
Faço minhas as palavras do JB.
De novo João Bernardo (de Lisboa). A propósito de algumas questões levantadas pela assistência. Lamento que o caso do Battisti sirva mais para jogos de política interna do que propriamente para solidariedade com o Cesare.
Isto é um debate sobre o Cesare Battisti ou é um debate inserido na campanha para as eleições presidenciais?
Me parece que a questao central é essa passividade dos movimentos sociais em relação ao caso Cesare. Será que não caiu a ficha?
Mais uma coisa. Penso que muita gente aproveitou pra fazer propaganda…
Acredito que haja um problema jurídico no caso de uma representação à Anistia Internacional pois a Itália nunca reconheceu o Estado de Sítio que de fato fez e aplicou, como se vê em qq livro de história da Itália recente. Logo, não houve processo de anistia, julgamento e investigação sobre o período capaz de dar conta do problema.
Como juntar mais elementos para uma denúncia ou de uma luta contra este problema que atingiu a Europa inteira na perseguição aos partidos políticos e movimentos populares que resultou na tensão que conduziu à luta armada contra os assassinatos de militantes.
Realmente, o que me impressiona: temos movimentos no Brasil que promovem ocupações, greves, oposições sindicais. Cadê eles? Aonde estão?
Infelizmente só cheguei agora. Estava lecionando. Minha solidariedade a Battisti.
Me parece que não é exatamente uma apatia. O segredo reside no seguinte: a maioria dos movimentos estão institucionalizados, e jogaam suas fichas na via parlamentar. Daí dá para entender o seu silêncio e passividade. É a miséria da esquerda!
As pessoas estão muito mal informadas acerca do caso Battisti. Prevaleceu a visão de Boris Casoy, de que é um “terrorista” que matou sim e que quer usar a política para se livrar do crime usando o apelo esquerdista. Até a esquerda parece não querer esse “fardo” para ela. Corrigir isso… só luta mesmo, prática e teórica.
Se Lula, que tem a palavra final, seguir o Tratado de Extradição entre Brasil e Itália, este tratado (segundo Folha On-line) “só permite a negação do envio em caso de perseguição política”. Lulinha Paz e Amor vai assumir essa tese de perseguição política por parte da Itália? J. Serra já mostrou sua posição: extraditá-lo. O PT vai querer ficar com esse ônus político? Se se for pressionado. Vai além da política eleitoral interna se houver pressão.
Minha opinião LIBERDADE JÁ PARA CESARE BATTISTI que a JUSTIÇA SEJA FEITA.
Já está arraigada a tese do B. Casoy na população, ou ao menos na audiência que comenta a notícia pela Folha. Contando por aí é bem difícil a luta pela não extradição e libertação de Battisti. Os trabalhadores precisam dispensar de vez sindicatos e ONGs (ao menos a maior parte) e fazerem suas próprias organizações produtivas, escolas, universidades, imprensa, etc., e desde a base constituir positivamente (não só negar, portanto) relações novas. É uma questão de lutar contra esse totalitarismo, (sei lá se) disfarçado de Democracia (muito pouco substantiva), essa tendência fascista do senso comum, de pessoas pretensamente informadas e sempre prontas a destilar seu veneno contra os movimentos sociais (sempre tomando-os como crime), contra os que combatem essa unanimidade (“um tanto forçada”) que a imprensa cria. O que não faltam são fascistas mesmo na internet. É impressionante o egoísmo deste gene.
Concordo com JB e outros, para quem o caso de Battisti está se tornando moeda de troca eleitoral, como pôde-se ver no debate. O compromisso eleitoral sempre cria essas vias corporativistas de apoio a certos candidatos, em troca de “ajuda” a esta ou aquela causa particular. Nunca se ultrapassa essas demandas imediatas e fragmentárias. A solidariedade a um militante vale quantos votos? Além disso, percebi que o argumento maior a favor de Battisti é sua suposta “inocência”. Se ele não for “inocente”, deixa de ser merecedor da solidariedade da esquerda?? Ou apenas a esquerda “light” é politicamente defensável, diante das atrocidades que o Estado comete, principalmente nos tempos do fascismo italiano?
Tenho acompanhado com extrema preocupação o desenrolar (ou enrolar) do calvário de Cesare Battisti. Se Lula da Silva estivesse realmente comprometido com os direitos humanos como apregoa periodicamente e, se de fato estivesse em sintonia com a sua própria historia, fatalmente Cesare Battisti já estaria em liberdade “faz tempo” (sic). Com as eleições se aproximando velozmente na escala do tempo, caberá a presidenciável ex- presa política e também ex revolucionária Dilma Rousseff se desvenciliar desta que poderá ser uma “pedra cantada” da ante-sala das eleições. Fico pensando naquele comentário durante a já passada “caravana” do então pré candidato Lula lá que disse: entre o legal e o legítimo, eu fico com o legítimo (numa referencia a justiça burguesa). Então Lula? Liberdade já!
De todas as falas e proposições, a mais coerente e importante achei ser a do companheiro, que parece ser do mst, que relfetiu sobre a importância do próprio processo de luta pelo “objetivo”. Através desta reflexão, é possível questionar a posição reformista (e que não abre espaço para uma avaliação utilizando uma análise da totalidade) de defender a eleição da Dilma como proposta de solução para o problema da libertação do Cesare. Há de se ter uma preocupação maior com o processo, com o debate, com a complexidade do debate e das posições, para tirar, a meu ver, uma proposta de movimento radical (no sentido de ir a raiz da questão) e contribuir com o debate anti-capitalista (o que exclui a burocracia). Eleger a Dilma, ou defender o voto, pode até libertar o Césare, mas não irá atrasar o processo em mil anos luz? Neste caso temos que pensar em liberar o Césare, mas não a qualquer preço.