A rebelião dos pobres continua em Grahamstown

Manifestação-desfile até ao Serviço de Habitação em Joza, Grahamstown, hoje (5 de Maio) às 12h00

No 1º de Maio de 2011, o povo de Sun City ergueu barricadas nas ruas e incendiou pneus. Sun City é uma favela de Grahamstown. O terreno foi ocupado e as primeiras barracas foram erguidas em 1982. Desde 1982 o povo de Sun City continua a usar o balde para as suas necessidades. Não há casas, não há electricidade, não há arruamentos. Sun City é um buraco esquecido. Após 17 anos no poder, o ANC nada fez para o melhorar e torná-lo numa comunidade decente para lá viverem seres humanos.

Os residentes de Sun City estão em rebelião porque:

• O município de Makana vai devolver 53 milhões de rands ao governo provincial no fim do ano económico em curso por não ter sido capaz de aplicar esse dinheiro.

• O município de Makana não prestou contas de 19 milhões de rands durante o ano económico de 2010/2011.

• O município de Makana não prestou contas de 24 milhões de rands durante o ano económico de 2009/2010.

• O prefeito [presidente da Câmara] tem uma dívida ao município de Makana de 60.000 rands para seu uso pessoal.

• O partido do poder está a substituir e a impor vereadores ao povo.

• Há um alto nível de injustiça por parte do partido no poder. A África do Sul é o segundo país com mais desigualades do mundo depois da Namíbia, e Grahamstown continua a ser uma das cidades com mais desigualdades da África do Sul. É uma vergonha. As desigualdades tornaram-se piores desde que o ANC está no poder.

Os habitantes de Sun City exigem:

Electricidade: A maioria do povo, incluindo os habitantes de Sun City, não têm acesso à electricidade e, sobretudo com todos os incêndios de barracas que há pelo país, a electricidade é precisa com urgência.

Água: A escassez de água e as crises continuam, sem qualquer intervenção significativa das autoridades locais.

Empregos: O desemprego mantém-se à volta dos 70% apesar dos apelos do UPM para a adopção de programas de trabalho pelo município.

Habitação [moradia]: Há uma falta generalizada de habitações. As casas do RDP [Reconstruction and Development Program] já construídas são uma gota no oceano e mesmo as poucas casas RDP já construídas estão a ficar em ruínas.

Democracia e liberdade: As pessoas não combateram e morreram só pela liberdade de votarem de tantos em tantos anos, mas sim para se governarem a si próprias, para construirem os seus destinos e restabelecerem a sua soberania todos os dias.

Fim da opressão económica: A opressão económica é muito intensa e assustadora na África do Sul. A economia tem de ser democratizada.

Os residentes do Campo de Trânsito de Grahamstown decidiram juntar-se ao protesto de hoje, 5 de Maio de 2011. Marcharão até ao Serviço de Habitação em Joza, às 12h00.

As casas do RDP para onde é suposto irem habitar não podem ser acabadas porque os empreiteiros não receberam o seu dinheiro do governo provincial há já mais de seis meses. Isto quer dizer que as casas há tanto esperadas que foram prometidas ao povo mais uma vez não estarão terminadas. E porque as suas casas não estão prontas, eles continuam a defecar em baldes e alguns desses baldes serão [hoje] levados para o Serviço de Habitação.

Esta não é a primeira vez que um projecto de habitação [moradia] é protelado por o governo não ter pago aos empreiteiros. Aconteceu antes em eLuxolweni. E em eVukani as casas foram construídas, mas tão mal construídas que estão a cair.

O secretário de publicidade do UPM,
Xola Mali
072 299 5253 – [email protected]

Tradução do Passa Palavra.

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