Ao Povo do México.

Às suas organizações, partidos e exércitos revolucionários.

 Às suas organizações de autodefesa popular.

 Às suas organizações políticas e sociais.

Às organizações revolucionários, políticas e sociais que reivindicam o magonismo.

Ao Movimento Yo Soy 132.

Mexicanas e Mexicanos, todas e todos.

“O direito de rebelião é sagrado porque seu exercício é indispensável para romper os obstáculos que se opõem ao direito de viver. Rebeldia, grita a borboleta ao romper o casulo que a aprisiona; rebeldia, grita o broto ao rasgar a crosta robusta que lhe fecha o passo; rebeldia, grita o grão no surco ao rachar a terra para receber os raios do sol; rebeldia, grita o terno ser humano ao rasgar as entranhas maternas; rebeldia, grita o povo quando se põe de pé para aplastar a tiranos e exploradores. A rebeldia é a vida; a submissão é a morte.” – Ricardo Flores Magón

“A soberania nacional reside essencialmente e originariamente no povo. Todo poder público emana do povo e se institui a benefício deste. Em qualquer momento, o povo tem o direito inalienável de alterar ou modificar a forma do seu governo” – Constituição Política dos Estados Unidos Mexicanos

No dia de hoje, primeiro de dezembro, se consuma a imposição de Enrique Peña Nieto, contra a vontade soberana do povo do México, que nos dois recentes processos eleitorais tem expressado a vontade de mudança do governo e do sistema de opressão que a oligarquia aplica ao povo. Frente à imposição, o Exército Popular Magonista de Libertação Nacional (EPM-LN) decidiu tornar pública sua existência  e assim manifestar nosso repúdio à fraude eleitoral e exigir respeito à vontade popular expressa no recente processo eleitoral.

Várias organizações, grupos e comandos que nos reivindicamos magonistas, depois de um profundo processo de discussão política, constituímos o EPM-LN. Depois de vários anos na clandestinidade e com um sólido trabalho político de massas em vários estados do país, nós dizemos ao povo que ele não está sozinho, que respaldaremos as diversas ações que ele empreenda nos diferentes rincões da nossa pátria.

Não devemos deixar que se consolide a ditadura policialesco-militar instaurada pelo grande capital. Colocar um freio à repressão que avança a passos agigantados, aos assassinatos políticos, às desaparições forçadas, à criminalização dos protestos e dos lutadores sociais, para isso surgimos – para deter com nosso acionar político-militar a crescente onda repressiva contra o povo e suas organizações.

Sem mais exploração e impostos para a oligarquia e seus governantes, que nos mantém como uma sociedade tributária, vivendo do esforço do nosso trabalho, da nossa mão de obra. Os exploradores devem saber que uma resistência tenaz e ofensiva de forças democrático-revolucionárias os espera. Que os exploradores não possam viver em tranquilidade em seus lugares, essa será nossa função.

Estamos dispostos a não permitir mais a impunidade com a qual se vem desenvolvendo os governos priistas [do PRI] e panistas [PAN] ao longo de mais de oitenta anos. A cada ação repressiva dos de acima, eles terão uma resposta do EPM-LN. A partir de hoje não daremos trégua, sentirão a violência e o fogo em sua própria carne.

A guerra declarada contra o povo durante todos esses anos não foi esquecida: o Massacre de 1986, de 1971, a repressão em Aguas Blancas, Acteal, El Charco, a repressão aos jovens do Movimento Yo Soy 132, a repressão dos normalistas em Michoacán, a imposição de megaprojetos violando a vontade soberana dos donos das terras, os assassinatos dos comandantes Genaro Vázquez Rojas, Lucio Cabañas Barrientos, entre outros muitos lutadores sociais.

A guerra suja. Sua guerra terá agora uma resposta: será o povo e suas organizações quem julgaremos os crimes de guerra. Sem mais impunidade!

Mexicanas e Mexicanos, não podemos seguir permitindo que o grande capital e seu governo atuem e sigam se mantendo no governo como se nada acontecesse, como se não soubéramos que se compraram milhões de votos, se falsificaram milhões de cédulas, as televisões atuaram como a mão do capital para impor o novo ditadorzinho, se assassinou opositores políticos, se coagiu o voto a favor do Partido Revolucionário Institucional [PRI]. A festa dos de acima amanhã se consumará com a posse ao governo de Enrique Peña Nieto. Porque deixar passar ao nosso novo repressor.

Propomos ao povo e suas organizações democráticas e revolucionárias:

a) Aprofundar a resistência popular em todo o território nacional.

b) Passar à ofensiva de acordo com nossas forças político-militares.

c) Perseguir Peña Nieto em todos seus eventos para que tenha que sair fugindo como na Universidade Iberoamericana.

d) Acelerar a formação de grupos de autodefesa e unidades militares em todo o território nacional – atentando às medidas de segurança e às regras clandestinas que requer o momento.

e) Impulsionar a resistência popular de massas em todos os eventos do capital e seu governo. Assim como, opor-nos decididamente à Reforma Trabalhista.

f) Acelerar a construção de polícias comunitárias e de governos autônomos e repudiar os organismos e instrumentos oficiosos como o Instituto Federal Eleitoral (IFE) e o Tribunal Eleitoral do Poder Judicial da Federação (TEPJF). Tomar em nossas mãos o destino de nossos povos.

g) Impulsionar a unidade do movimento político de massas para atuar como um só e golpear com mais força.

h) Frear o Estado Repressor e seus corpos policiais e militares.

i) Assimilar a experiência dos diferentes processos organizativos na clandestinidade e não cometer os erros do passado.

j) Fortalecer nossa presença com o povo e suas organizações.

k) Aumentar nossos esforços na construção de uma verdadeiro exército político.

Camaradas, a ditadura policial militar avança. Nossos lares se converteram em muros de lamentações, nossos filhos não tem lugar nas universidades, as ruas estão permeadas pelo narcotráfico, nossos filhos são carne de canhão para todos os novos projetos do capital e seu governo. É chegado o momento de passar para a resistência ofensiva contra nossos opressores.

Operários, lutar decididamente contra a Reforma Trabalhista, contra o peleguismo sindical, sacudir o corporativismo sindical.

Companheiras, vocês que durante muito tempo tem dado exemplo de dignidade e tem lutado com coragem contra a opressão, sigamos adiante nesse processo de luta pela Libertação Nacional e a construção de uma nova pátria, sem explorados nem exploradores.

Companheiros indígenas e camponeses, lutar em defesa de nossas terras, contra os megaprojetos, os coronéis e as guardas paramilitares – combatê-las decididamente com a autodefesa armada de nossos povos. Fora transnacionais de nossos territórios!

Jovens estudantes do Movimento Yo Soy 132, tem um lugar nas nossas trincheiras de combate.

Em dois dias se completará mais um aniversário da caída em combate do Comandante Lucio Cabañas Barientos, fundador do Partido dos Pobres e, em oito dias, o assassinato de nosso camarada, Ricardo Flores Magón, fundador do Partido Liberal Mexicano. Diante deles e de todos os camaradas caídos na luta, pelos desaparecidos políticos, pelas mulheres assassinadas, juramos vencer ou morrer em combate contra o capital e seu governo.

 Combativamente:

Exército Popular Magonista Revolucionário de Libertação Nacional (EPM-LN)

Comandante Insurgente Damián.

 Comandante Insurgente Ricardo.

 Comandante Insurgente Tania.

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