Desde as declarações de Marcus Garvey sabemos que as demandas de libertação dos povos negros podem se converter em seu avesso e assim se tornarem a gênese do fascismo. Alguns coletivos discutiam a organização de um ato e um dos grupos, contando com maior número de membros no momento da reunião, impôs a saída de “brancos” da organização e do próprio ato, causando enorme mal estar em vários militantes não-negros presentes. A maioria dos coletivos, discordando desta resolução, se retirou da reunião, organizando e realizando o ato em uma favela da cidade. Mesmo assim, aquele grupo insistiu e marcou o evento em um local no centro da cidade, podendo ser acompanhado por este vídeo. Para nosso alívio, a maioria dos oprimidos ainda mantém seu equilíbrio e sensatez quando o assunto é o combate à opressão. Passa Palavra

1 COMENTÁRIO

  1. Discordo do posicionamento dos colegas mas compreendo. Vindo das quebradas paulistas, fui estudante universitário, virei professor e, por 13 anos morei em cidades universitárias e circulava pelo meio. Podia beber e papear de segunda a segunda, a qualquer horário. Nos 13 anos nunca fui abordado pela polícia. Desfrutava da segunda cidadania que é ser universitário, algo que facilita muitas coisas.

    Em apenas 2 anos e meio que voltei para a quebrada já levei 5 gerais, enquadros. A última foi agora, às 23 horas, quando acabou o primeiro tempo do jogo do Corinthians. Os policiais colocam todos na parede, com as mãos para trás e de cabeça baixa. Um rapaz resolveu falar alguma coisa. Fomos liberados e o rapaz ficou lá. Eles deixam sozinhos e por último os que vão apanhar.

    Quando é universitário pode-se beber numa quarta-feira enquanto vê o jogo da Copa do Brasil. Quando a pessoa é tida como mais um peão da quebrada, fica sob a ditadura dos batalhões, que acham que trabalhador deve somente trabalhar e ficar em casa. Tratando todos os demais como potenciais bandidos.

    Ouví o policial dizer para um rapaz:

    -Você está errado, não devia estar em casa descansando para trabalhar? Pensam assim: da casa para o trabalho e de volta para o trancafiamento domiciliar. Quem sai disso é tratado como sub-cidadão, proibido de assistir o segundo tempo de um jogo e passível de apanhar caso não fale aquilo que foi estritamente perguntado.

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