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não deixe que eu me afogue / em tua inerte coisidão. Por Poeta em Buenos Aires

Beijos

Esta mensagem você não
receberá jamais, mulher.
nunca tive saldo na conta.
As tais desculpas nunca vou
pedir. Não será por orgulho:
perdi teu número e e-mail.

Estes meus olhos nunca mais
te olharão nos olhos profundo:
agora é óculos escuros.
Os versos aqui pra você
em definitivo não são:
mas não ligo se acaso os ler.

Entre pele e garganta, nossos
beijos sempre foram limite.

Boquete

Boca caralho
canta-me o boquete
não deixe que eu me afogue
em tua inerte coisidão

juramento e vassalagem
explica-me o sentido
que me escapa violento
esporro rosto.

Ilustrado com uma obra de Mário Cesariny de Vasconcelos.

Os leitores portugueses que não percebam certos termos usados no Brasil
e os leitores brasileiros que não entendam outros termos usados em Portugal
encontrarão aqui um glossário de gíria e de expressões idiomáticas.

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