Dia Mundial do Refugiado: o papel da arte nos campos de refugiados palestinos

Rossio # 6 | Realidade e perspectivas: o papel da arte nos campos de refugiados palestinos

Sexta-Feira, 20 de Junho | 21h30

MOB Espaço Associativo | Rua dos Anjos, 12 F | Lisboa

“De uma raiz mais profunda”

Neste ano de 2014, proclamado pelas Nações Unidas como Ano Internacional de Solidariedade com o Povo Palestino, a Apordoc – Associação pelo Documentário – acolheu uma proposta do MPPM para assinalar o Dia Mundial do Refugiado com uma sessão no Rossio (“um cineclube informal, irregular e itinerante”) dedicada aos refugiados palestinos: porque dois em cada cinco refugiados em todo o mundo são palestinos; porque os refugiados palestinos são os que se encontram há mais tempo nesta situação; porque 7 milhões de palestinos, constituindo três quartos da população, são refugiados ou deslocados.

A questão dos refugiados ocupa uma posição central no ideário do movimento nacional palestino. A esperança do regresso às casas e terras de que foram expulsos, em consequência da criação do estado de Israel e das sucessivas guerras que lhes foram impostas, passa imorredoura de geração em geração. Contam, para isso, com a força da solidariedade dos povos de todo o mundo para que levem a Comunidade Internacional a assumir as suas responsabilidades históricas, viabilizando a constituição do Estado Palestino livre e com uma solução justa para a questão dos refugiados, dando cabal cumprimento às sucessivas resoluções da Nações Unidas e respeitando o direito internacional e o direito internacional humanitário.

O programa abre com a exibição do documentário “Das Pedras à Liberdade” com montagem e edição de Paulo Vargues (A Barraca), que ilustra o trabalho do “Freedom Theatre”, um projecto cultural localizado no campo de refugiados de Jenin, na Palestina Ocupada, que visa a formação de elementos da comunidade utilizando as artes como motor da mudança social.

Micaela Miranda, uma actriz portuguesa que é professora no “Feedom Theatre”, irá contextualizar o seu trabalho na situação dos habitantes do campo de refugiados, ilustrando a intervenção com fotografias obtidas por si e por jovens refugiados.

O debate final será moderado pela APORDOC e os intervenientes serão Hélder Costa (A Barraca), Micaela Miranda (Freedom Theatre) e Carlos Almeida (MPPM).

Programa:

Documentário | Das Pedras à Liberdade | Paulo Vargues, 29′

Exibição fotográfica | O Teatro como forma de resistência na Palestina Ocupada | Micaela Miranda (Freedom Theatre)

Debate |O papel da arte nos campos de refugiados palestinos | Hélder Costa (A Barraca), Micaela Miranda (Freedom Theatre) e Carlos Almeida (MPPM)

A Apordoc – Associação pelo Documentário é uma associação cultural sem fins lucrativos. Fundada em 1998, o seu objectivo é estimular e promover uma cultura do documentário. A Associação pretende ser um espaço de encontro e discussão permanente para todos os interessados no documentário. No momento actual, a Apordoc tem procurado implantar-se na cidade de Lisboa e no restante território nacional de forma profunda e perene, em particular na área de programação de documentário e de projectos de literacia visual. Pretende-se assim cultivar e afirmar no espaço público outras frentes de trabalho e de relação com a sociedade portuguesa e com parceiros internacionais, para além dos eventos concentrados em poucos dias – como o DocLisboa – e que têm sido as principais marcas da Apordoc nos seus anos de existência.

O MPPM é uma Organização Não Governamental, democrática e apartidária, de solidariedade internacional, acreditada pelo Comité das Nações Unidas para o Exercício dos Direitos Inalienáveis do Povo Palestino (Deliberação de 17.09.2009) que visa promover, no plano da opinião pública, em conformidade com as resoluções das Nações Unidas, o apoio à criação nos territórios da Palestina ocupados por Israel desde 1967, de um Estado da Palestina, independente e soberano, com uma solução justa para a questão de Jerusalém e para a questão dos refugiados palestinos, bem como o apoio ao estabelecimento de uma paz global e duradoura no Médio Oriente. No quadro dos seus objectivos, procura mobilizar a opinião pública para uma efectiva solidariedade moral, política, cultural, material e humanitária com os povos que, no Médio Oriente, são afectados na sua segurança e dignidade, e nos seus inalienáveis direitos à autodeterminação, à independência nacional, à democracia e à paz, desenvolvendo relações de colaboração e de diálogo com personalidades, instituições ou organizações que se dedicam às causas da justiça e da paz entre os povos.

O Freedom Theatre foi inspirado num único projeto, “Cuidado e Aprendizagem”, que usou o Teatro e a Arte para abordar o medo crónico, a depressão e a perturbação do stress pós-traumático das crianças do Camp Refugiados de Jenin. Iniciado durante a 1ª Intifada. Foi construído tendo por inspiração o legado de Arna, pelo seu filho Juliano Mer Khamis. O Freedom Theatre está a desenvolver uma Comunidade artística criativa e entusiástica no Norte do West Bank. para além de dar ênfase ao profissionalismo e inovação, o objetivo do Teatro é também habilitar a juventude e as mulheres da Comunidade a explorar o potencial das artes como um importante catalisador de mudança social.

 

A Barraca iniciou a sua actividade com“A cidade dourada”, em 1976. Um já longo percurso que levou ao estudo da História e da Cultura, que conduziu a uma acção-testemunho do nosso tempo, e que a insere num campo de teatro internacional que, à falta de designação mais correcta e precisa, se pode definir por popular. Teatro popular, porque sem ser etnográfico ou museológico, estuda e aprofunda as metáforas tradicionais populares, recorre à imaginação, ao rigor da simplicidade, ao poético, e ao mágico. Teatro popular também, porque se quer comunicativo e interveniente, porque acredita na evolução e no progresso, porque gosta de fazer rir e de se divertir. E ainda teatro popular porque gosta do abraço do público, e lhe quer dar afectividade de calor. Para que haja mais público, melhor público e melhor teatro.

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