Em uma universidade federal, uma pequena assembleia de servidores discutia a crise política. Conhecidos partidários do governo repetiam que era importante “lutar contra o golpe e também contra os ataques aos direitos sociais”. Reconheciam as críticas às medidas impopulares da presidente e bradavam que “estavam na luta, independente do governo”. Surgiu a proposta de iniciar uma discussão de uma greve do funcionalismo público contra o último pacote de medidas fiscais proposto pelo governo Dilma. Na hora um dos anti-golpe objetou: “Falar de greve nesse momento é fazer o jogo da direita. Primeiro combatemos o golpe, depois discutimos isso”. Passa Palavra
Eu penso que há um grande desconhecimento sobre o espectro direita esquerda. O que eu percebo é um tendência em caracterizar como esquerda um governo que atende aos anseios populares e governo de direita aquele que fecha os olhos ao que quer o povo, atendendo a lobbys empresariais.
Gostei da leitura, mas o desafio é maior. Como iniciar a formação de redes de interesse e de defesa dos trabalhadores, pelos trabalhadores. Há, na história algum exemplo que possamos adotar, senão o da traição, da partilha, da entrega, dos famosos golpistas, mas que nasceram do proletariado. O que dizer de outras clivagens sociais que não a de classe social?