Por Gabriel Silva

Hoje, dia 27/05, chega ao 7º dia a greve nacional dos caminhoneiros[1]. O movimento não para mesmo depois do acordo firmado com o governo federal por várias de suas entidades representativas e mesmo já tendo conseguido arrancar grandes vitorias econômicas, forçando o governo federal e governo estaduais a promoverem redução de impostos sobre os combustíveis e impondo ao governo federal realizar subsídios bilionários à Petrobras para sustentar a redução do preço do diesel e suspender os ajustes diários de preços dos combustíveis — num processo que fez as ações da empresa despencarem e colocou em pauta a demissão de seu presidente, Pedro Parente. Mais importante, a greve despertou imensa solidariedade ativa de outros setores da classe trabalhadora.

A sanha grevista

Despertou os petroleiros[2], que nos dias anteriores já faziam paralisações em solidariedade aos caminhoneiros e com pautas próprias, paralisando instalações importantes em Canoas (RS), Betim (MG) e Araucária (PR). O clima de luta na categoria forçou a Federação Única dos Petroleiros (FUP) a marcar uma greve nacional por tempo determinado para esse dia 30, quarta-feira, com duração prevista de 72 horas. Hoje, domingo dia 27, os petroleiros farão novos atrasos e cortes de rendição nas quatro refinarias e fábricas de fertilizantes que estão em processo de venda: Refinaria Landulpho Alves – Rlam (BA), Abreu e Lima (PE), Repar (PR), Refap (RS), Araucária Nitrogenados (PR) e Fafen (BA). Os petroleiros se aproximam da data-base de sua campanha salarial e sofreram no último ano forte degradação de suas condições de trabalho devido às reestruturações na empresa e a um agressivo programa de demissão voluntária, que reduziu a categoria em 12 mil trabalhadores, sobrecarregando todos os demais. Além disso, a Petrobras também passa por um processo de privatização.

Também mobilizou os ubers[3], que têm sentido diretamente em sua renda o aumento do preço dos combustíveis, e que aderiram em peso à paralisação dos caminhoneiros em diversas cidades. Há noticias de paralisações e protestos de ubers nas cidades de São Paulo (SP), Recife (PE), Campina Grande (PB), Belém (PA), Brasília (DF), Salvador (BA), Campo Grande (MS) e Brusque (SC), na que provavelmente seja a primeira grande mobilização nacional com ações diretas radicalizadas dessa nova categoria profissional de motoristas, símbolo da flexibilização das relações de exploração do trabalho. As mobilizações dos ubers, unificadas com caminhoneiros, motoboys e com apoio popular já haviam sido prenunciadas em mobilizações unificadas justamente contra o aumento da gasolina no fim do ano passado em Goiânia[4]. É curioso lembrar que antes da revolta popular derrubar o aumento da tarifa de ônibus em São Paulo em 2013, e se espalhar por todo país, já havia ocorrido uma revolta popular em menor escala que derrubou o aumento da tarifa pouco antes em Goiânia, capital do centro-oeste que novamente prenuncia em seu microcosmo uma grande rebelião nacional. Na sexta feira, 19/05, quem foi para a icônica Avenida Paulista no período da tarde viu, de um lado, a avenida paralisada por ubers, do outro lado, por motoristas de vans escolares.

Os motoristas de vans escolares em São Paulo-capital aderiram em massa à greve dos caminhoneiros[5]. Estima-se que algo em torno de 90% da categoria parou, são mais de 6 mil motoristas que deixaram de transportar mais de 100 mil crianças para a escola desde quinta-feira, 24/05,  só na capital. No estado de São Paulo estima-se em 20 mil o número de motoristas de vans parados, o que equivale a 80% da categoria; há registro de mobilização de motoristas de vans também em outros estados. Os motoristas de vans escolares em São Paulo têm tido uma progressiva escalada de combatividade desde o ano passado, quando já faziam protestos e paralisações junto com as mães afetadas pelos cortes do programa de transporte escolar gratuito (TEG) promovidas pela prefeitura de São Paulo, que tem promovido demissões e diminuição do número de crianças transportadas e, portanto, redução de renda dos motoristas. Tais cortes têm sido repetidos em diversas prefeituras. Como militante do Movimento Passe Livre acompanhei e apoiei as mobilizações deles no último período. Suas lutas se dão sempre à margem das organizações tradicionais, mesmo tendo eventualmente influência de direções ligadas ao PSOL. Já em janeiro desse ano a categoria, para enfrentar um decreto do prefeito Dória ,que promovia a demissão de 2 mil motoristas (e motivada pela conjuntura de mobilização nos transportes com a luta contra o aumento e a greve dos metroviários), ocupou a Secretaria Municipal de Educação, conquistando a derrubada do decreto. Nos meses seguintes a categoria prosseguiu junto às mães realizando vários atos regionais contra os cortes das TEGs, chegando a conquistar pequenas vitórias locais. Esse processo aparece como um prenúncio para essa primeira paralisação estadual, e talvez nacional, massiva com travamentos feita essa semana pelos motoristas de vans. Entre as avenidas travadas somente na sexta-feira, 25/04, estão algumas das principais avenidas da capital como a Av. Paulista, Marginal Pinheiros, Marginal Tietê, Radial Leste e Av. 23 de maio, além de se somarem aos caminhoneiros em outras avenidas e rodovias.

Os motoqueiros são outra categoria que é altamente precarizada e tem sua renda diretamente reduzida pelo preço alto dos combustíveis. Eles também têm aderido a paralisações e atos dos caminhoneiros a nível nacional[6].

Além destas categorias, está claro que a deslegitimação total do governo e a deterioração das condições de vida da população em geral criaram um caldo de maciço apoio aos movimentos grevistas e de travamento capitaneados pelos caminhoneiros, apoio que tem se manifestado em diversas ações de solidariedade e que tem sido mensurado e combatido diariamente pela grande mídia. Tal apoio é o principal fator pra explicar a relativa pouca repressão que o movimento por ora tem sofrido, apesar de o próprio presidente Michel Temer, num pronunciamento ao vivo em rede nacional de televisão, ter ameaçado usar o exército para reprimir o movimento[7].

Importantes greves já ocorriam semana passada de forma paralela, sem relação direta com a greve dos caminhoneiros, mostrando a sanha grevista que circula entre os trabalhadores nessa conjuntura. Paralisaram essa semana professores de escolas privadas de São Paulo, uma categoria sem tradição de luta que prepara sua primeira greve histórica para resistir aos ataques da reforma trabalhista. Houve greve dos metalúrgicos da Mercedes-Benz de São Bernardo, que conquistaram aumento real e a manutenção do acordo coletivo ameaçado pela reforma trabalhista. Também ocorreu a greve dos rodoviários de Salvador[8] que, ao serem obrigados pela justiça a manterem a circulação parcial dos ônibus, liberaram as catracas praticando a tarifa zero na cidade e em 24 horas conquistam o aumento salarial acima da inflação. Sou bancário, e na minha categoria profissional o assunto da semana foi essa onda grevista. O Banco do Brasil anunciou remoção compulsória de algumas dezenas de escriturários em mais um capítulo das constantes reestruturações que têm ocorrido, mas dessa vez o clima era outro e já se marcou uma paralisação de resistência para segunda-feira de forma sintomática e em clima de preparação da campanha salarial da categoria que deve ocorrer em julho/agosto[9].

Greve geral?

A greve já provoca desabastecimento de postos de combustíveis, aeroportos, entrepostos de alimentos e restaurantes, paralisação de grande parte das frotas de ônibus de transporte público nas principais capitais brasileiras, paralisação da fabricação de veículos nas principais montadoras, paralisação total ou parcial em diversas indústrias, paralisação parcial das postagens dos Correios, paralisação no abate de animais, estimando-se a perda de 1 bilhão de aves e 20 milhões de suínos por falta de alimentação, além da perda de enormidades numéricas de vários produtos perecíveis com prejuízos tamanhos que o setor do agronegócio tem pressionado o governo por um plano de reestruturação na área.

Sem muito rigor no levantamento dos dados, já podemos afirmar com segurança e sem exageros que, em todo o Brasil, alguns milhões de trabalhadores estão tendo desde semana passada seu trabalho total ou parcialmente paralisados devido à falta de combustíveis, falta de transporte para ir e voltar do trabalho ou falta de insumos diversos que não chegam devido ao imenso movimento nacional de greve e travamentos dos caminhoneiros.

A greve dos caminhoneiros já é, por sua amplitude, força, nacionalização, disseminação da luta por diversas categorias, apoio social, alta radicalidade nas ações diretas e impacto econômico direto para o conjunto da economia capitalista, o principal movimento dos trabalhadores no último período, sendo comparável nestes quesitos apenas a junho de 2013 e pela greve geral do dia 28/04/2017. Mas supera claramente estes dois eventos em seus impactos econômicas imediatos, sendo inclusive o mais próximo de um real movimento de greve geral que a minha geração já viveu. Segundo o jornal Valor Econômico, as perdas com a greve já superam R$9,5 bilhões distribuídos pelos diferentes setores da economia nacional. Os ganhos do movimento, com reduções do preço da gasolina que geraram cifras de subsídio na casa dos bilhões, também são uma vitória em escala muito raramente vista na miséria da realidade dos movimentos sociais e sindicais brasileiros do último período.

O movimento dos caminhoneiros, articulado por WhatsApp com uma sofisticada rede descentralizada, tem uma qualidade organizativa que ainda não se tinha visto em grande escala em mobilizações de trabalhadores no país, com muitas semelhanças nesse aspecto com as jornadas de junho de 2013, que foram convocadas e disseminaram-se em ampla rede organizativa descentralizada de convocações por todo país pelo Facebook; e com a onda de ocupações secundárias, que a partir de São Paulo tomaram o país em 2015 e 2016. Ainda mais que em junho, os principais veículos de comunicação e deliberação dos secundaristas foram o Facebook e o WhatsApp. Tal descentralização permitiu que os caminhoneiros passassem por cima de diversas tentativas de desmobilização pelo governo, por suas entidades representativas e pelas próprias centrais sindicais que se oferecem para apaziguar o movimento[9]. Todos que leem este texto devem ter recebido em seus celulares diversos vídeos, textos e fotos do movimento dos caminheiros. Assim como em 2013, pela pauta da redução da tarifa, a pauta da redução do preço dos combustíveis tem um apoio generalizado e consistente pela sociedade, fazendo com que desde do início o movimento tenha um apelo por apoio politico para setores mais amplos da população do que os diretamente mobilizados, furando o corporativismo, e um direcionamento das demandas ao Estado.

Uma esquerda pasma

Fico com um sentimento doloroso de imensa frustração organizativa e indignação com a pobreza de análise, falta de debates e forte incapacidade de ação que beira a reação pela maior parte da esquerda e sobretudo pela extrema esquerda em relação à greve dos caminhoneiros; e é isso que me motivou a escrever este texto. Cinco anos depois de junho de 2013 e um novo evento nacional surgido de forma inesperada deixa novamente a extrema esquerda pasma e sem capacidade de influenciar os acontecimentos.

O movimento dos caminhoneiros e as principais categorias que aderiram ativamente ao movimento, com exceção da mais importante, que é a dos petroleiros – me refiro a categorias de motoristas de vans escolares, ubers e motoboys -, são todos setores precarizados que estão excluídos do sindicalismo oficial, do trabalho CLT, e sem tradição de lutas ou proximidade por parte da esquerda brasileira. Esse tipo de luta de trabalhadores “autônomos” – que parecem por vezes se confundir com pequeno-burgueses por terem propriedade de sua ferramenta de trabalho, porém, são precarizados e presos a uma situação de submissão semi-salarial com os seus contratantes, e que não são claramente representados pelas entidades sindicais – deve se tornar mais frequente com os novos tipos de contratação, trabalho intermitente e fenômenos como a pejotização.

   

Além disso, a maioria dos setores da extrema esquerda que valoriza as lutas do mundo do trabalho costuma se pautar a partir de um instrumental teórico que tende a desprezar as lutas que partem da perspectiva do consumo e fora das organizações tradicionais que têm estourado no último período pelo Brasil e no mundo. Não é casual que a luta contra o aumento tocado pelo MPL em 2013 e a atual greve dos caminhoneiros contra o aumento dos combustíveis partam da centralidade dos transportes, e tenham sido as duas principais mobilizações a se espalhar e abalar o capital em nosso país no último período. Parte-se do mesmo problema de 2013, o encarecimento do custo de vida a partir do transporte, mas dessa vez a mobilização não partiu dos usuários de transportes público, mas bateu num ponto mais profundo, se generalizou a partir do principal insumo do transporte em geral: foram os setores de trabalhadores de transporte que são mais diretamente afetados pelo preço dos combustíveis, como os caminhoneiros, transportadoras, motoristas de vans, motoboys, ubers, alcançando inclusive a própria fabricação dos combustíveis com a mobilização dos petroleiros; foi toda a cadeia produtiva que gira imediatamente em torno dos combustíveis que movem o transporte que se mobilizou numa tendência de unificação nessa greve. Curiosamente essa unificação se deu à margem das organizações em geral, à direita ou à esquerda, se dando a partir de uma composição de classe delimitada por critérios econômicos e unificando assim na prática grevista as posições políticas mais contraditórias.

A postura das organizações perante a greve dos caminhoneiros é só mais uma prova de como a extrema esquerda pouco aprendeu com junho de 2013. Por mais que Conlutas e PSOL tenham declarado apoio logo cedo, a débil ação mostra quão pouca é sua disposição de sair de seus pequenos feudos seguros se arriscando em influenciar o movimento geral da classe. Neste caso vemos que a direita tem sido muito mais receptiva em se aproximar e pautar o movimento[10]. O debate sobre os setores patronais próximos ao movimento dos caminhoneiros são reais mas não podem nos desmobilizar, devemos lembrar que a greve geral do dia 28/04/17 também teve em grande escala características de lockout. Analisando a história, vemos como momentos de greves gerais e grandes lockouts acompanham com frequência os processos revolucionários, sendo parte de pensar o encaminhamento de uma revolução lidar ativamente com a patronal na ação direta. Que a extrema direita seja o principal setor político a se capitalizar com essa histórica greve dos caminhoneiros é um perigo ao conjunto dos anticapitalistas. A cooptação pela direita de setores da vanguarda de um movimento vindo de baixo de forma descentralizada com poder de em poucos dias desabastecer de combustível e alimentos as principais cidades, e interromper total ou parcialmente as principais empresas produtivas, é uma ameaça de ascensão do fascismo muito mais consistente do que as manifestações dos verde amarelos jamais poderiam ser. É necessário atuar numa perspectiva que fomente essa greve para que fortaleça os laços de solidariedade entre a nossa classe contra os capitalistas, e não que fortaleça a direção dos capitalistas sobre os movimentos dos trabalhadores.

Foto: NILTON CARDIN

Algumas questões colocadas pela possível continuidade da greve dos caminhoneiros nos próximos dias são o desabastecimento crescente nas principais cidades. O que demanda pensar em meios de infraestrutura para resistir a isso e a consequente diminuição do apoio que a greve tem no conjunto da população. Caso a greve se mantenha, a questão da repressão militar vai se colocar com mais força e temos que pensar formas de lidar com as consequências disso; a propagação/generalização da greve com a paralisação de outras categorias ainda é uma possibilidade em aberto e este é o momento de propagandear a greve geral por direitos. Com ou sem a continuidade da greve uma imensa quantidade de locais de trabalho tiveram suas atividades interrompidas, assim, conflitos em torno da reposição ou desconto das horas paradas por falta de insumos para a produção devem acontecer em grande quantidade com o fim ou prolongamento da greve dos caminhoneiros.

Este texto é uma tentativa de ajudar a fomentar esse importante debate entre os anticapitalistas e um voto contra o sectarismo autocentrado que reina nas organizações, e que tem dificultado que pensemos qualquer coisa para além dos nossos próprios grupelhos.

Notas

[1] Compilação de matérias sobre o impacto da greve dos caminhoneiros usadas para esse escrito:
http://www.valor.com.br/brasil/5551965/perdas-com-greve-de-caminhoneiros-superam-r-95-bilhoes-em-cinco-dias
http://www.valor.com.br/brasil/5551407/prefeito-de-sp-diz-que-transporte-publico-tem-combustivel-ate-segunda
http://www.valor.com.br/politica/5549991/prefeito-de-sp-decreta-estado-de-emergencia-por-excesso-de-protestos
https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2018/05/greve-de-caminhoneiros-trava-onibus-postos-e-fabricas-no-pais.shtml
http://www.valor.com.br/empresas/5551931/associacao-de-companhias-aereas-calcula-em-5-os-voos-cancelados
http://www.valor.com.br/brasil/5551701/pf-ja-abriu-37-inqueritos-para-investigar-empresarios-diz-jungmann
http://www.valor.com.br/brasil/5551749/prf-informa-que-foram-registrados-554-pontos-ativos-de-bloqueios
https://www.brasil247.com/pt/247/brasil/356070/Z%C3%A9-Maria-Rangel-da-FUP-greve-dos-petroleiros-ser%C3%A1-a-maior-da-hist%C3%B3ria.htm
http://www.valor.com.br/brasil/5551765/sindipetro-sp-promovera-na-segund-dois-atos-de-apoio-caminhoneiros
http://www.valor.com.br/brasil/5548969/mesmo-com-anuncio-de-acordo-caminhoneiros-mantem-paralisacao
http://www.valor.com.br/brasil/5551765/sindipetro-sp-promovera-na-segund-dois-atos-de-apoio-caminhoneiros
http://www.valor.com.br/brasil/5550781/paralisacao-responde-por-79-das-manifestacoes-nas-redes-sociais
http://www.valor.com.br/brasil/5551151/circulacao-dos-onibus-do-sistema-brt-esta-suspensa-no-rio
https://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/grupo-de-caminhoneiros-se-une-para-doar-sangue-em-porto-alegre-apos-queda-de-doadores-apos-paralisacao.ghtml
https://www.istoedinheiro.com.br/abpa-preve-perda-de-1-bilhao-de-aves-e-20-milhoes-de-suinos-com-greve/
https://brasil.elpais.com/brasil/2018/05/25/politica/1527259225_404166.html
http://www.valor.com.br/brasil/5550961/militares-enviam-tropas-refinarias-e-11-aeroportos-diz-ministro
http://www.valor.com.br/brasil/5551229/paralisacao-de-caminhoneiros-entra-em-seu-setimo-dia
https://g1.globo.com/am/amazonas/noticia/greve-dos-caminhoneiros-deve-afetar-setores-da-industria-e-comercio-do-am.ghtml https://www.correiodoestado.com.br/cidades/greve-dos-caminhoneiros-para-60-das-industrias-de-ms/328491/
http://www.valor.com.br/brasil/5551583/belo-horizonte-e-porto-alegre-nao-terao-onibus-neste-domingo
http://www.valor.com.br/brasil/5552083/prefeito-de-angra-dos-reis-avalia-desligamento-de-usinas-nucleares
http://www.valor.com.br/brasil/5552001/forca-nacional-diz-que-nao-tem-efetivo-para-desbloquear-estradas

[2] Petroleiros param em apoio aos caminhoneiros:
Articulação de greve nacional dos petroleiros para os próximos dias:
http://www.fup.org.br/publicacoes/informe-fup/item/22734-petroleiros-vao-a-greve-para-baixar-precos-do-gas-de-cozinha-e-dos-combustiveis
http://www.fup.org.br/ultimas-noticias/item/22723-petroleiros-realizam-mais-um-dia-de-luta-rumo-a-greve-nacional
http://www.valor.com.br/brasil/5551519/petroleiros-se-reunem-para-discutir-adesao-greve-dos-caminhoneiros
https://economia.estadao.com.br/noticias/geral,greve-dos-caminhoneiros-pode-antecipar-paralisacao-de-petroleiros,70002325767
Paralisação dia 24/05/2018, em Betim, Minas Gerais: https://www.brasil247.com/pt/247/minas247/355969/Petroleiros-entram-em-greve-e-param-a-Refinaria-Gabriel-Passos.htm
Paralisação dia 26/05/2018, em Canoas, Rio Grande do Sul:
https://www.correiodopovo.com.br/Noticias/Geral/2018/5/651550/Reuniao-nesta-tarde-deve-definir-rumos-da-paralisacao-da-Refap-em-Canoas
https://www.sul21.com.br/movimentos/2018/05/petroleiros-paralisam-atividades-na-refap-em-apoio-a-greve-dos-caminhoneiros/
https://www.extraclasse.org.br/exclusivoweb/2018/05/petroleiros-do-rs-param-em-apoio-a-caminhoneiros/
Paralisação dia 26/05/2018 em Araucária, Paraná:
http://www.fup.org.br/ultimas-noticias/item/22735-trabalhadores-da-refinaria-do-parana-paralisam-atividades

[3] Paralisações de Uber em apoio a greve dos caminhoneiros:
https://oglobo.globo.com/rio/motoristas-de-uber-ciclistas-carroceiros-se-unem-bloqueio-de-caminhoneiros-22720667
https://www.opovo.com.br/noticias/economia/2018/05/caminhoneiros-e-motoristas-de-aplicativos-dizem-que-greve-nao-cedera.html
https://www.tecmundo.com.br/mobilidade-urbana-smart-cities/130618-motoristas-uber-paralisacoes-varias-cidades-brasil.htm
https://www.midiamax.com.br/cotidiano/2018/motoristas-de-uber-mantem-apoio-a-greve-e-definem-se-fazem-paralisacao/
https://www.tudocelular.com/mercado/noticias/n125375/greve-dos-caminhoneiros-movimento-muda-rotina-dos-usuarios-da-uber-99-e-outras.html

[4] Mobilização unificada contra o aumento da gasolina em Goiânia em 2017:
http://passapalavra.info/2017/11/116843

[5] Sobre a luta dos motoristas de vans escolas em São Paulo:
https://www.facebook.com/passelivresp/photos/a.176327119090214.45137.176309402425319/1751156188273958/?type=3&theater
https://www.facebook.com/passelivresp/photos/a.176327119090214.45137.176309402425319/1706852272704350/?type=3&theater
https://www.facebook.com/passelivresp/videos/1616637251725853/
https://www.facebook.com/passelivresp/videos/1644967572226154/
https://www.facebook.com/passelivresp/videos/1663978586991719/
https://www.facebook.com/408965769448106/photos/a.410568355954514.1073741828.408965769448106/414441162233900/?type=3&theater
https://www.facebook.com/408965769448106/photos/a.410568355954514.1073741828.408965769448106/412412002436816/?type=3&theater
https://veja.abril.com.br/economia/motoristas-de-vans-escolares-aderem-a-paralisacao-em-sao-paulo/
https://oglobo.globo.com/economia/sp-tem-protesto-de-vans-escolares-no-quinto-dia-de-greve-22714889
https://economia.estadao.com.br/noticias/geral,motoristas-de-vans-escolares-aderem-a-paralisacao-em-sao-paulo,70002323873
https://g1.globo.com/ro/rondonia/noticia/motoristas-de-vans-escolares-aderem-ao-protesto-dos-caminhoneiros-e-fazem-buzinaco-em-porto-velho.ghtml
https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2018/05/25/motoristas-do-transporte-escolar-fazem-ato-em-apoio-aos-caminhoneiros-e-fecham-a-paulista.htm

[6] Sobre a adesão dos motoqueiros a greve dos caminhoneiros:
http://videos.band.uol.com.br/brasilurgente/16448728/sp-motoqueiros-aderem-a-greve-dos-caminhoneiros-.html
http://anoticia.clicrbs.com.br/sc/geral/joinville/noticia/2018/05/motociclistas-fazem-ato-em-apoio-a-greve-dos-caminhoneiros-em-joinville-10353828.html
http://www.valor.com.br/brasil/5547761/motociclistas-e-transportadoras-engrossam-protesto
https://g1.globo.com/sp/mogi-das-cruzes-suzano/noticia/caminhoneiros-protestam-em-mogi-na-noite-desta-quinta-feira.ghtml
https://economia.estadao.com.br/noticias/geral,motoristas-do-uber-e-motoboys-se-juntam-a-caminhoneiros-em-protestos-em-brasilia,70002322755
http://www.otaboanense.com.br/motoqueiros-fazem-protesto-em-apoio-a-paralisacao-dos-caminhoneiros-em-taboao-da-serra/
https://www.metrojornal.com.br/foco/2018/05/24/motociclistas-protestam-contra-aumento-de-combustivel-na-marginal-pinheiros.html
https://www.conversaafiada.com.br/economia/sp-motociclistas-fortalecem-ato-dos-caminhoneiros

[7] Apoio da população brasileira a greve dos caminhoneiros:
https://www.correiodopovo.com.br/Noticias/Geral/2018/5/651507/Maioria-apoia-greve-dos-caminhoneiros,-aponta-pesquisa
http://www.gazetadopovo.com.br/politica/republica/apoio-popular-e-governo-fragilizado-por-que-a-greve-dos-caminhoneiros-deu-certo-8pizppvrymeutd7boq1fx1xrz
https://g1.globo.com/pe/caruaru-regiao/noticia/populacao-apoia-caminhoneiros-com-doacao-de-agua-e-alimentos-em-caruaru.ghtml
https://www.folhaonline.es/populacao-se-manifesta-em-apoio-a-greve-dos-caminhoneiros-em-guarapari/
https://tnonline.uol.com.br/noticias/arapongas/46,466671,25,05,populacao-sai-as-ruas-em-apoio-a-greve-dos-caminhoneiros
https://noticias.r7.com/cidades/correio-do-povo/maioria-apoia-greve-dos-caminhoneiros-aponta-pesquisa-25052018
https://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2018/05/26/protestos-de-caminhoneiros-ganham-apoio-da-populacao.htm
https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2018/05/25/de-confeiteira-a-barbeiro-populacao-se-mobiliza-para-ajudar-caminhoneiros-em-greve.htm
http://www.gaz.com.br/conteudos/regional/2018/05/26/120936-a_populacao_apoia_a_greve_dos_caminhoneiros_pesquisa_responde.html.php
http://www.sulinfoco.com.br/populacao-se-une-em-apoio-a-greve-dos-caminhoneiros-em-criciuma/
http://razoesparaacreditar.com/cidadania/caminhoneiros-em-greve-populacao-mg/
https://www.correiodoestado.com.br/cidades/campo-grande/mesmo-com-filas-de-4-horas-para-abastecer-populacao-apoia/328652/
https://www.esmaelmorais.com.br/2018/05/urgente-policiais-rodoviarios-federais-anunciam-apoio-a-greve-dos-caminhoneiros/
http://conexaojaru.com.br/2018/05/26/jaru-populacao-sai-as-ruas-em-apoio-a-greve-dos-caminhoneiros-contra-alta-de-combustivel/
http://www.blogdodjacirpereira.com.br/index.php/9-noticias/8527-populacao-adere-a-protestos-e-apoia-greve-dos-caminhoneiros-em-tavares-na-pb
https://barrosoemdia.com.br/populacao-barrosense-apoia-greve-dos-caminhoneiros/
https://www.campograndenews.com.br/cidades/interior/comerciantes-decidem-paralisar-em-apoio-a-greve-dos-caminhoneiros
https://www.portalodia.com/noticias/piaui/populacao-apoia-protestos-e-ajuda-caminhoneiros-doando-mantimentos-319067.html

[8]Greve dos Rodoviários de Salvador (BA) com tarifa zero:
https://g1.globo.com/ba/bahia/noticia/sem-acordo-com-empresas-rodoviarios-se-reunem-em-assembleia.ghtml
https://g1.globo.com/ba/bahia/noticia/apos-24h-termina-greve-de-onibus-em-salvador-coletivos-voltaram-as-ruas-na-madrugada-desta-quinta.ghtml
http://atarde.uol.com.br/bahia/salvador/noticias/1962413-sem-acordo-rodoviarios-analisam-rodar-durante-greve-com-catraca-livre-nesta-quarta
https://www.bocaonews.com.br/noticias/principal/salvador/206642,empresarios-prometem-justa-causa-a-rodoviario-que-aderir-ao-catraca-livre.html
https://www.correio24horas.com.br/noticia/nid/catraca-livre-na-greve-de-onibus-divide-opinioes-de-rodoviarios-e-passageiros/
https://www.bocaonews.com.br/noticias/politica/politica/206630,greve-de-onibus-neto-diz-que-nao-vai-coibir-o-movimento-de-catraca-livre.html
Paralisação do edifício São João do Banco do Brasil convocada para essa segunda 28/05:
https://www.facebook.com/retomadabancaria/photos/a.1716704701901221.1073741828.1716234561948235/2112435592328128/?type=3&theater

[9] Nota das centrais:
http://fsindical.org.br/forca/nota-das-centrais-sindicais-sobre-a-greve-dos-caminhoneiros

[10] Rafael Saddi, 26/05/2018, facebook: https://www.facebook.com/rafael.saddi/posts/1978536055491250
Quem melhor acertou na percepção do momento e por isso melhor capitalizou a luta dos caminhoneiros foi a extrema direita. Rapidamente, visitaram as concentrações dos caminhoneiros, servindo água e café, formando uma rede de apoio. Souberam vincular a pauta concreta dos caminhoneiros e a crise de representação política entre o precariado às suas próprias análises gerais (corrupção na Petrobrás que gerou isso. Fora todos os políticos. Só os militares para resolver. A luta é de todos os brasileiros contra os políticos e os impostos.).
Os vídeos do Bolsonaro foram os melhores de todos. Falou diretamente para o caminhoneiro, de sua situação concreta e difícil. Parabenizou a coragem e a força. Por fim, e no fim, só depois de elogiar muito, aconselhou a não trancarem mais as rodovias. Ora, claro. Sem rodovia trancada, sem enfrentamento com os militares. Sem enfrentamento com os militares, sem prejuízo para a pauta da extrema direita.
É a primeira vez que a extrema direita brasileira se envolve diretamente em uma luta concreta da classe trabalhadora. Até então só falava ao trabalhador em termos moralistas (aborto, pedofilia) e em termos de segurança pública (bandido bom é bandido morto, estado mais punitivo contra os bandidos). Nunca se dirigia às suas pautas econômicas. Deram um grande passo. Enquanto isso, uma boa parte da esquerda fez um papel ridículo, divulgando posts mentirosos que reduziam toda a movimentação à conspiração das empresas e como nova etapa do golpe. O erro de análise sai caro. Muito caro.

5 COMENTÁRIOS

  1. Boa reflexão.

    A questão do custo dos transportes, como bem apontado, tem sido estopim de importantes mobilizações. Essas categorias fora da CLT, no setor de serviços, tem sido protagonistas. Junte-se as duas coisas e de certa forma isso tudo deveria ser previsível para organizações de esquerda: nova configuração produtiva pós-fordista, just-in-time. A descentralização da produção e dos locais de produção levam à centralidade da circulação e comunicação no processo de produção/realização do valor econômico. Por sua vez o crescimento do setor de serviços em relação ao setor primário e secundário.

    Grosso modo a esquerda tem baixa influência nesse “precariado” dos serviços, e numa época de hegemonia ideológica da direita, a tendência é que adotem ideologias de direita ou no mínimo com alto grau de ambiguidade. Mas não vejo como a esquerda pode influenciar efetivamente o curso dos acontecimentos se já não estava anteriormente próxima a esses segmentos. No caso, uma categoria organizada e industrial como os petroleiros tentarão por sua ação e solidariedade dar um viés claro de esquerda ao movimento. Porém, por vias sindicais não terão o necessário dinamismo nem ousadia que tornam essas greves como a dos caminhoneiros tão impactantes.

  2. Ótima reflexão Gabriel, além de muito oportuna neste momento. Gostaria apenas de fazer uma observação, que não altera em nada a sua análise política desse movimento, com a qual concordo plenamente, mas que pode ser relevante em outros contextos. Não se trata de uma luta no consumo simplesmente, desde Marx já se sabe que a distribuição é um momento da circulação na produção e para a produção. A pejotização, terceirização etc. alteraram o caráter jurídico dessas relações, com uma consequente ampliação da precarização das condições de trabalho e de vida dos caminhoneiros. Mas, seu papel dentro do capitalismo é o mesmo. Estamos falando de um amplo setor do proletariado “clássico”, que já trabalhava desta forma bem antes da uberização. Sim, há consumo, mas consumo produtivo, ou seja, imediatamente relacionado à reprodução de sua atividade produtiva imediata, assim como da produção em geral. Lógico que a alta dos combustíveis afeta a vida social como um todo, mas no que diz respeito à categoria dos caminhoneiros e de sua greve, é disso que estamos falando. No entanto, como você observa atentamente, o movimento já está se expandindo para outras categorias mais recentes do processo de precarização. No mais, espero que a tua reflexão seja o princípio de muitas nesse caminho, e que despertem a ação no fraturado campo da “extrema-esquerda”. Saudações!

  3. Os autores identificam um elemento interessante a ser trabalhado politicamente, no sentido de apontar um caminho de conflito imediato de interesses entre empresas e caminhoneiros pejotizados. Isso deveria ser explorado. Pois, a questão do combustível coloca a queda de braço apenas contra o Estado. No entanto, os mesmos concluem de forma conservadora, pregando a total alienação da categoria como sendo incapaz de produzir uma subjetividade própria sobre sua condição, estando a mercê da manipulação patronal. Aqui aparece o ranço da esquerda tradicional em grau máximo. Está óbvio que setores dessa “esquerda”, em seu velho desejo de ocupar a máquina do Estado, principalmente às vésperas das eleições, não estão vendo com bom olhos o ataque à política de preços de sua “estatal” predileta: a Petrobras. Ao verem os caminhoneiros pararem contra uma política econômica de Estado sobre os combustíveis, que incide diretamente sobre a lucratividade da Petrobras e, imaginando-se ocupando a cadeira do executivo, bradam logo contra a manipulação “neoliberal” da categoria pelas empresas do setor. Mas, os petroleiros também estão parando, vamos ver o que essa “esquerda” tem a dizer sobre isso agora…

  4. Reflexão mais do que oportuna, Gabriel! As similaridades com junho de 2013 são gritantes e é mais do que necessário atribuir a essa mobilização dos caminhoneiros a palavra “autonomia”, como é feito aqui. Compartilho de seu pesar pela inércia e falta de ação da “extrema esquerda” no contexto atual e sinto que se trata de um reflexo obvio de como ela se encontra esvaziada de análises de conjuntura profundas, comprometidas com o processo de degradação do trabalho sob a luz das políticas econômicas assumidas pelo governo. Sofremos um novo ataque neoliberal, não que ele tenha cessado, mas que agora possui maior ímpeto e menos pudor. Outra motivação para tamanha inércia é a cegueira maniqueísta que acredita que não é possível ocupar as ruas ao mesmo tempo em que outros grupos a ocupam pedindo intervenção militar, há um “medo” de se engrossar o coro da direita, o que só prova o entendimento superficial que temos da rua e do debate politico, como se não fosse capaz de ocupar e debater, apenas ocupar para concordância. Por fim, percebo que parte da extrema esquerda continua no velho romance com a urna, como se nossa democracia não fosse parte do problema, como se ela estivesse funcionando, fosse a solução e a única esperança. Nesse cenário, não faltam motivos e vãs teorias da conspiração que não colocam a esquerda nem na miopia (por não ver o que esta distante), nem na hipermetropia (por não conseguir observar o que há de imediato), mas sim na plena e completa cegueira, daquele pior tipo de cego: aquele que se recusa a ver.

  5. Meu comentário anterior foi sem esta parte, sem a qual fica sem sentido. Segue abaixo o artigo que citei acima…

    http://www.ihu.unisinos.br/579431-a-raiz-da-greve-dos-caminhoneiros-e-a-regulacao-do-trabalho

    Artigo que enfatiza a tese da hegemonia empresarial na pauta dos caminhoneiros. Questão principal colocada: por que a luta é pela redução do preço do diesel (lógica empresarial de redução de custos de produção, aproxima os caminhoneiros dos patrões) e não pelo aumento dos pagamentos por frete (assalariamento disfarçado, luta direta contra as empresas)?

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