Por Coletivo Invisíveis

Quantas vezes você se perguntou onde foi parar a moça da limpeza que mantinha o seu prédio higienizado? E o senhor da vigilância que, além de trabalhar muito, se dispunha a te informar sobre lugares da Universidade? Talvez você não saiba, mas pra eles os cortes chegaram (e ainda chegam) mais cedo.

Durante a Assembleia Universitária realizada no Centro de Eventos do Campus Samambaia, o reitor apresentou dados referentes, dentre outras coisas, ao gradativo corte de verbas destinadas ao custeio/investimento dentro da UFG. O que não foi explicitado, no entanto, é como essa queda orçamentária influenciou na vida dos trabalhadores terceirizados (desde 2014 houve redução no quadro geral e isso você vê no link abaixo ). Pensando na intensa exploração sofrida de forma crescente por estes trabalhadores, hoje os técnico-administrativos cobraram do reitor transparência e prioridade nas contas relacionadas a trabalhadores terceirizados. Alguns minutos depois, fomos avisados pelos próprios funcionários terceirizados (em estado de desespero) de que, mais uma vez, a crise já batera à porta antes mesmo de finalizada a Assembleia da Esperança. A UFG optou por demitir trinta e quatro trabalhadores da vigilância. Confirmamos isso com imagem do aviso prévio e apuração de que, de fato, foi por corte de gastos, apesar de isso não ter sido explicado na hora da entrega do aviso prévio.

Não faz sentido se esforçar para quitar dívidas de energia, água, e deixar à míngua pessoas que tanto fizeram (e fazem) pela Universidade Pública. É inaceitável que, para “não afundar de vez”, a gestão expulse do navio os tripulantes responsáveis pela sua construção e manutenção! É irresponsável realizar a construção de mais prédios se não haverá braços que garantirão seu funcionamento!

Por isso, o Invisíveis convida você, trabalhador ou estudante, que faz parte do cotidiano da Universidade Federal de Goiás, a compartilhar esse post e apoiar o trabalhador terceirizado de sua unidade.

“Mas diz aí como eu faço isso, Invisíveis?”

*Questione a direção de sua unidade, onde está aquela moça que ficava no balcão ou na limpeza;
*Fale com o moço da vigilância e veja se ele recebeu o aviso prévio ou conhece alguém que tenha recebido;
* Pergunte à moça da limpeza onde está a sua colega de serviço e se falta material de trabalho;
*Converse com os seus colegas e leve às assembleias e reuniões de sua unidade a pauta de defesa da garantia dos trabalhadores terceirizados;
* Reivindique que os professores e estudantes sigam o exemplo dos técnicos e pressionem o reitor.

Mostre que você, ao contrário da administração da UFG, se importa com os seres humanos que estão por trás dos uniformes e vamos juntos exigir que a reitoria reverta essas demissões.

Trabalhador invisível, há quem te enxergue!

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