Nós, abaixo-assinados, filhas e filhos do povo palestiniano, residentes em Portugal, condenamos o hediondo assassinato do activista político e candidato ao Conselho Legislativo da Palestina, Nizar Banat, morto após a sua detenção pelas Forças de Segurança da Autoridade Palestiniana. Salientamos que a liberdade de expressão é garantida pela Lei Básica Palestiniana.
Denunciamos e condenamos os ataques bárbaros e as detenções perpetrados pelas Forças de Segurança da Autoridade Palestiniana contra os manifestantes pacíficos que protestaram contra o assassinato do activista Nizar Banat.
Sob o princípio da liberdade total que acreditamos não pode ser posto em causa, apelamos ao direito de reunião e manifestação, à necessidade de preservar as liberdades políticas e à proteção dos manifestantes. Rejeitamos as acusações de traição e o desvio da essência de nossa causa: a libertação da Palestina.
Condenamos veementemente as intimidações, as detenções e os ataques contra activistas políticos e manifestantes pelas mãos das Forças de Segurança da Autoridade Palestiniana. Acções como estas constituem uma grave violação dos direitos e liberdades garantidos pela Lei Básica Palestiniana. Esses ataques contra o nosso povo acontecem num momento em que temos uma necessidade extrema de fortalecer a nossa unidade e resistência contra a brutalidade da ocupação sionista. Seja em Sheikh Jarrah, Silwan, bairro de Al-Bustan, Beita e outras localidades palestinianas ameaçadas de despejos, seja na Faixa da Gaza, onde nosso povo inabalável ainda está a curar as suas feridas, perante o silêncio da liderança palestiniana, a indiferença árabe e da comunidade internacional.
Nós, abaixo-assinados, filhas e filhos do povo palestiniano, residentes em Portugal:
● Enviamos as nossas mais profundas condolências à família de Nizar Banat, o mártir da palavra, que morreu num assassinato hediondo.
● Juntamos a nossa voz a quem apela à formação de um comité de investigação independente fora do quadro da Autoridade Palestiniana, constituída por personalidades reconhecidas pela sua independência e integridade, para conduzir uma investigação abrangente sobre o assassinato de Nizar Banat, garantindo que os responsáveis serão exemplarmente punidos. Para conduzir também uma investigação sobre as agressões contra os manifestantes pacíficos, tenham essas agressões sido levadas a cabo por civis ou militares.
● Afirmamos a importância do trabalho jornalístico e da proteção de todos os profissionais da comunicação social que continuam a trabalhar ininterruptamente para transmitir a verdade e expor os crimes da ocupação e suas políticas racistas. Da mesma forma, condenamos veementemente a repressão por parte das Forças da Segurança da Autoridade Palestiniana. Exigimos que estes profissionais não sejam atacados de qualquer forma ou sob qualquer pretexto.
● Rejeitamos a política de traição, infidelidade e a anulação do outro. Afirmamos a importância e a necessidade da existência da oposição nacional sob o teto de uma Palestina unida.
● Afirmamos a ilegalidade de qualquer detenção por causa de uma opinião ou filiação política. Afirmamos a necessidade de proteger o direito da liberdade de expressão e exigimos a libertação de todos os presos políticos.
Finalmente afirmamos que a unidade nacional é a válvula de segurança e da vitória do nosso povo palestiniano na Cisjordânia, Gaza, Jerusalém, nos territórios de 1948 e na diáspora.
Recusamos os confrontos internos, que nos distraem do nosso objectivo principal: resistir e derrotar a ocupação.
Força para o nosso povo até à liberdade e o regresso à nossa terra.
Paz para os mártires, cura para os feridos e liberdade para todos os prisioneiros.
Liberdade para a Palestina.
Abdel Jawad Rabie
Dima Mohammad
Hindi Mesleh
Obai Radwan
Rasha Salah
Serena Sabat
Serene Issa
Shahd Wadi
Thuraya Alayan
Younes Khamash