Foi metalúrgico. Limpou chão de faculdade. Estudou Direito — não para ser advogado, pois (provocava) trabalhadores deviam saber defender-se em qualquer arena. Era só mais um companheiro, que sabia do Direito. Esteve em fábricas e garagens ocupadas. Lecionou para estudantes e lideranças operárias. Nunca saiu nas fotos. O câncer levou-lhe a vida. Em sua homenagem, num galpão recuperado por ferroviários, expuseram quadros que pintara. “Sempre nos falava”, disse um companheiro, “da importância de nos vincularmos primeiro como humanos, antes que operários”. Passa Palavra

3 COMENTÁRIOS

  1. Humanos todos são
    Proletário e patrão
    E os Santos “Lula”
    De canudos ou não
    Sabem ler a bula
    E “vincular”
    Através da conciliação
    Humanos que exploram
    Com humanos que são
    por humanos explorados
    Então…
    O conceito de humanidade
    fundada no clamor da ética
    foge à razão
    torna a luta patética
    Vai contra a Revolução
    Do trabalhador
    À sua emancipação

  2. Na pressa de versar, o poeta preguiçoso não entendeu que o falecido companheiro ressaltava a importância dos vínculos reais entre os proletários, que fossem mais além do utilitarismo político ou sindical, em nenhum momento se fala de conciliar com patrões. Mas entendo que existem esses tipos humanos que têm dificuldade de manter as suas bocas fechadas, sejam eles patrões ou proletários.

  3. Tenho cá pra mim
    que as bombas lançadas
    em Londres, Hiroshima, Berlim
    Originaram-se de decisões
    Por humanos tomadas…
    Mas vejam, e isso e o maior barato!
    Não foram tomadas num sindicato
    Nem numa assembleia proletária
    Pois a classe que explora
    em luta, à classe explorada é contrária
    Por isso, se eu não me engano…
    não dá para chamar
    Todo humano
    “De mano”
    Litle Boy sempre voa nas asas de um B-29
    Mesmo depois de arder em chamas 500 mil casas de papel
    Enquanto humanos operários queimam no inferno
    Humanos burgueses ascendem ao céu…

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