A professora lia o texto final de uma mestranda em História. Faltavam dias para a defesa. No texto, a mestranda dizia da lacunaridade das fontes, mostrava seu caráter fragmentário e parcelar, indagava sobre o cotidiano da comunidade. “Que bom”, pensou, “ela entendeu que fontes não dizem tudo”. Então, num plot twist duplo carpado, no texto a mestranda rejeitou todas as fontes documentais, criou uma personagem (com nome e tudo), jogou-a subitamente na comunidade e fez girar em torno dela todo um cotidiano imaginário, “porque a ciência eurocêntrica não dá conta da riqueza da vida”. De olhos arregalados, a professora parou, respirou fundo e pensou, antes de fechar em definitivo o leitor de pdf: “é…” Passa Palavra

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