Por Norman X. Finkelstein

Apresentação do tradutor: o texto abaixo é o segundo capítulo do livro de Norman X. Finkelstein, I’ll Burn That Bridge When I Get To It! – Heretical Thoughts on Identity Politics, Cancel Culture, and Academic Freedom, publicado em 2023 pela editora Sublation.

Kimberlé Crenshaw vai ao safari

Sem ficar atrás de seus colegas woke [1], Sydney Ember, do New York Times, juntou-se à fração de Martha’s Vineyard do Coletivo Harriet Tubman [2]. Ember será para sempre lembrada/o como a machadinha do Times usada para bater em Bernie Sanders durante as primárias do Partido Democrata em 2020. Quando Bernie sofreu um ataque cardíaco nas primárias, o establishment veio pra cima e não largou, de modo a minar a sua candidatura. A assinatura de Ember em todos os artigos sobre Sanders durante semanas a fio imortalizou seu nome nos anais da imprensa (marrom). A essência de suas reportagens era: “Bernie Sanders, que sofreu um ataque cardíaco, supostamente sofreu um ataque cardíaco. O hospital onde Sanders, que sofreu um ataque cardíaco, está convalescendo, divulgou um comunicado informando que ele sofreu um ataque cardíaco. Embora Sanders, que sofreu um ataque cardíaco, tenha ficado no hospital por menos de três dias, continua sendo motivo de grande preocupação que ele tenha sofrido um ataque cardíaco.”[3] A aversão peçonhenta de Ember por Bernie talvez pudesse ser atribuída ao fato de ele ter sempre criticado a “classe bilionária” enquanto ela se casava com uma família cujo patriarca é o diretor-gerente global da Bain and Company, uma das empresas de “consultoria” mais depravadas do mundo. Isso pode parecer marxismo vulgar, mas, como observou certa vez o jornalista Alexander Cockburn, o marxismo vulgar serve muitas vezes como uma boa primeira aproximação. De todo modo, Ember postulou que a política classista de Bernie estava ultrapassada, a política identitária era onde estaria a verdadeira ação: “quando a revolução finalmente chegou, não era a dele.”[4] Para reforçar o seu ponto de vista, Ember recrutou a Alta Sacerdotisa reinante da política identitária, Kimberlé Crenshaw, que cunhou o termo “interseccionalidade”. O termo agora está tão em alta que não seria surpresa se um algoritmo de estudos de gênero calculasse as notas dos trabalhos dos alunos com base no seu uso por frase. Tal como as três leis do movimento de Newton, a interseccionalidade, de acordo com o artigo seminal de Crenshaw[5], compreende um trio de proposições revolucionárias:

– Um indivíduo pode sofrer múltiplas formas de opressão. Crenshaw chama isso de “discriminação dupla — os efeitos combinados de práticas que discriminam com base na raça e com base no sexo”. Essa ideia não tão nova remonta à gênese da política de esquerda moderna. Era tido como óbvio que a militância em defesa dos direitos dos trabalhadores deve andar de mãos dadas com a defesa dos direitos das mulheres e dos direitos das minorias; que uma mulher poderia ser explorada não apenas como trabalhadora, mas também por causa do seu sexo, e que uma pessoa negra poderia ser explorada não apenas como trabalhadora, mas também devido a cor da sua pele. Militantes alemãs como Clara Zetkin propuseram um Dia Internacional da Mulher anual na reunião de 1910 da Conferência Internacional das Mulheres Socialistas, e o feriado foi celebrado pela primeira vez em 8 de março na Rússia Soviética, depois que as mulheres conquistaram o direito de voto. (Zetkin era uma camarada próxima e íntima de Rosa Luxemburgo. O filho de Zetkin, Kostia, era 14 anos mais novo que Rosa e era seu amante.) Embora o Partido Comunista dos EUA tenha sido remetido à proverbial lata de lixo da história, duas de suas conquistas não podem ser contestadas justamente: seu papel descomunal na formação do Congresso de Organizações Industriais (C.I.O.) e sua defesa dos direitos dos afro-americanos.[6] Não é por acaso que o principal estudioso afro-americano do século 20, W. E. B. Du Bois, e o principal personagem público afro-americano, Paul Robeson, alinharam-se com os comunistas, os quais se mantiveram ao lado e por trás da comunidade negra — e especialmente dos trabalhadores negros superexplorados — quando ninguém mais ousou. O Partido defendeu corajosamente os Scottsboro Boys[7] e Willie McGee.[8] A jovem Angela Davis foi pela primeira vez submetida ao escrutínio público devido a sua adesão ao Partido. (Certa vez ela relembrou rindo que, com sua família tão mergulhada no Partido, ela acabou procurando em outro lugar uma experiência verdadeiramente radical.) Décadas antes de Crenshaw aparecer, a ativista do Comitê de Coordenação Não-Violenta Estudantil (S.N.C.C.), Frances Beal, publicou o artigo “Double Jeopardy: To be Black and female” [Dupla Vulnerabilidade: ser negra e mulher](1969) e também foi editora do jornal Triple Jeopardy da Third World Women’s Alliance, dirigido a mulheres negras trabalhadoras. O conceito, se não a elegante palavra da moda “interseccionalidade”, é muito anterior a Crenshaw. Não, Kimberlé, você não inventou a roda.
– A opressão das mulheres negras é distinta e maior do que a soma das suas partes. As mulheres negras são oprimidas não apenas porque são negras e não apenas porque são mulheres e não apenas porque são negras e são mulheres, mas também porque são mulheres negras: “elas sofrem discriminação como mulheres negras — não a soma da discriminação racial e sexual, mas como mulheres negras.” Crenshaw não apresenta nenhuma evidência de que a opressão híbrida de uma mulher negra se alquimize para criar um tertium datur oprimido. Os livros de história dos EUA estão repletos de evidências de discriminação sistêmica com base na cor da pele e no sexo. Mas com base estrita e separadamente em ser uma mulher negra? Será que os proprietários de escravos estupraram desenfreadamente as mulheres negras porque, como mulheres que — sendo negras — não tinham todas as proteções legais, tornaram-se vítimas fáceis dos fantasmas brancos da carnalidade negra; ou, pelo contrário, porque as mulheres negras se transformaram numa espécie à parte? A “teorização” de Crenshaw pode ter perdido o rumo, mas mesmo assim os seus dividendos políticos não devem ser desprezados. A tripla opressão que confere — como negra, como mulher, como mulher negra — coloca essa categoria de vítimas numa posição muito invejável para ganhar o “bingo da opressão” e todos os direitos, como a preferência na contratação, que acompanham essa vitória. Visto de outro ângulo, o multiplicador de Crenshaw — ou seja, cada opressão múltipla cria uma nova opressão distinta — desencadeia, literalmente, uma regressão infinita na inconsciência jurídica. Assim, uma mulher lésbica negra paraplégica pode pedir uma indenização com base nestas discriminações distintas: negra; lésbica; mulher; paraplégica; {lésbica negra}; {mulher negra}; {negra paraplégica}; {mulher lésbica}; {lésbica paraplégica}; {mulher lésbica negra}; {lésbica negra paraplégica}; {lésbica mulher paraplégica}; {{lésbica negra}{paraplégica mulher}}; {{mulher negra}{lésbica paraplégica}}; {{mulher lésbica}{paraplégica negra}}; {{mulher lésbica}{paraplégica negra}}; {{mulher lésbica negra}{paraplégica}}…[9] É difícil não simpatizar com uma decisão do tribunal distrital, deplorada por Crenshaw em seu artigo, que recuou ao seguir esse caminho jurídico “interseccional”:

Os demandantes não citaram nenhuma decisão que afirmasse que as mulheres negras são uma classe especial que deve ser protegida da discriminação. A própria investigação do Tribunal não revelou tal decisão. Os demandantes têm claramente direito a uma reparação caso tenham sido discriminados. No entanto, não lhes deveria ser permitido combinar recursos legais para criar um novo “superremédio” que lhes proporcionaria um alívio além do pretendido pelos redatores das legislações relevantes. Assim, essa ação deve ser examinada para verificar se ela apresenta uma causa de ação por discriminação racial, discriminação sexual ou, alternativamente, qualquer uma delas, mas não uma combinação de ambas.
(…)
A história legislativa em torno [da legislação relevante] não indica que o objetivo da legislação fosse criar uma nova classificação de “mulheres negras” que teria maior estatuto do que, por exemplo, um homem negro. A perspectiva da criação de novas classes de minorias protegidas, governadas apenas pelos princípios matemáticos de permutação e combinação, levanta claramente a perspectiva de abertura da banal caixa de Pandora.

Em outras palavras, uma mulher negra pode alegar de forma plausível que sofreu discriminação por ser negra ou mulher, ou parcialmente ambas. Mas não porque ela seja um unicórnio megaoprimido.

– A opressão da mulher negra abrange todas as formas de opressão. Marx teorizou notoriamente que o proletariado encarnava todas as formas de opressão humana, de modo que a sua libertação implicaria a libertação de toda a humanidade: “a emancipação dos trabalhadores contém a emancipação universal.”[10] Crenshaw confere essa distinção às mulheres negras: elas constituem a “classe… que, devido à sua interseccionalidade, é mais capaz de desafiar todas as formas de discriminação.” Como as mulheres negras estão supostamente na base do amontoado de opressão humana, a libertação das mulheres negras irá, em tese, libertar a todos. Uma estratégia política “progressista” — o que Crenshaw chama de abordagem “de baixo para cima” — deveria então priorizar as mulheres negras. Liberte-as e você se libertará. Dito de outra forma, se você está comprometido com a emancipação humana, você não apenas não deveria se opor, mas deveria se alegrar com entusiasmo se as mulheres negras fossem colocadas no início da fila. Qualquer que seja o seu valor teórico[11], o valor de mercado dessa percepção, se por acaso você for uma mulher negra (digamos, Crenshaw) que está na fila, não deve ser subestimado. Mas há mais. Crenshaw demonstra ressentimento pelo fato de feministas brancas fingirem falar em nome das mulheres negras.[12] Ela parece menos preocupada ou, nesse caso, até mesmo consciente de que uma mulher negra bem sucedida falando em nome de mulheres negras da classe trabalhadora também pode ser problemático: que suas respectivas opressões podem não exatamente, ou nem de perto, coincidirem. Ela adverte as “mulheres brancas”, pois elas “conseguiram entrar em enclaves anteriormente só de homens brancos, não através da realização de uma reordenação fundamental do trabalho masculino e feminino, mas em grande parte transferindo as suas responsabilidades ‘femininas’ para mulheres pobres e pertencentes a minorias.” As mulheres negras privilegiadas também não transferem as suas responsabilidades “femininas” para as mulheres pobres e pertencentes a minorias? Ela repreende o feminismo da “classe média branca”, por ter “colocado os problemas da classe média branca no centro do feminismo”. Mas as feministas negras da classe média não colocaram os problemas da classe média negra no centro do seu feminismo? Crenshaw omite visivelmente a classe em sua dissecação da opressão.[13] Nenhuma surpresa, ela frequentou a Universidade Cornell como estudante de graduação e depois a Faculdade de Direito de Harvard. Em seu artigo seminal sobre interseccionalidade, Crenshaw descreve em detalhes vívidos sua experiência mais angustiante de opressão interseccional. Ela formou um grupo de estudos em Harvard com dois estudantes negros de Direito. Um desses alunos pertencia a um clube de comida só para homens. Ele convidou ela e o outro homem negro para beber. Quando os dois apareceram no clube, o homem negro conseguiu entrar pela porta da frente, mas, como se tratava de um clube de comida só para homens, ela teve que entrar pela porta dos fundos. “Eu cogitei a ideia”, lembra Crenshaw, “de fazer uma cena para dramatizar o fato de que minha humilhação como mulher não era menos dolorosa e minha exclusão não era mais desculpável do que se todos nós tivéssemos sido mandados para a porta dos fundos por sermos negros.” Em outras palavras, mesmo que ela não tivesse sido oprimida interseccionalmente, ainda assim parecia terrivelmente interseccional. (Pensando bem, ela prudentemente decidiu ficar calada.) Ouso dizer que o martírio de Crenshaw naquela noite esquecida por Deus não se compara aos horrores cotidianos enfrentados por uma mulher negra sem-teto, sem documentos, desempregada ou que recebe salário mínimo? Crenshaw exorta o “feminismo” para que “inclua uma análise de raça se quiser expressar as aspirações das mulheres não-brancas”. Mas não deveria incluir também uma análise de classe se pretende expressar as aspirações das mulheres não-brancas da classe trabalhadora? Em suma, nem todas as mulheres negras estão na base da hierarquia e nem todas as mulheres brancas estão no topo; as mulheres negras não abrangem todas as formas de opressão; elas não deveriam ser por princípio empurradas pro início da fila. A “interseccionalidade” de Crenshaw, que “centra” raça e sexo mas “apaga” classe, reduz-se a uma ideologia que mascara o privilégio econômico. Além disso, Crenshaw se coloca em contraposição a suas irmãs negras e de classe não privilegiada. Em outro artigo inovador, Crenshaw relembra sua “pesquisa de campo” e “estudo de campo”. Ela lecionava na Escola de Direito da UCLA. Crenshaw visitou um abrigo para mulheres vítimas de violência localizado em uma comunidade de “minoria” de Los Angeles que atendia mulheres “desempregadas” e “pobres”. É isso que ela chama de trabalho de “campo”. Na verdade, foi muito além da partida de Margaret Mead para Samoa[14]. Crenshaw estava entrando no coração das trevas. Ela se lembrou de levar seu capacete da Lord & Taylor?[15] [16]

Recordemos que Ember declarou que a política identitária tinha suplantado e ultrapassado a agenda de classe de Sanders. Nessa ocasião ela citou Crenshaw: “Basicamente vivemos um momento em que todas as empresas que se prezam estão dizendo algo sobre racismo estrutural e anti-negritude, e essas coisas estão até mesmo muito a frente do que os candidatos do Partido Democrata estavam realmente dizendo”. Consideremos, então, o papel de destaque de Jeff Bezos. Ele emitiu uma condenação pública do racismo, postou um banner “Black Lives Matter” no site da Amazon, colocou US$ 10 milhões — de seus US$ 100 bilhões — para combater o racismo e declarou o dia 19 de junho como feriado da empresa[17]. Mas estará isso “ultrapassando” a plataforma de Medicare para Todos de Bernie, de aumento do salário mínimo para 15 dólares por hora, de tornar as universidades gratuitas e de abolir a dívida estudantil? Talvez sim, se você não estiver preso a um emprego sem chance de melhoria, com salário miserável, sem benefícios e num armazém da Amazon.

Traduzido por Leo Vinicius.

As obras que ilustram o artigo são de Sheroanawe Hakihiiwe.

Notas

[1] Utilizando a explicação da Wikipedia: ”Woke, como um termo político de origem afro-americana, refere-se a uma percepção e consciência das questões relativas à justiça social e racial. O termo deriva da expressão do inglês vernáculo afro-americano “stay woke” (em português: continue acordado ou desperto), cujo aspecto gramatical se refere a uma consciência contínua dessas questões. No final da década de 2010, woke foi adotado como uma gíria mais genérica, amplamente associada a políticas identitárias, causas socialmente liberais, feminismo, ativismo LGBT e questões culturais (com os termos woke culture e woke politics também sendo usados). Tem sido alvo de memes, uso irônico e críticas. Seu uso generalizado desde 2014 é resultado do movimento Black Lives Matter.” Ver: https://pt.wikipedia.org/wiki/Woke [Nota do Tradutor]

[2] O Coletivo Harriet Tubman é um coletivo ativista de pessoas negras surdas e/ou com deficiência. [Nota do Tradutor]

[3] Uma pesquisa no Google sobre Sydney Ember Bernie Sanders Heart Attack rendeu mais de um milhão de resultados no momento em que este artigo foi escrito.

[4] “Bernie Sanders Predicted Revolution. Just Not This One” (New York Times, 19 June 2020).\ [5] “Demarginalizing the Intersection of Race and Sex: A Black feminist critique of antidiscrimination doctrine, feminist theory and antiracist politics” (1989).

[6] Michael J. Klarman, From Jim Crow to Civil Rights: The Supreme Court and the struggle for racial equality (New York: 2004), pp. 191-92.

[7] Um precursor do caso dos Cinco do Central Park que ocorreu na década de 1930. Na verdade, Du Bois criticou o papel do Partido Comunista na defesa dos Scottsboro Boys, por considerá-lo manipulador.

[8] Motorista de caminhão do Mississipi, de 36 anos, McGee foi acusado em 1945 de estuprar uma mulher branca e foi executado em 1951. Sua defesa foi feita pelo Congresso dos Direitos Civis (C.R.C.), liderado pelos comunistas. Entre os membros da equipe jurídica de McGee estava Bella Abzug, a pioneira congressista feminista dos EUA, que na época trabalhava para o C.R.C. O maravilhoso livro de memórias de Jessica Mitford sobre sua vida no Partido Comunista, A Fine Old Conflict, fornece um relato vívido de sua própria participação na defesa de McGee, incluindo sua jornada para recrutar o irascível William Faulkner em nome de McGee.

[9] Um matemático que consultei, Dr. Sanjeev Mahajan, disse o seguinte:

O axioma de Crenshaw pode ser reformulado da seguinte forma: Duas categorias de opressão, quando combinadas, produzem uma categoria de opressão inteiramente nova e irredutível. Essa parece ser uma leitura justa da sua afirmação de que a discriminação sofrida por uma mulher negra é distinta da soma da discriminação que uma pessoa negra sofre mais a discriminação que uma mulher sofre. Consideremos então um único indivíduo que sofre quatro categorias de opressão: Negra (N), Mulher (M), Paraplégica (P), Lésbica (L). Mas então, segundo Crenshaw, podemos formar categorias inteiramente novas, como {NM}, {NP} e {NL}. Por sua vez essas categorias podem ser combinadas para formar outra categoria irredutível, como {{NM}{NP}} ou {{NL}{NP}}. Essas categorias podem ser combinadas para produzir categorias inteiramente novas de opressão, como {{{NM}{NP}} {{NL}{NP}}}, etc. Agora vamos, de acordo com o axioma de Crenshaw, enumerar todas as categorias irredutíveis possíveis de opressão. Dadas as 4 opções, N M P L, existem 15 subconjuntos não vazios, cada um dos quais é uma categoria irredutível. Como essas 15 categorias são irredutíveis e independentes, elas podem ser combinadas de todas as maneiras para nos dar 215-1= 32.767 subconjuntos não vazios do conjunto das 15 categorias. Cada uma destas 32.767 categorias é uma categoria irredutível de opressão. Mas, novamente, aplicando o axioma de Crenshaw, uma vez que temos agora um conjunto de 32.767 categorias de opressão, podemos combiná-las em todas as configurações possíveis para obter 232.767-1 subconjuntos não vazios de um conjunto de 32.767 categorias. Repetindo este processo, ad infinitum, obtemos infinitas categorias de opressão.

[10] Manuscritos Econômico-filosóficos, de 1844.

[11] A ampla questão de saber se a elevação de Madeleine Albright, Colin Powell ou Condoleezza Rice a Secretário de Estado, a eleição de Barack Obama, de uma presidência de Hillary Clinton ou de uma vice-presidência de Kamala Harris promove a causa do progresso humano — além de explodir mitos tenazes sobre o potencial transformador de elevar os oprimidos a posições de poder — é assunto legítimo de debate. O que é certo, porém, é que a “análise” de Crenshaw não contribui em nada para isso. Também é duvidoso que ser mulher negra sempre a coloque em desvantagem. Um reitor de universidade empreendedor, por exemplo, pode preferir uma mulher negra a um homem negro ou a uma mulher branca, pois isso permite que duas caixas de ação afirmativa sejam assinaladas: é um duplo.

[12] “As mulheres negras não são apenas ignoradas, mas a sua exclusão é reforçada quando as mulheres brancas falam por e como mulheres. A voz universal autoritária — geralmente a subjetividade masculina branca disfarçada de objetividade não-racial e sem gênero — é meramente transferida para aqueles que, exceto por gênero, compartilham muitas das mesmas características culturais, econômicas e sociais.” (ênfases no original)

[13] Ela faz uma referência solitária à opressão de “classe” em uma nota de rodapé de sete palavras.

[14] Margaret Mead (1901-1978), antropóloga estadunidense. Em 1925 foi para Samoa realizar pesquisas antropológicas, que resultaram na obra Coming of age in Samoa: A psychological study of primitive youth for western civilisation, publicada em 1928. [Nota do Tradutor]

[15] Lord & Taylor é uma loja online que foi a loja de departamentos mais antiga dos EUA, fundada em 1826, cuja falência foi declarada falência em 2020. [Nota do Tradutor]

[16] Sendo ela uma teórica, na verdade, uma importante teórica, Crenshaw deve teorizar as descobertas de seu trabalho de “campo” na selva. Segue um exemplo:
“Considere a disputa Clarence Thomas/Anita Hill. Durante as audiências do Senado para a confirmação do juiz Clarence Thomas ao Supremo Tribunal, Anita Hill, ao apresentar alegações de assédio sexual contra Thomas, perdeu poder retórico, em parte porque ficou no meio das interpretações dominantes do feminismo e do anti-racismo. Apanhada entre os tropos narrativos concorrentes do estupro (promovida pelas feministas), por um lado, e do linchamento (promovido por Thomas e os seus apoiantes anti-racistas), por outro, as dimensões de raça e gênero da sua posição não podiam ser ditas. Tal dilema poderia ser descrito como a consequência da essencialização da negritude pelo anti-racismo e da feminilidade essencializante do feminismo. Mas reconhecer isto não nos leva suficientemente longe, pois o problema não é simplesmente de natureza linguística ou filosófica. É especificamente político: as narrativas de gênero baseiam-se na experiência de mulheres brancas de classe média, e as narrativas de raça baseiam-se na experiência de homens negros. A solução não implica apenas defender a multiplicidade de identidades ou desafiar o essencialismo em geral. Em vez disso, no caso de Hill, por exemplo, teria sido necessário afirmar aqueles aspectos cruciais da sua localização que foram apagados, mesmo por muitos dos seus defensores — isto é, declarar que diferença fez a sua diferença.” (Kimberlé Crenshaw, “Mapping the Margins: Intersectionality, identity politics, and violence against women of color,” Stanford Law Review (July 1991), pp. 1298-99)
Se ela fosse minha aluna, eu imploraria gentilmente à pequena Kimberlé que reescrevesse essa algaraviada em inglês. Aliás, ninguém acusou Thomas de “estupro”. Os pecados em série alegados contra ele foram fazer uma piada grosseira sobre pelos pubianos em uma lata de Coca-Cola na presença de Hill. Hill era batista, de uma pequena cidade de Oklahoma. Profundamente desconcertada, ela foi posteriormente hospitalizada devido a dores de estômago induzidas pelo estresse. Levando em conta sua protegida origem batista, Hill claramente tinha uma queixa legítima. Contudo, quando o presidente Bill Clinton foi mais tarde acusado de impropriedades sexuais, Hill apoiou-o publicamente (ela argumentou que “a substância das acusações sexuais contra o presidente Clinton difere dramaticamente daquelas levantadas contra o juiz Thomas”), tal como fizeram feministas brancas proeminentes como Glória Steinem. Bem, esse foi um exemplo mais revelador de interseccionalidade: a convergência entre mulheres woke e o poder cru. Ao contrário de Thomas, Clinton acabou sendo acusado de estupro (por Juanita Broaddrick).

[17] O chamado Juneteenth é comemorado no dia 19 de junho, desde 1866. Ele se refere ao dia em que foi declarado o fim da escravidão nos EUA. Apesar de organizações de direitos civis reivindicarem há bastante tempo que essa data fosse tornada feriado, ele só foi instituído nacionalmente, através de lei, em 2021. [Nota do Tradutor]

Sobre o autor

Norman Finkelstein, nascido em 1953, é judeu estadounidense cujos pais participaram do levante do Gueto de Varsóvia e estiveram em campos nazistas de concentração e extermínio. O restante de sua família foi exterminada pelo regime nazista. Cientista Político, durante vinte anos se dedicou a estudar a situação política e humanitária na Palestina, tema que o tornou mais conhecido e sobre o qual publicou vários livros, como A Indústria do Holocausto, lançado também no Brasil. Maoísta na juventude, como muitos de sua geração, hoje permanece socialista, inspirado principalmente por Rosa Luxemburgo. A junção de uma intensa seriedade de estudo e pesquisa, com uma inegociável integridade de princípios como intelectual militante de esquerda, o levou a perder o emprego de professor universitário em 2007, sendo colocado numa lista negra que o tornou inempregável por quinze anos.

13 COMENTÁRIOS

  1. Um luxemburgista que applaude os massacres do Hamas e pretende que nao sabia nada quando escreviu esta merda ?

    “NOS ULTIMOS 20 ANOS, A POPULAÇÃO DE GAZA, METADE DA QUAL E COMPOSTA POR CRIANÇAS, FICOU PRESA EM UM CAMPO DE CONCENTRAÇÃO. HOJE ELES ROMPERAM OS MUROS DO CAMPO. SE HONRAMOS A RESISTENCIA ARMADA DE JOHN BROWN A ESCRAVIDÃO; SE HONRAMOS OS JUDEUS QUE SE REVOLTARAM NO GUETO DE VARSOVIA – ENTÃO A CONSISTENCIA MORAL ORDENA QUE HONREMOS A RESISTENCIA HEROICA EM GAZA.”
    “EU, POR EXEMPLO, NUNCA FICAREI RESSENTIDO – PELO CONTRARIO, ISSO AQUECE CADA FIBRA DA MINHA ALMA – COM AS CENAS DAS CRIANÇAS SORRIDENTES DE GAZA QUANDO SEUS ARROGANTES OPRESSORES SUPREMACISTAS JUDEUS FORAM, FINALMENTE, HUMILHADOS. AS ESTRELAS DO CÉU ESTÃO OLHANDO PARA BAIXO COM BONDADE. GLÓRIA, GLÓRIA, ALELUIA. AS ALMAS DE GAZA CONTINUAM MARCHANDO”.

    “For the past 20 years, the people of Gaza, half of whom are children, have been immured in a concentration camp. Today they breached the camp’s walls. If we honour John Brown’s armed resistance to slavery; if we honour the Jews who revolted in the Warsaw Ghetto – then moral consistency commands that we honour the heroic resistance in Gaza.”

    “I, for one, will never begrudge – on the contrary, it warms every fibre of my soul – the scenes of Gaza’s smiling children as their arrogant Jewish supremacist oppressors have, finally, been humbled. The stars above in heaven are looking kindly down. Glory, glory, Hallelujah. The souls of Gaza go marching on.”

    O original ingles esta aqui…. Com o seu discurso com suas mentiras e sua retórica desprezível. Ele diz que seus pais sempre adoraram Stalin, até o dia em que morreram. Aparentemente, eles passaram para ele o mesmo arte da mentira que o Stalin….
    https://www.youtube.com/watch?v=I_Sh-ERypMA
    E o mesmo antisemitismo :
    https://npnf.eu/spip.php?article566

  2. Yves Coleman dá um exemplo perfeito de tentativa de argumento ad hominem. Nenhuma linha sobre o que o artigo publicado discute. Mas um ataque ao autor. Aliás, o livro do qual esse artigo é um capítulo trata disso também, da cultura de cancelamento. Coleman não tem vergonha de ir no mais clichê, que é chamar o Finkelstein de antissemita por…. por nada… por não defender Israel. É um estranho antissemita esse que é judeu e participa das manifestações dos judeus em Nova York pelo cessar fogo.

    Esse comentário claramente de má fé de Yves Coleman é um exemplo de manipulação e do próprio modus operandi “stalinista” que ele se diz contra.
    Se Yves Coleman colocou o link para o vídeo, supõe-se que ele viu o vídeo inteiro. Pois se ele viu o vídeo inteiro ele sabe que o escrito de Finkelstein que ele fez questão de colocar em capslock em português foram revistos pelo próprio Finkelstein. Ele mesmo admite que estava errado na avaliação. Ele escreveu aquilo na manhã do dia 7 de outubro com a informação que tinha. No mesmo vídeo (de cinco dias atrás) ele afirma que houve atrocidades e que se tratou de um ato terrorista.

    Qual a intenção de Yves Coleman omitir isso?

    Chomsky e Finkelstein, normalmente com pensamentos muito próximos sobre a questão da Palestina, divergem sobre a leitura do ocorrido em outubro. Assim como qualquer um pode divergir. Mas esse não é o caso de Yves Coleman. Não é divergência, é manipulação. Yves Coleman não apresentou o que de fato Finkelstein pensa sobre o ataque do Hamas. O que Yves Coleman faz é usar estratégia de recorte e descontextualização para tentar cancelar a pessoa, em vez de debater ideias e desviar do assunto. Assistam ao vídeo que ele próprio colocou o link.

  3. O texto é excelente, mas o comentário do Yves Coleman realmente me deixou extremamente frustrado com o autor original. Percebo agora que o erro foi meu em ter acreditado em Yves Coleman sem realmente assistir o vídeo presente no link que ele mesmo deixou como prova de seus argumentos. Eu que tanto reclamo de fake news caí em uma simplesmente por preguiça. Agradeço ao Leo V por ter respondido, o que me fez tirar um tempo pra realmente assistir ao video apresentado pelo Yves Coleman e perceber que, de fato, o comentário feito por ele é uma completa mentirada. Finkelstein deixa claro no vídeo que quando escreveu o texto a notícia que tinha era de que prisioneiros do campo de concentração (Gaza) haviam rompido o cerco, (note que em nenhum momento na citação utilizada por Yves Coleman Finkelstein se refere ao Hamas) e só posteriormente ficou sabendo que se tratava de um ato terrorista do Hamas. Yves Coleman está todo ornamentado no ódio por Finkelstein e pra isso tá se munindo até de fake news.

    *** *** ***

    Aliás, outro erro de Yves Coleman é jogar o vídeo e dizer que nesse vídeo Finkelstein diz que seus pais sempre adoraram Stalin até o dia que morreram. Não ouvi nada disso saindo da boca dele nesse vídeo. Ao contrário, ouvi ele dizer que não havia apagado o texto inicial dele (do qual Yves Coleman destacou alguns trechos) após saber as atrocidades que o Hamas havia cometido simplesmente para não fazer o mesmo que Stalin fez, isso é, tentar apagar a história.

  4. Para começar : A fonte da citaçao do “luxemburgista” Finkelstein…

    https://www.counterpunch.org/2018/05/17/an-interview-with-norman-finkelstein-im-not-betraying-the-legacy-of-my-parents-in-order-to-make-myself-palatable/

    Both of them were staunch supporters of the Soviet Union, but not because they were communists or even because they were politically engaged – they were not. They supported the Soviet Union because the Soviet Union defeated the Nazis, and they looked at the whole world through the prism of the Nazi Holocaust, and so they felt a real sense of debt to the Soviet Union and the Red Army, to Stalin – in particular to Stalin – and I guess you would call them the last Stalinists until their deaths in 1995. You were not allowed, in their presence, to say even a single word critical of Stalin.

    E aqui uma otra citaçao do “luxemburgista” contra os Judeus
    «The chimera of British anti-Semitism (and how not to fight it if it were real» https://www.versobooks.com/en-gb/blogs/news/3979-the-chimera-of-british-anti-semitism-and-how-not-to-fight-it-if-it-were-real
    The three richest Brits in 2016 were Jewish.[12] Jews comprise only .5 percent of the population but fully 20 percent of the 100 richest Brits.[13] Relative both to the general population and to other ethno-religious groups, British Jews are in the aggregate disproportionately wealthy, educated, and professionally successful.[14] These data track closely with the picture elsewhere. Jews comprise only 2 percent of the US population but fully 30 percent of the 100 richest Americans, while Jews enjoy the highest household income among religious groups. Jews comprise less than .2 percent of the world’s population but, of the world’s 200 richest people, fully 20 percent are Jewish. Jews are incomparably organized as they have created a plethora of interlocking, overlapping, and mutually reinforcing communal and defense organizations that operate in both the domestic and international arenas. In many countries, not least the US and the UK, Jews occupy strategic positions in the entertainment industry, the arts, publishing, journals of opinion, the academy, the legal profession, and government.

    *** *** ***

    E a proposito da comparaçao entre a revolta do John Brown e o massacre do Hamas

    Note-se que o final do texto alude, de forma totalmente demagógica e a-histórica, a uma canção cantada pelos soldados afro-americanos do 2.º batalhão de infantaria da milícia de Massachusetts durante a Guerra Civil Americana. Esta canção prestava homenagem à revolta liderada pelo escravo John Brown e foi posteriormente reescrita, incluindo numa versão nacional-patriótica. A canção original termina da seguinte forma: “Ele [John Brown] foi um soldado no exército do Senhor, a sua alma está em marcha”. A exclamação “Glória, glória, Aleluia” foi acrescentada mais tarde.

    Esta comparação ignóbil entre uma revolta de escravos afro-americanos em 1859 e o pogrom organizado por uma milícia de pelo menos 30.000 homens equipados com armas modernas, cujos chefes recebem 30 milhões de dólares por mês só em Gaza, sem contar com as fortunas pessoais e os esquemas financeiros dos seus chefes noutros países, é verdadeiramente vergonhosa! Gostaríamos que Finkelstein e todos os outros idiotas perigosos que partilham as suas opiniões nos dessem o exemplo de um único campo de concentração na história em que os gestores de um local de confinamento autorizassem a existência de uma milícia de prisioneiros super-armados e bem alimentados e lhes fornecessem milhões todos os meses para gerir o seu “campo” e os seus companheiros de prisão!

    Traduzido com a versão gratuita do tradutor – DeepL.com

    *** *** ***

    Ultima falsificacao do Finkelstein
    Ele afirma que levou “vários dias” (quantos ???) para descobrir a escala do massacre de civis perpetrado pelos islamitas em 7 de outubro. Isso não é verdade, porque em 9 de outubro de 2023 a imprensa já estava noticiando 1.400 mortos, incluindo 600 civis israelenses!
    E ele sabia muito bem que o Hamas controla Gaza … e nao os Palestinos !!

  5. Yves Coleman insiste no seu ódio contra Finkelstein. Mas ele não é o único evidentemente. Sua manipulação já foi exposta, mas quando a pessoa é levada pelo ódio visceral ela insiste, descontextualiza, manipula.
    Novamente, não escreve uma linha sobre o assunto do artigo publicado.

    O mais louco é que o que os links que ele posta contradizem as imputações que ele faz a Finkelstein. Mas o ódio contra Finkelstein é tão visceral que ele é incapaz de ver isso.

    Vou me a ter só ao que ele escreveu por último, que ele chama de “falsificação de Fikenstein”. Yves Coleman não sabe sequer a diferença de ignorância, erro e falsificação. Finkelstein errou na avaliação que fez dia 7 de outubro, e ele já disse que errou, já reviu e se arrependeu. Você não pode acusar ele de falsificar, pode afirmar que ele errou, que não acompanhou eficientemente as fontes de informação em tempo real. Mas Yves Coleman é incapaz de admitir isso porque tem um ódio vesceral de Norman Finkelstein digno dos piores sionistas. Tem que tratar.

    *** *** ***

    Um acréscimo à trollagem do Yves Coleman.

    O campo libertário sempre teve essas figuras estranhas. O ação de Yves Coleman me lembra bastante a de um sujeito chamado Puig, décadas atrás no Brasil. Na época não era difundida a expressão ‘troll’ para tratar disso.

    O caso do Yves Coleman me faz lembrar este artigo do João Bernardo: “De perseguidos a perseguidores: a lição do sionismo” https://passapalavra.info/2010/06/24723/

    Tratar-se-ia de um ornitorrinco? Um híbrido de sionista e libertário? Yves Coleman age conforme um nacionalista sionista. Acusa de antissemitismo onde não existe, tenta assassinar reputações dos que criticam a política de Israel e mostram que a Faixa de Gaza é um enorme campo de concentração e que os palestinos vivem um apartheid. Há décadas Finkelstein enfrenta esse tipo de gente, e foi por sua firmeza e integridade no assunto que o lobby sionista conseguiu que ele perdesse o emprego e se tornasse inimpregável. Divergências que possam existir, o exemplo de princípios e integridade de Finkelstein está aí para quem quiser seguir. O exemplo de troll raivoso também está aqui nos comentários para quem quiser.

  6. Ora, o mesmo Leo Vinicius que reclama de “distorções” contra o tal Finkelstein – mesmo que o tal sujeito comprovadamente tenha saudado os combatentes do Hamas, dizendo no vídeo postado aqui que é incapaz de condená-los pelos seus atos por encarnarem a figura de “vítimas” e por não só Israel, mas todos os judeus encarnarem a figura do opressor e classe dominante (argumento identitário) – é o mesmo Leo Vinicius que dias atrás compartilhou um artigo com fake news de Scott Ritter, um colaborador do Estado Russo que já se envolveu anteriormente em campanhas de fake news na guerra da Ucrânia, dizendo que o massacre na cidade de Bucha em 2022 foi obra das próprias forças ucranianas. Depois de criticado por mim, em sua defesa, Leo Vinicius disse que teríamos que ler “criticamente” a fake news divulgada por Scott Ritter, que dizia que o Hamas não matou civis inocentes e tudo se tratou de uma incursão militar, e que Scott Ritter não é mentiroso, mas apenas “teria um lado”. É essa mesma pessoa que quer exigir alguma coerência de outros?

    E ora, fui pesquisar qual seria a opinião do tal Finkelstein sobre a invasão russa na Ucrânia. Para minha falta de surpresa: “Russia had the right to invade Ukraine”: https://twitter.com/normfinkelstein/status/1677342356570357760

    Mas já sei, para Leo Vinicius são apenas opiniões inofensivas que tem que ficar desvinculadas da produção teórica deste autor. Apenas o fato de citá-las para que possamos ler os seus artigos com os olhos abertos já é uma grande ofensa! Yves não tentou desqualificar o artigo em questão, apenas INFORMOU sobre as OPINIÕES TEÓRICAS da pessoa que o escreveu. Isso é passível de censura?

  7. Davi,

    Yves não informou. Yves manipulou e distorceu, como o comentário do “Preguiçoso” bem aponta. O que Yves Coleman fala sobre Finkelstein é a mesma histeria que ele sempre enfrentou em palestras dadas pelos EUA. Sempre havia protestos de sionistas falando os mesmos tipos de coisas. Dizer que ele é antissemita, e todo o resto que vem junto, chega a ser clichê.

    Você pode divergir do que ele fala sobre o direito de palestinos odiarem os israelenses. É algo para um belo debate ético e filosófico. E é claro que é uma escolha política também. O que é o que é feio não é divergir ou errar, o que é feio é dar esse tipo de xilique moral que você deu no seu comentário.

    Ó meu deus! E eu! Eu coloquei o link de um artigo de um suposto propagandista russo junto com um link de notícias para ilustrar que há uma discussão sobre o ataque do Hamas ser guerrilha ou atentado terrorista. Crime!

    Sinceramente, acho que você não é de esquerda, é apenas um moralista buscando pecadores para excomungar. Fica procurando bruxas e pecados, e não discute os tópicos postos.

    Finkelstein entrou nesse livro, do qual esse artigo é um capítulo, em um tema que pouca gente tem coragem de entrar, ainda mais no seu estilo ácido e sem receios. Sabemos que quem faz crítica à política identitária tende a ser proscrito como machista, racista etc etc. Ora, era esse tipo de ataque que ele já enfrentava há décadas por causa de suas pesquisas e ativismo crítico à política israelense.

  8. Gostaria de agradecer ao Léo Vinicius por me ajudar a descobrir que John Brown era euro-americano e não afro-americano. Ouço falar dele há anos e era óbvio para mim que ele era um escravo. Eu deveria saber, dadas as minhas origens afro-americanas. Mea culpa. Quanto ao resto, convido todos os leitores do Passa Palavara a ler e ouvir Norman Finkelstein, cujos livros foram traduzidos para 55 idiomas e que é entrevistado em todo o mundo. Todos poderão julgar sua boa-fé o nao….
    O “troll” que continuara a traduzir textos do website Passa Palavra ……

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here