Somente pessoas de Salvador com certos conhecimentos bem específicos saberão por que o Mercado Iaô, e esta foto em particular, são ainda mais simbólicos de nossos tempos. Para não deixar o impacto restrito só a este grupinho, basta dizer que o Mercado Iaô foi estabelecido nas ruínas da antiga Fábrica de Tecidos Nossa Senhora da Penha, na Ribeira. (Mais detalhes sobre outras ruínas industriais em Salvador podem ser vistas aqui e aqui.) Há tantas leituras possíveis da sobreposição do Mercado Iaô nesta ruína que nem sei por onde começar a dizer alguma coisa.
Manolo,
Não consegui acessar o material pelo link que você disponibilizou, mas deu pra ver que era a tese de Elena Castore e me deu vontade de ler.
Acho que uma coisa a se dizer de antemão é que o Mercado Iaô tem como anfitriã a, agora ministra, Margareth Menezes. Quando visitei o local, além dos trabalhadores lidando com as ruínas da fábrica, em outro ambiente funcionava uma espécie de coworking, um verdadeiro feirão de MEIs negros, e toda uma atmosfera de “empreendedorismo” e self-made-black-women.
Quanto à Ribeira, de lá se vê Plataforma, Lobato. São João do Cabrito… enfim, vê-se pela baía o Subúrbio Ferroviário e suas ruínas: a ponte, a linha férrea, a fábrica de cimento. Tenho um pouco essa imagem de Salvador: muitas ruínas, muitas favelas negras, alguns bairros brancos e classe média ou ricos, e uma cidade tão desarborizada quanto é desempregada. Eventos como o desmoronamento do restaurante Colon talvez não sejam tão atípicos.
Somente pessoas de Salvador com certos conhecimentos bem específicos saberão por que o Mercado Iaô, e esta foto em particular, são ainda mais simbólicos de nossos tempos. Para não deixar o impacto restrito só a este grupinho, basta dizer que o Mercado Iaô foi estabelecido nas ruínas da antiga Fábrica de Tecidos Nossa Senhora da Penha, na Ribeira. (Mais detalhes sobre outras ruínas industriais em Salvador podem ser vistas aqui e aqui.) Há tantas leituras possíveis da sobreposição do Mercado Iaô nesta ruína que nem sei por onde começar a dizer alguma coisa.
Manolo,
Não consegui acessar o material pelo link que você disponibilizou, mas deu pra ver que era a tese de Elena Castore e me deu vontade de ler.
Acho que uma coisa a se dizer de antemão é que o Mercado Iaô tem como anfitriã a, agora ministra, Margareth Menezes. Quando visitei o local, além dos trabalhadores lidando com as ruínas da fábrica, em outro ambiente funcionava uma espécie de coworking, um verdadeiro feirão de MEIs negros, e toda uma atmosfera de “empreendedorismo” e self-made-black-women.
Quanto à Ribeira, de lá se vê Plataforma, Lobato. São João do Cabrito… enfim, vê-se pela baía o Subúrbio Ferroviário e suas ruínas: a ponte, a linha férrea, a fábrica de cimento. Tenho um pouco essa imagem de Salvador: muitas ruínas, muitas favelas negras, alguns bairros brancos e classe média ou ricos, e uma cidade tão desarborizada quanto é desempregada. Eventos como o desmoronamento do restaurante Colon talvez não sejam tão atípicos.