Historicamente, quando um erro se repete isto significa que não é um erro e que corresponde a interesses sociais. Aqueles muitos que continuam hoje a confundir a luta contra a opressão externa de que é vítima um dado povo com o apoio aos dirigentes políticos reaccionários que procuram controlar internamente esse povo transportam, uma vez mais, a luta de classe para o plano nacional. Fazem-no igualmente quando apoiam qualquer regime que se oponha ao governo dos Estados Unidos, mesmo que esses regimes pratiquem a repressão contra os trabalhadores e tenham chacinado os comunistas locais. É certo que há os desatentos, os iludidos e os mal-informados. Mas é necessária muita distracção para não juntar a com b e para esquecer tão sistematicamente as lições da história. Os defensores do comunismo nacionalista pretendem, muito simplesmente, desviar os trabalhadores da luta de classe e edificar um Estado que congregue a totalidade das classes dominantes do país − e onde haja sobretudo lugar para eles. Por João Bernardo
I. O antieslavismo de Engels e de Marx
Engels e Marx transpuseram a luta de classes para o plano nacional, considerando que umas nações seriam «revolucionárias» e outras «contra-revolucionárias»
II. Os comunistas russos e a questão nacional
As revoluções ocorridas na Rússia em 1917 constituíram a expressão de um movimento que atravessara a maior parte da Europa, mas esta luta de classe supranacional foi desviada para a edificação de um Estado revolucionário nacional.
III. O Partido Comunista alemão e a extrema-direita nacionalista
O Partido Comunista alemão, ao mesmo tempo que tentou ultrapassar a social-democracia pela esquerda, tentou ultrapassar os nazis pela direita.
IV. Comunismo e terceiro-mundismo
Os fascismos sobreviveram no interior do terceiro-mundismo, onde se confundiram com as correntes comunistas cujo nacionalismo as levava a apoiar sem restrições aquele movimento.