Nesta segunda-feira, 10 de maio, grandes atos marcaram o segundo dia de manifestações contra o aumento das tarifas do transporte público. Por Passa Palavra e Sarcastico.com.br
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Dando continuidade à resistência contra o aumento nas passagens do transporte coletivo, diversos atos e atividades convocados pela Frente de Luta pelo Transporte Público ocorreram nesta segunda-feira (10/05).
No bairro da Trindade, por volta das 12h, um ato com cerca de 250 pessoas, principalmente estudantes do Colégio Aplicação, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), e Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) conseguiu por alguns minutos bloquear o trânsito nas proximidades do campus da UFSC ao parar a rótula [rotatória] da Rua Lauro Linhares, em um dos acessos à UFSC. Formando uma imensa roda (no formato de ciranda) em volta da rótula, os manifestantes cantavam palavras de ordem quando a polícia de forma truculenta os atacou, com armas de choque (tasers) e cassetetes. A manifestação se reuniu no gramado no meio da rótula e continuou cantando palavras de ordem e mantendo a ciranda. Além de divulgar a manifestação que ocorreria no centro mais tarde (convocada para as 17h), o ato serviu também para animar ainda mais os manifestantes.
No centro, também próximo das 12h, uma pequena manifestação com cerca de 80 pessoas reuniu estudantes do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC) e do Instituto Estadual de Educação (IEE). A manifestação foi seguida de perto pela polícia, que impôs um clima tenso ao ato. Os manifestantes seguiram pela Avenida Mauro Ramos até a Assembléia Legislativa de Santa Catarina, sendo barrados pela segurança. Uma comissão foi montada para passar nos gabinetes dos deputados, pressionando-os a se pronunciarem contra o aumento.
Mas o momento de maior destaque do dia foi a grande manifestação que começou às 17h no centro da cidade. Reunindo mais de 1000 pessoas na frente do Terminal do Centro (Ticen), após uma pequena confusão provocada pela polícia, que agrediu alguns manifestantes que tentaram impedir a entrada dos ônibus no terminal, os manifestantes se reuniram e depois de um jogral que marcou o início do ato deram início à passeata.
O ato seguiu passando principalmente por grandes calçadões, divulgando a luta e aglutinando mais gente à manifestação. Ao chegar ao prédio da prefeitura onde fica localizado o gabinete do prefeito da cidade, Dário Berger, os manifestantes ocuparam a escada de acesso e forçaram sua entrada. Boa parte dos manifestantes participaram da ocupação enquanto o restante da manifestação ficou nas escadas e na rua em frente ao prédio da prefeitura. Após alguns minutos a polícia invadiu o local, agredindo violentamente os manifestantes, provocando medo e revolta. Choques elétricos, golpes com cassetetes e chutes foram usados de forma covarde pela polícia até que o prédio fosse completamente desocupado. Algumas pessoas acabaram passando mal e tiveram que se ausentar do ato dali em diante.
A manifestação foi para a Câmara Municipal, permanecendo por alguns minutos ali, seguindo para a Rua Hercílio Luz e de lá retornando para o Ticen, onde uma pequena assembléia fechou o ato. Durante todo percurso policiais provocaram os manifestantes e a presença massiva de P2 (policiais infiltrados a paisana) mostrou mais uma vez a disposição de criminalizar o movimento. Apesar da empolgação, o clima foi de bastante tensão durante o ato.
A irresponsabilidade do poder público da cidade, que ao invés de dialogar coloca a polícia para agredir as pessoas que resolvem se manifestar reforçou o sentimento de revolta da população. Nessa perspectiva, o grande ato convocado para esta quinta-feira (13/05) deverá reunir centenas (talvez milhares) de pessoas.
Assista abaixo um vídeo produzido pela equipe da página Sarcastico.com.br com imagens do ato ocorrido no centro. Passa Palavra
Fotos: Sarcastico.com.br
