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Há menos de dois meses atrás, motoristas e cobradores de São Paulo paralisaram seu trabalho para lutar por mais respeito e melhores condições de vida, com uma luta que impulsionou greves e paralisações por todo o país! Essa greve foi uma greve dos de baixo: motoristas e cobradores, e foi a maior greve jamais realizada pela categoria. Durante os quase três dias de greve, o desespero dos patrões e as mentiras da televisão mostraram o que todos nós já sabemos: a importância dos trabalhadores e trabalhadoras dos transportes para que a cidade funcione. A força dos motoristas e cobradores assustou aos patrões, que rapidinho correram atrás de fazer um acordo através do superintendente regional do trabalho Luiz Antonio Medeiros. Esse acordo, que era mais interessante pro patrão do que pro trabalhador, trazia uma única garantia: que os trabalhadores que participaram .das negociações não fossem demitidos nem perseguidos em suas empresas.

Hoje, quase dois meses depois da mais forte greve dos motoristas e cobradores, o sindicato dos motoristas e cobradores faz uma festa para homenagear a categoria (dia 25 é dia do Motorista) e comemorar suas vitórias. Mas quais são essas vitórias? Elas são reais na vida dos trabalhadores dos transportes?

Desde o fim da greve, os trabalhadores que negociaram a greve estão sendo intimados a comparecer em delegacias e estão perdendo os seus trabalhos, demitidos! A lista da ViaSul já começou, assim como a da Gato Preto, que conta com mais de trinta nomes. Na Sambaíba muitos não receberam nenhum direito trabalhista e a lista das próximas demissões já tem mais de duzentos companheiros da luta. E de novo, a superintendência do trabalho enrola a categoria, enquanto o sindicato finge que não é com ele. A perseguição das trabalhadoras e trabalhadores dos ônibus mostra somente uma coisa: a força que motoristas e cobradores unidos possuem. A cidade de São Paulo só funciona por causa do seu trabalho nos transportes e por causa dos outros trabalhadores que dependem da condução todos os dias. As demissões dos rodoviários, e também dos metroviários, mostra o medo que os de cima, os patrões e seus pau mandados – como o Medeiros, o sindicato e o prefeito – têm quando esses trabalhadores que movem a cidade se organizam. Eles querem enterrar qualquer organização que questione esse sistema, que oprime diariamente usuários, motoristas e cobradores.

Os trabalhadores e trabalhadoras já mostraram com sua luta que são mais espertos e vigilantes que os de cima, e não vamos permitir que tentem nos passar pra trás mais uma vez!

SÓ A LUTA MUDA A VIDA!
Movimento Passe Livre – São Paulo

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