Adiado julgamento por homicídio

No dia 21/10, deveria ter sido julgado, pelo homicídio de Flávio Mendes Pontes, em março de 2004 em Itaguaí, o ex-PM Fabiano Gonçalves Lopes. Fabiano foi julgado e condenado por formação de quadrilha, devido à sua participação na Chacina da Baixada em 2005, porém na ocasião foi absolvido da acusação de homicídio. Como já cumpriu mais de 1/3 da sua pena de 7 anos, encontra-se atualmente em liberdade condicional.

Na véspera do julgamento, a mãe de Flávio, Joana D’Arc, soube que o mesmo havia sido adiado a pedido do advogado de Fabiano, Antonio Carlos Ribeiro Fonseca, alegando que seu pai (o do advogado) estava doente. Joana, que sofre e aguarda ansiosa e assustada desde a morte do filho, já tendo sido inclusive incluída no programa de proteção a testemunhas, ficou mais uma vez decepcionada e revoltada por um adiamento por motivo tão questionável. O julgamento foi remarcado para 10/12/2009.

Outro caso, ainda mais grave, de manobra judicial feita por advogado de policiais, foi a que levou a mais um adiamento do julgamento do capitão PM Ronald Alves, único oficial acusado de homicídio no caso da Chacina do Via Show, que deveria acontecer no próximo dia 29/10.

Após inúmeros adiamentos, o capitão Ronald seria finalmente julgado no dia 27/08, mas apareceu sem acompanhamento de seu advogado, Ubiratan Guedes, o que obrigou ao juiz indicar um defensor para substituí-lo e remarcar o julgamento para 29/10.

O advogado Ubiratan, não satisfeito com a manobra anterior, entrou com um pedido de Habeas Corpus contra a decisão do juiz da 4a Vara Criminal de Caxias, alegando que não poderia ter sido destituído e solicitando ainda uma audiência especial para tratar de provas que constam dos autos. Surpreendentemente, o pedido foi deferido no Tribunal de Justiça e o julgamento mais uma vez adiado.

Essas manobras, ainda que aproveitando brechas da lei, demonstram o caráter dos advogados que trabalham nestes casos de violações cometidas por policiais. Se não podemos questionar suas atitudes judicialmente, que pelo menos todos saibam seus nomes e os métodos que utilizam, e que trazem ainda mais sofrimento e decepção às mães, familiares e amigos que já sofrem tanto com a brutal perda que tiveram.

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