Por Felipe Corrêa
Leia a primeira, a segunda, a terceira, a quarta e a sexta partes desta série.
ENTRE ERROS E ACERTOS
Qual é a conclusão central que está por trás desse balanço crítico? Teria sido esse movimento completamente em vão? Teríamos perdido nosso tempo e seria uma experiência inteiramente perdida?
Afirmo que certamente não. O movimento teve a virtude, antes de tudo, de realizar uma crítica às velhas estruturas da esquerda, propor alternativas para sua renovação e testá-las, na prática. O que permite extrapolar as hipóteses teóricas e ver, na realidade, como operaram essas alternativas, acumulando uma experiência que não é pouca.
Entre erros e acertos houve, certamente, outros ganhos como a chegada de vários militantes que até hoje seguem na ativa, além da criação de alguns grupos e coletivos que também se mantêm funcionando. E o movimento foi capaz de fazer lutas que, com todos os problemas apontados, conseguiram, em uma medida ou outra, acumular. Ainda que muitas das questões contra as quais o movimento tenha lutado, bandeiras de curto e médio prazo, tenham sido abandonadas pelas estruturas de poder, atribuo isso mais a uma questão conjuntural do que à força do próprio movimento. O que quero dizer é que, independentemente de qualquer coisa, houve aspectos positivos que podem contribuir com a continuidade da construção dessa nova esquerda.
No entanto, não se pode olhar para esse fenômeno sem realizar uma autocrítica que tenha por objetivo superar, de fato, os problemas que surgiram. Ressaltar possíveis virtudes, lembrar de “como era legal aquela época”, não nos fará avançar. Apropriar ou endossar, hoje, a Cultura da AGP, sem reflexão crítica, também não. É, de fato, preocupante que grupos e movimentos pelo Brasil ainda se baseiem nessa cultura, criada em um momento determinado, e com sérios limites — e que se fundamentem no mesmo discurso, de que estão “criando o novo”. A AGP e tudo o que foi o “entorno” do Movimento de Resistência Global no Brasil constituem uma experiência ímpar, a partir da qual todos os que continuam envolvidos com a política, e fundamentalmente com a esquerda, têm o dever de refletir.
Antes de tudo, cabe definir mais precisamente o que entendo por esquerda. Entendo por esquerda o setor da sociedade que tem como eixo de atuação e/ou perspectiva de futuro a igualdade — critério central para essa noção. A esquerda busca, constantemente, a diminuição das desigualdades da sociedade — o que, com frequência, se reflete em uma análise fundamentada nas classes sociais, no papel da luta de classes e no reconhecimento de outras desigualdades como as de raça e de gênero. Essas desigualdades, sendo consideradas mais sociais do que naturais, podem e devem, segundo a esquerda, ser modificadas. A liberdade não é um critério de definição, visto que há setores na esquerda mais e menos libertários. Vale o mesmo para as estratégias, que priorizam a tomada do Estado (pela revolução ou pelos métodos representativos) e as que defendem uma construção pela base, fora do Estado, num modelo que se poderia chamar de poder popular. Traços que são mais comuns na esquerda do que na direita são: a maior disposição à igualdade — tanto em relação à maioria explorada pelo capitalismo como pelas minorias oprimidas –, uma preferência do coletivo em relação ao individual, uma preferência da cooperação em relação à competição, uma abertura maior aos movimentos populares, entre outros. Obviamente, há diversas particularidades que a cortam transversalmente. [Norberto Bobbio. Esquerda e Direita] [1]
O problema fundamental de todo o movimento foi, a meu ver, com base nas críticas da velha e clássica esquerda, criar, por meio de uma certa e relativa “política do espelho” algo, em grande medida, oposto a ela, jogando, como se diz no ditado popular, “a água suja com o bebê dentro”. É verdade que o movimento se manteve no campo da esquerda, fato que pode ser atestado — independentemente das limitações, dos problemas e das contradições — pela própria luta que tinha como inimigo o neoliberalismo e fundamentava-se no princípio anticapitalista. Portanto, certamente, não foi um movimento que, levando ao limite a tal política do espelho, enveredou para a direita.
Analisando as críticas elaboradas pelo movimento à velha esquerda, pode-se dizer que eram todas acertadas. Estou de pleno acordo que a esquerda clássica deu pouco espaço para questões culturais e identitárias, subestimou as relações pessoais, restringiu sua concepção de classe e as análises que se fundamentaram nessa categoria; essa esquerda fundamenta-se em um modelo de atuação que dificulta a aproximação de jovens, e deveriam ser questionadas suas formas tradicionais de luta e mobilização, de maneira a renovar-se e atrair mais pessoas para suas lutas. Concordo também que não se pode querer intervir na realidade simplesmente por meio da teoria, que na velha esquerda há muito dogmatismo ideológico e sectarismo, que os processos são, na imensa maioria, nada democráticos, que ela está hegemonizada por posições autoritárias, que há problemas sérios de hierarquia e dominação, que ela teria de se integrar e usufruir das novas ferramentas tecnológicas. Nenhuma dessas críticas é inválida e todas oferecem elementos relevantes para a construção de uma nova esquerda.
O problema da AGP e da forma de mobilização que ela promovia surgiu por se acreditar, de uma ou outra forma, aberta ou não, que da simples crítica poderiam emergir propostas construtivas, sem maiores reflexões. Pode-se dizer também que o olhar para a velha esquerda foi muito pouco generoso, pois, se havia problemas, como esses que foram apontados, certamente também havia virtudes. Havia um histórico longo que não poderia ter sido descartado da maneira como foi. As experiências acumuladas pela esquerda ao longo dos séculos XIX e XX oferecem um campo de análise monumental e fundamental para a construção de qualquer “novo”; com uma análise desse período, descobriremos que muitos dos “novos” elementos propostos pelos movimentos que foram impulsionados pela AGP estiveram presentes em toda a história da esquerda, ainda que, muitas vezes, tenham sido minoritários.
A falta dessa análise histórica e de uma reflexão estratégica e programática mais aprofundada fez com que o fluxo “natural” do movimento apontasse para problemas imensos, talvez maiores do que aqueles que se buscava superar. Ainda que todo esse processo não tenha levado o movimento para a direita, isso não significa afirmar que, da crítica realizada à velha esquerda, pudesse surgir uma construção adequada. Nosso movimento, forjado em grande medida em oposição à esquerda clássica e sem muitas reflexões em torno da construção que buscava realizar, terminou muito fraco politicamente, tendo pouca capacidade de intervenção real na correlação de forças da sociedade — e muitas vezes não teve nem mesmo a preocupação para que isso ocorresse; abriu mão da organização, estratégias, programas e políticas de alianças, todos elementos fundamentais quando se trata de política; não foi capaz de repensar o conceito de classe e de concebê-lo segundo um novo modelo que desse conta da realidade, abandonando-o, juntamente com a política classista de luta; restringiu-se a um setor minoritário da sociedade, relativamente integrado ao sistema, que, sem possibilidade ou mesmo sem a intenção de envolver contingentes mais amplos da população, não deixou de caracterizar um elitismo bastante semelhante ao da velha esquerda; estimulou o descompromisso, em detrimento do trabalho regular, o trabalho de base; substituiu muitas vezes a luta pela festa; renegou o papel da teoria e da formação política em favor de um praticismo praticamente incapaz de reflexão; deu espaço ao individualismo, ao “democratismo” e à cultura autocomplacente do “pode tudo”, invertendo constantemente a noção de autoritarismo ou mesmo tolerando abertamente muitas atitudes autoritárias em seu seio; estimulou um espontaneísmo inócuo de conteúdo e incapaz em termos organizativos; acreditou que a tecnologia poderia ter conteúdo libertador.
Vê-se que a lista dos problemas da nova esquerda da AGP é tão extensa quanto, senão maior que a lista de críticas à velha esquerda. Caberia, portanto, observar as críticas colocadas, atestar sua validade, verificar os problemas práticos ocorridos no movimento e, por meio dessa crítica honesta e construtiva, buscar elementos que permitam, entre a crítica realizada, e a construção que se levou a cabo, encontrar novos caminhos para a reconstrução da esquerda.
Para uma nova esquerda e um projeto de poder popular
A construção de uma nova esquerda certamente exigirá retomar elementos velhos e clássicos e é sempre bom termos em mente que não estamos reinventando a roda. Isso contribuirá para “baixar um pouco a bola” e diminuir a arrogância nas discussões. A história está evidente para quem quiser ver e, nessa construção, as experiências da esquerda em mais de um século de luta devem ser aproveitadas. Por outro lado, todo esse acúmulo, principalmente entre os séculos XIX e XX permite que façamos uma crítica, honesta e dura, do que foram os equívocos que estiveram presentes nessas experiências. Construir uma nova esquerda exigirá, portanto, uma análise histórica, de teoria e prática, buscando ver quais foram os elementos mais acertados e quais foram os principais problemas encontrados.
Tentando contribuir com esse processo, fazendo essa análise crítica da história — que extrairá e formalizará alguns ensinamentos que a experiência da AGP proporciona –, buscarei pontuar questões que me parecem centrais, se realmente desejarmos dar corpo a uma nova esquerda que constitua um projeto de poder popular.
Assim como defini brevemente o que entendo por esquerda, creio que é importante definir o que quero dizer com poder popular, quando falo que a nova esquerda deve constituir um projeto de poder popular, quando falo que precisamos de um projeto de poder etc. Minha corrente de filiação ideológica tem se esforçado significativamente para discutir de maneira mais aprofundada o tema do poder. [2]
“O poder pode ser entendido como ‘a imposição da vontade de um agente através da força social que consegue mobilizar para sobrepujar a força mobilizada por aqueles que se opõem’. Ele circula por todas as relações sociais: entre classes, grupos e pessoas que possuem relações e, portanto, está também ligado aos conflitos, sendo possível afirmar que nas relações sociais que envolvem conflito nunca há ausência de poder; se uma parte não tem poder, a outra necessariamente tem. Ainda que determinadas classes, grupos ou pessoas tenham capacidade de realização, ou seja, ainda que, potencialmente, possam fazer algo, isso não significa necessariamente a constituição de uma força social e sua implicação em um conflito. O poder existe quando a capacidade de realização constitui-se em força social e essa força é aplicada em um conflito determinado superando as outras forças em jogo.” [Felipe Corrêa. Movimentos Sociais, Burocratização e Poder Popular]
Assim, sustentar que a nova esquerda precisa de um projeto de poder não significa afirmar que ela tenha de ter uma estratégia para tomada do Estado — muito ao contrário. O século XX contribuiu sobremaneira para que se visse, na prática, que o Estado não é um elemento neutro, um “poder” que pode ser tomado e utilizado para os mais variados fins. Vimos que, ainda que ele reflita, em grande medida, aspectos centrais do capitalismo, ele pode ser consequência, mas também causa, já que, se mantido, tem a capacidade de recriar o capitalismo, ainda que com particularidades, como foi o caso da antiga URSS. Criar um projeto de poder exige, antes de tudo, uma compreensão sobre o que é o poder. Partindo dos elementos colocados acima, pode-se afirmar que a sociedade de hoje é o resultado de distintas correlações de forças, que se estruturam do micro para o macro e vice-versa. O capitalismo de hoje, portanto, vem sendo estruturado por uma correlação de forças que coloca de um lado as classes dominantes e de outro as classes dominadas, oprimidas. E quando falo em forças, não me refiro somente à força bruta, a uma política aberta de guerra/repressão; entendo que a ideologia dominante, a cultura difundida pelo capitalismo, as quais forjam indivíduos obedientes que defendem abertamente o status quo (ainda que em seu próprio prejuízo), é também um aspecto central dessa correlação de forças visto que atinge diretamente a vontade do conjunto das massas. Nesse sentido, torna-se central buscar compreender o que é esse poder, quais são suas raízes e a maneira que ele vem se estabelecendo como força hegemônica na sociedade. Um projeto de transformação, nesse sentido, só pode ser forjado se conseguir compreender, em termos estratégicos, a posição do inimigo e, com base nisso, forjar uma estratégia de acúmulo de forças e aplicação dessas forças nos conflitos, de modo a modificar a relação de poder existente.
Por um lado, pode-se afirmar que conceber uma sociedade sem poder significaria acreditar na possibilidade de existência de uma “sociedade sem relações sociais, sem regras sociais e sem processos de decisão sociais”. Ou seja, seria conceber o “impensável”. O que não significa equiparar as noções de poder e dominação. A dominação, na realidade, é um tipo de poder que implica, numa determinada correlação de forças, hierarquia, relação de mando-obediência, exploração, etc. “Os libertários se situam, na realidade, contra os sistemas sociais baseados em relações de dominação (em sentido estrito). ‘Abaixo o poder!’ é uma fórmula que deveria desaparecer do léxico libertário e ser substituída por ‘Abaixo as relações de dominação’. Mas neste ponto é preciso tentar definir as condições que tornam possível uma sociedade enquanto tal.” [Tomas Ibánez. Por um Poder Político Libertário]
Nesse sentido, se a nova esquerda quer ser capaz de intervir na realidade, e deixar de contentar-se com os pequenos ganhos que vez por outra consegue, ela necessariamente terá de conceber-se como força social consistente e avaliar a melhor maneira de intervir nos distintos conflitos, impulsionando-os no sentido desejado.
Lembremos que, estrategicamente, não se pode conceber a política muito além de três posturas bastante simples. Dado um determinado status quo, forjado por determinadas relações de forças, há as seguintes alternativas: 1. Se intervém em favor do status vigente; 2. Se intervém contrariamente ao status vigente; 3. Não se intervém, o que, obrigatoriamente, significa optar, ainda que sem intenção ou inconscientemente, pela primeira alternativa. Ou seja, ao não intervir na realidade de maneira a se opor aos aspectos vigentes da “ordem”, se reforça, obrigatoriamente, essa ordem. Portanto, se uma nova esquerda não for capaz de intervir na realidade em favor de um projeto próprio, ela necessariamente agirá em favor do status quo presente. Parece-me que, a igualdade, aspecto fundamental da velha esquerda, deve ser mantida nesse projeto; da mesma forma, parece-me que a história do século XX demonstra na prática que o projeto de uma nova esquerda deve contar também com a liberdade. E recordemos que a sociedade de hoje não se fundamenta em aspectos igualitários e nem libertários, e que, portanto, sem um projeto próprio capaz de modificar a atual correlação de forças, terminará se sustentando, de um jeito ou de outro, o que aí está.
Além disso, a história também vem demonstrando um princípio básico da estratégia: “os objetivos estratégicos devem determinar a estratégia e esta deve determinar as táticas”. Ou seja, acreditar que um conjunto de táticas que se fundamenta na desigualdade e no autoritarismo possa levar a uma estratégia e a um objetivo de igualdade e liberdade é contradizer a lógica dos fatos. Nesse sentido, se a nova esquerda deve ter como fundamento a igualdade e a liberdade, os meios que ela escolher utilizar, tática ou mesmo estrategicamente, devem ser igualitários e libertários. [3]
Como coloquei, podemos (e em certo sentido devemos) utilizar a história como base — tanto da esquerda clássica, quanto da nova esquerda que a AGP tentou impulsionar — e apontar elementos para uma nova construção. Voltarei, assim, aos mesmos eixos colocados anteriormente, sugerindo, a partir da experiência histórica e da crítica construtiva realizada, elementos para a construção de uma nova esquerda que engendre esse projeto de poder popular.
Notas:
[1] Há um outro fator interessante: quanto mais se nega a diferença entre direita e esquerda, mais ao centro se está. Quando parte da esquerda caminha ao centro, esse é o discurso: que esquerda e direita são conceitos ultrapassados, que não servem mais para explicar a realidade etc.
[2] Em relação às minhas produções, ver: a série “Movimentos sociais, Burocratização e Poder popular: da teoria à prática“, publicada no portal Passa Palavra; o artigo, publicado em livreto, Criar um Povo Forte; e também a nova série, intitulada “Para uma Teoria Libertária do Poder”, que está sendo publicada no portal Estratégia e Análise.
[3] Volto a um exemplo bastante simplório, mas muito explicativo, que utilizei em outro momento. “Utilizando uma metáfora, pode-se afirmar que se queremos ir para o Rio de Janeiro, saindo de São Paulo, não adianta pegarmos uma estrada que vá para Curitiba. Se pegarmos a estrada para Curitiba, chegaremos em Curitiba e não no Rio de Janeiro.” O que dizer das táticas e da própria estratégia do marxismo ortodoxo que, buscando chegar a um comunismo igualitário e libertário, queria construí-lo por meio de um “socialismo” centralizado, que implicava desigualdades econômicas, políticas e sociais, e de uma ditadura?
(Continua)
A Bibliografia virá no final desta série.
Felipe,
venho acompanhando as suas análises (ou balanço crítico) acerca da AGP no Brasil.
Primeiramente, o que me chamou a atenção foi o tom “aspero” das críticas a AGP. Mesmo concordando com quase todas elas, parece que há uma possibilidade de fazer a mesma leitura que fizemos em relação à esquerda clássica, ou seja, “jogar o bebê e a água fora”.
Se, por um lado, os movimentos que fizeram parte da AGP acabaram dando uma certa primazia à prática e deixando de lado a teoria, se houve falta de planejamento que deixaram certas questões para serem resolvidas num espontaneismo… como algumas vezes, alguns tomaram proveitos da “ausência” de organização definida (como contraponto a isso é só pensar no modo pelo qual um Partido se organiza) para se sobrepor e conduzir de modo autoritário.
Entretanto, acredito que isso se deu pelo sufocamento e pela vontade política em participar da luta, em expor aquilo que estava preso pela figura burocratica dos partidos. Assim, o “democratismo” não tem que ser visto como um problema, senão como um sintoma, como algo que revelou a vontade de falar, debater, expor as suas particularidades que foram deixadas num segundo plano.
Pra mim, a principal questão posta neste momento é: Como poderíamos nos organizar a partir dos acúmulos tanto da esquerda clássica como dos movimentos influenciados (ou que participaram diretamente) da AGP? Em outras palavras, será possível conciliar os avançoes e aprendizados dessas duas épocas? QUais avanços? Acredito que teríamos que “aprender” o trabalho de base feito pela esquerda clássica, feita pelas COmunidades Eclesiásticas no brasil (ou os seringueiros do Acre), trabalho também feito pelos partidos de esquerda dos anos 70 e 80.. resgatar a militância (o espírito militante) que havia, se inserir de fato nas comunidades e não ficar relegado a classe média. Sem esquecer da horizontalidade e singulariedade que permeou os movimentos ligados a AGP. Acredito que isso não é um retrocesso, senão um avanço… dar voz aos sem voz deve continuar sendo um ponto principal de um movimento popular.
Agora mais do que nunca, esse balanço tem que ser feito… aumentando os debates, logo vê-se que a teoria e a prática tem que andar juntas, caso contrário, uma prática sem teoria será cega e uma teoria sem prática será vazia.
Será possível “criar” um movimento que faça um bom trabalho de base e se organize levando em contas as diversas singulariedades?
Talvez se olhassemos para os nossos Hermanos poderíamos aprender um pouco com o acúmulo de lutas deles, tendo em vista que os jovens que participaram dos movimentos anticapitalistas conseguiram se inserir nas comunidades e na classe operária (nas fábricas okupadas) e levaram adiante o processo de poder popular (vejam o caso do pessoal da Red de Medios Alternativos que criaram várias rádios em diversas comunidades e estreitaram os laços com as fábricas okupadas). Acho que se faz urgente e necessária a inserção dos movimentos libertários nas comunidades e na classe operária.