“O projeto consiste em fazer exibição de vídeo popular, feitos por movimentos populares ou não, mas que escutam a cidade, que conseguem trazer para as pessoas um mapa, as coordenadas do conflito e das lutas na cidade.” Por Passa Palavra

mostracoordenadas-divulga-2Encerra-se em São Paulo, neste próximo domingo, dia 04, a Mostra de filmes ‘Coordenadas: política e audiovisual entre os centros e periferias’, realizada pelo coletivo Festival Latinoamericano de la Clase Obrera (FELCO) de São Paulo.

Como nos contou Fábio Candotti, um do membros do coletivo, o FELCO é um festival que surgiu na Argentina em 2004 com o objetivo de dar visibilidade e gerar debates em torno de filmes e vídeos comprometidos com as lutas sociais que as camadas populares da sociedade argentina realizavam naquele período. Em São Paulo, ele surge em 2006 e, desde então, vem organizando várias mostras na cidade. “O coletivo trabalha com vídeo popular latinoamericano, basicamente. A gente tenta montar, a partir destas mostras, um acervo de vídeos e filmes para poder distribuir gratuitamente para o país inteiro. É uma atividade que o FELCO tem feito aos trancos e barrancos, mas tem feito de maneira interessante nos últimos anos”.

Neste ano, a mostra procurou tematizar a relação entre o centro e a periferia. “A gente decidiu fazer uma mostra mais voltada para a questão urbana, e brasileira, talvez até pelo acúmulo do que apareceu, daquilo que está sendo produzido em São Paulo e em outros lugares. Nestes últimos cinco anos, muita coisa começou a rolar. O projeto consiste em fazer exibição de vídeo popular, feitos por movimentos populares ou não, mas que escutam a cidade, que conseguem trazer para as pessoas um mapa, as coordenadas do conflito e das lutas na cidade. São produções que trazem histórias e estéticas muito diversas daquelas que vêm sendo elaboradas pela grande indústria do cinema brasileiro e das quais nós, do FELCO, desconfiamos muito.”

Dentro desta perspectiva, o coletivo buscou fazer com que a mostra deste ano fosse exibida pelas 5 regiões da cidade. “Agora, na galeria Olido, a gente está finalizando a mostra pelo centro, depois de ela já ter passado pela zona norte, no CCJ [Centro Cultural da Juventude] e no Cinescadão [Jd. Peri Novo]; na zona leste a gente fez no Dolores Boca Aberta Mecatrônica, lá na Cidade Patriarca; na zona sul, semana passada, acabamos de fazer três dias seguidos no CEU [Centro Educacional Unificado] Cidade Dutra; e na zona oeste fizemos no CEU Butantã.” E em relação ao contato com o público, Fábio diz que “o que mais tem sido interessante, agora, nestas pequenas sessões, é que muita gente tem entrado em contato com a gente para fazer sessão em outros lugares. Teve vários grupos e coletivos que chegaram e disseram: puxa, vamos fazer uma sessão e tal?”

Quem ainda não assistiu às produções audiovisuais marginais reunidas na edição deste ano pode vê-las nas sessões desta última semana, no Cine Olido, região central da cidade. Quinta (01), sexta (02) e sábado (03), as sessões das 19h serão dedicadas a debates com realizadores e exibidores de vídeo e cinema, além de representantes de coletivos políticos, movimentos sociais e do poder público.

Informações mais detalhadas sobre a programação podem ser encontradas em felcobrasil.org/coordenadas.

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