Por Henriette Roland-Holst
As consequências das decisões tomadas em Moscou são mais complexas para os grupos da Esquerda Comunista. O fato de que as novas exigências de centralização e disciplina internacionais não podem ser separadas das decisões relativas ao parlamento e aos sindicatos levou a um resultado infeliz, dando a impressão de que uma parte do campo radical é contra a formação de uma associação internacional sólida.
Apenas um dos grupos da esquerda, o Grupo Comunista Austríaco, demonstrou imediatamente o reconhecimento da grande importância de tal associação. Ao revogar a sua decisão de boicotar as eleições (anunciada pouco antes daquele Congresso) para participar da campanha eleitoral em condições bastante desfavoráveis, forneceu um exemplo de disciplina internacional nunca visto pelo velho movimento.[2]
Na minha opinião, parece injusto e inapropriado zombar deste ato dos camaradas austríacos chamando-os de “mamelucos”[3], como fez o Arbeiter-Zeitung.[4] No entanto, é possível continuar a ser antiparlamentar e, de acordo com os meus critérios, deve-se avaliar os sacrifícios decorrentes de tal atuação. Os camaradas austríacos não são necessariamente marionetes de Moscou que seguem ordens cegamente. Podem ser pessoas que apreciam a liberdade interior, que não servem a palavras sem vida, mas à causa, que não deixam de ver a verdade maior escondida por trás de uma menor. Eles estão convencidos de que participar ou não das eleições é uma questão secundária diante da questão principal: a unidade e a disciplina internacionais.
Contudo, questão completamente diferente é se as experiências negativas em relação à participação nas eleições parlamentares – sofridas recentemente pelos comunistas austríacos e no verão passado pelos alemães[5] – não levantam dúvidas sobre as consequências de uma disciplina que obriga partidos da Terceira Internacional a agir contra o seu próprio julgamento e visão. O fracasso austríaco não prova que a obediência relutante a uma diretiva, sem convicção entusiástica, além de não conseguir reforçar a revolução, ainda atrasa o seu progresso? Essa falha não seria um sinal de que é desejável e necessário, em certos casos e com certos limites, dar liberdade de ação aos membros do partido – precisamente nos casos em que a parte consciente e ativa do proletariado exige ou rejeita um determinado caminho para a ação?
Em seu panfleto sobre a doença infantil da esquerda, ao abordar a questão do parlamentarismo, Lenin nos lembrou brilhantemente sobre o perigo de letargia, que inevitavelmente surge de forma periódica nas tendências da extrema esquerda radical e que constitui seu aspecto negativo. Ele explicou a todos os radicais que esse perigo somente pode ser evitado permanecendo em contato íntimo e contínuo com as massas e, a esse respeito, ele nos fez um grande favor. E ele nos convenceu pessoalmente de que é loucura para os comunistas se recusarem a participar de instituições burguesas ou de organizações não-revolucionárias por medo de fraqueza ou corrupção. A construção das instituições da nova sociedade não será possível sem enfrentar perigos semelhantes e ainda mais graves. Lenin não apresentou nenhuma prova – nem ele nem ninguém poderia apresentar tais provas – de que os comunistas da Europa Ocidental devem participar das eleições parlamentares, em oposição à rejeição intuitiva[6] de tais eleições pela vanguarda revolucionária. Todos os exemplos da prática dos bolcheviques que ele apresentou não provam nada, pois se referem a uma fase no desenvolvimento da revolução mundial que deixamos para trás e que nunca retornará para nenhum proletariado. A Guerra Mundial e a Revolução Russa contribuíram com novos elementos para o curso dos acontecimentos: a mentalidade das massas, e, principalmente, a mentalidade de sua vanguarda, mudaram.[7] Um dos sintomas desta mudança é a rejeição pelo proletariado revolucionário do corrupto, desacreditado e profundamente odiado e desprezado parlamento. O que aconteceu na Alemanha e na Áustria provavelmente acontecerá na Inglaterra e na França se os comunistas desses países também participarem das eleições parlamentares. A longo prazo, Pannekoek será reivindicado contra Lenin, e a resolução internacional sobre o parlamentarismo terá que ser revisada em um futuro congresso.
Com base no que lemos em certas declarações no Workers Dreadnought (Couraçado Operário)[8], os comunistas de esquerda antiparlamentares da Inglaterra seguirão o exemplo dos camaradas austríacos, ou seja, irão priorizar a unidade organizativa nos níveis nacional e internacional, em detrimento da defesa de suas opiniões em questões específicas. Agora que o Partido Trabalhista se recusou a admitir organizações comunistas, desapareceu a questão mais importante da disputa que separava as alas direita e esquerda do movimento comunista inglês e eu penso que a posição do grupo de Pankhurst, ao defender a unificação com o antigo BSP (agora Partido Comunista), é taticamente correta. Seria estúpido preservar a atual fragmentação de forças, única e exclusivamente por causa do antiparlamentarismo de um pequeno grupo: um partido não pode ter um propósito essencialmente negativo para sua existência, sem cair em letargia e se distanciar das massas. No entanto, uma vez que a unidade organizativa formal esteja estabelecida, a tarefa do valente e dedicado grupo de Sylvia Pankhurst estará longe de terminar. Na medida em que, provavelmente, a ala moderada do Partido Comunista inglês será predominante, com sua forte predileção para o parlamentarismo, a tarefa do grupo de Pankhurst consistirá em ser a consciência revolucionária do partido e defender sem cessar as novas concepções sobre o papel das massas como elemento criativo da revolução. Desta forma, também ajudará a preservar o sentido do Movimento dos Shop-Stewards (Delegados de Base)[9] e igualmente contribuirá para que esse movimento possa crescer mais forte. O tamanho limitado dos grupos comunistas na Inglaterra, em termos absolutos e relativos, assim como a falta de um forte aparelho de poder burocrático e líderes influentes no antigo BSP tornam mais provável que a melhor opção para os comunistas deste país seja a unidade organizativa, de modo a proporcionar aos elementos arejados, jovens e radicais – que foram os menos prejudicados pelos velhos conceitos – uma influência sobre o crescimento do movimento. A pré-condição para tal – e isso é muito importante – é que eles preservem sua independência subjetiva e não se privem da prerrogativa de criticar as lideranças nacionais e internacionais.
Em contraste com o que está acontecendo na Inglaterra, na Alemanha é pouco provável que a oposição comunista de esquerda consiga cumprir sua tarefa dentro de um partido unificado. O motivo mais importante, embora não seja o único, é a questão de que a relação entre comunismo e sindicatos na Alemanha assumiu uma forma muito diferente do que na Inglaterra. Na Inglaterra, a nova subjetividade, que quer destituir dirigentes do poder decisório sobre a luta e seu desenvolvimento para colocar esse poder nas mãos das massas organizadas, encontrou uma maneira de criar seus próprios órgãos dentro dos sindicatos: uma solução prática, típica de como o modo de vida se transforma na Inglaterra. Na Alemanha, com seus conceitos muito mais rígidos e seu arrogante fanatismo por poder em todos os setores da vida, tal mudança ainda não foi possível. A oposição comunista radical considera que a renovação dos sindicatos é impossível e acredita que só é possível atingir seu objetivo por meio das federações gerais de proletários, as chamadas “Uniões”. Há, portanto, um conflito com o partido comunista oficial, que, por enquanto, parece ser intransponível.
O isolamento político da extrema esquerda implica grandes perigos, embora, felizmente, existem hoje muitas oportunidades para evitar a perda de contato com as massas. Ademais, é precisamente sua independência que permite ao KAPD (Partido Comunista Operário da Alemanha) propagar livremente suas ideias e as transformar em realidade, sem ser imobilizado pelas exigências de uma disciplina partidária dogmática e autoritária. Quaisquer que sejam as formas que assumam, dependendo da situação específica, todos os grupos da esquerda radical representam fundamentalmente as mesmas tendências. A ideia de que apenas a energia, a iniciativa, o heroísmo e a dedicação das massas podem tornar a revolução uma realidade, não foi entendida apenas teoricamente por esses grupos. Eles querem transformar essa ideia na parte principal de toda organização e toda ação, querem trazer essa ideia para a consciência das massas do proletariado.
É claro que essa ideia nem sempre é como um farol alto, seguro e luminoso mantido pelos radicais de esquerda. Com frequência, esse farol é ofuscado por diversos erros. Os grupos atraídos por esse farol estão sempre buscando, procurando uma direção, e acabam vacilando e cometendo erros porque abandonaram os velhos e bem transitados caminhos. Também devemos acrescentar que os extremos normalmente atraem subjetividades aventureiras, resultando frequentemente em episódios indesejados.
O KAPD tem procurado persistentemente a compreensão teórica, isto é, a verdade sobre a questão de qual caminho seguir para a libertação do proletariado. Teve que expulsar elementos duvidosos e confusos de suas fileiras e está passando por um contínuo processo de maturação e crescente conscientização. Ele cometeu erros, mas seus erros nunca foram o resultado da indecisão de uma burocracia partidária escrava de conceitos antiquados. Não vacilou durante os dias do “Golpe de Kapp”; tampouco quando parecia, por um momento, que os exércitos soviéticos estavam a poucos dias dos portões de Varsóvia, e nem hesitou em paralisar o transporte de armas e munições para a Europa Oriental quando essa se tornou uma questão de extrema importância para as revoluções russa e internacional. Por acreditar nas tarefas históricas das massas e no poder delas para sua realização, agora o KAPD representa o futuro. O KAPD reconhece a necessidade da centralização partidária, desde que seja entendida como uma unidade assentada em princípios básicos e na vontade de traduzir esses princípios, independentemente das circunstâncias, em diretrizes para ação, e não no absolutismo de um punhado de dirigentes. Reconhece o grande valor do partido na luta revolucionária e a tarefa que deve cumprir, que é ser o centro político da vontade e do pensamento da classe proletária. Contudo, rejeita com igual fervor tanto a ideia da ditadura do partido sobre as massas quanto a ideia da ditadura dos dirigentes do partido sobre seus militantes. O KAPD passou por várias mudanças, superou adequadamente conceitos falsos e errôneos, e a maioria das verdades que descobriu são comprovadas e autênticas precisamente porque as descobriu por meio de seus próprios esforços e não as aceitou como resultado de uma decisão tomada de cima. Isso lhe dá um poder que poucos partidos fora da Rússia possuem.
As resoluções de Moscou sobre as tarefas dos partidos comunistas ainda se baseiam na antiga divisão das pessoas em duas espécies: uma elite minoritária que pensa, decide e age em nome de todos, e um grande rebanho obediente. Esta divisão dominou o passado e muitas razões poderiam ser expostas para duvidar se isso desaparecerá algum dia. Mas a tarefa mais importante do socialismo é superar essa situação na medida do possível, educando as massas para realizar suas próprias pesquisas, fazer seus próprios julgamentos, agir em seu próprio nome, isto é, organizar seus próprios interesses. Este ímpeto, que no sistema soviético ainda é expresso de forma incipiente e incompleta, existe nos grupos da extrema esquerda como uma determinação poderosa e consciente. Especialmente por esse motivo, esses grupos são portadores de um novo desenvolvimento: não podem ser expulsos da Internacional sem que ela se enfraqueça e elimine perspectivas futuras. A este respeito, é completamente válido o apropriado e sagaz julgamento de Sorel, segundo o qual é melhor para o proletariado se contentar temporariamente com organizações fracas e caóticas, em vez de se submeter a associações que são imitações das formas políticas da burguesia.
Nossa conclusão geral é a seguinte:
Enquanto as condições objetivas e subjetivas para a revolução nos vários países continuarem a ser tão divergentes como são hoje, a disciplina internacional e a centralização, como pretendidas por Moscou, só podem ser realizadas de forma limitada. No entanto, a deliberação de Moscou sobre organização é muito valiosa. Em todos os países onde a revolução ainda é apenas uma possibilidade, onde o poder do passado ainda é forte e a força do futuro ainda é fraca, essas ideias regulatórias são úteis e necessárias como contrapesos a um particularismo nacional exagerado e como meio de educação socialista.
Em nosso mundo ocidental, onde a ideologia burguesa e a ideia da liberdade burguesa afetaram todas as classes, é de extrema importância aprender a renunciar a desejos, aspirações, hábitos e conceitos individualistas contrários à atividade e à luta comuns. Uma educação que segue o exemplo russo é, portanto, necessária para todos os comunistas ocidentais.
Mas enquanto isso for verdade, também será verdade que a individualidade mais desenvolvida dos proletários ocidentais, sua maior necessidade de independência intelectual e a autodeterminação individual e coletiva de seus destinos, poderiam ser características corretivas contra a inclinação excessiva em aceitar o país, as pessoas, o passado, as experiências e as ações dos russos como modelo para o movimento internacionalista. A história nunca se repete, a corrente da vida nunca flui para trás e seu poder cria continuamente formas novas e distintas. As condições em que a Revolução Russa começou e triunfou nunca mais existirão da mesma forma em outros países, em todo o mundo fora da Rússia. E é também por isso que a relação entre dirigentes e simples camaradas ou a relação entre partido e massas, que surgiram na Rússia como consequências de sua situação particular, não serão repetidas fora da Rússia. Em todos os lugares a revolução encontra outras situações, outras condições e outros recursos humanos que devem ser trabalhados e modelados de acordo com outras circunstâncias. O proletariado pode aprender muito da Revolução Russa, mas segui-la cegamente é impossível. Em todos os lugares, a corrente deve encontrar seu próprio canal.
O exemplo, a autoridade e a liderança de uma vanguarda valente, consciente, comprometida e altruísta na época da transição do capitalismo para o comunismo são indispensáveis para uma conclusão bem-sucedida da luta proletária contra seus inimigos externos e, talvez, em maior medida, contra o inimigo interior, isto é, seus próprios defeitos, ganância e egoísmo. A penúltima conquista do desenvolvimento revolucionário será o desaparecimento da distinção entre líderes e seguidores. Enquanto essa divisão existir, as massas não terão alcançado sua autodeterminação e autogoverno, e continuarão a ser mais um objeto do que o sujeito da história.
Não queremos aprofundar a questão de saber se o desaparecimento desta divisão entre líderes e seguidores pode ocorrer da maneira prevista pelas resoluções de Moscou, isto é, através da progressiva dissolução do partido comunista nas massas ou das massas no partido. Isso sem dúvida constituirá uma transição indolor para a autolibertação das massas. Mas a história raramente se desenvolve de maneiras tão amenas e é preciso temer que tampouco este será o caso. É mais provável que o partido comunista não abandone voluntariamente sua tutela sobre as massas, mesmo quando não seja mais necessário. As massas podem ter que se rebelar contra essa tutela para impor sua total autodeterminação. Mas essa possibilidade histórica não deve impedir os comunistas de cumprir suas tarefas na época atual. Esta tarefa é: conduzir as massas para onde não mais se precisará do exemplo e da liderança de um grupo especialmente organizado, de uma aristocracia político-subjetiva, para se tornarem desnecessários. Os comunistas trabalham para se preparar para o seu próprio desaparecimento.
Notas
Nota do Marxists Internet Archive: Trata-se da última seção do extenso artigo de : Die Aufgaben der Kommunistischen Partei in der proletarischen Revolution (As tarefas do Partido Comunista na Revolução Proletária), publicado em Kommunismus, Vol. II, nº. 1-2, 3-4, 5-6 e 7-8 (janeiro a março de 1921). O texto foi submetido ao comitê editorial em novembro de 1920. Nas seções anteriores, a autora discutiu, dentre outros assuntos, as 21 condições para admissão na Internacional Comunista, que foram adotadas no Segundo Congresso e duramente criticadas pelo KAPD (Partido Comunista Operário da Alemanha).
[1] 1869-1952. Natural da Holanda, poetisa de renome indicada para o Prêmio Nobel de Literatura. Seu nome completo era Henriette Goverdine Anna “Jet” Roland Holst-van der Schalk, apelidada de “Rode Jet” (Jet, a vermelha). Por volta de 1896, fruto de sua amizade com o também poeta e comunista Herman Gorter, entra em contato com a obra de Marx e se torna politicamente ativa produzindo seus primeiros escritos políticos, históricos e filosóficos. Aos 27 anos adere ao Partido Operário Social-Democrata (SDAP – seção holandesa da II Internacional) e integra a ala marxista revolucionária, juntamente com Gorter, Wijnkoop, Van Ravesteyn e Pannekoek, contra a ala reformista (maioria dos parlamentares e da direção partidária). Em 1909 a minoria de esquerda é expulsa do SDAP e funda o SDP, futuro Partido Comunista da Holanda (CPN) e Roland-Holst não ingressa nele de imediato, mas quando o fez foi para reforçar a tendência comunista de esquerda de Gorter e Pannekoek contra os futuros bolcheviques do CPN. Em 1916, durante a Primeira Guerra Mundial, viablizou a criação da revista da “Esquerda de Zimmerwald” Der Vorbote (O Precursor) dirigindo-a juntamente com Pannekoek. Esta revista deu forma teórico-programática às correntes políticas que eram internacionalistas na prática, articulando-as mesmo com pressupostos e lógicas políticas distintas (grupos radicais alemães, tribunistas holandeses, socialistas italianos e suíços e os bolcheviques). Em 1927 rompe com o CPN e depois ingressa no KAPN (Partido Comunista Proletário da Holanda) de tendência conselhista. Durante a Segunda Guerra Mundial esteve ativa na resistência como editora do jornal De Vonk (A Centelha), mais tarde chamado De Vlam (A Chama). Alternou uma militância infatigável pelo comunismo com sérios problemas de sáude (sofria de depressão, anorexia, anemia e problemas cardíacos). Foi autora da versão holandesa do hino “A Internacional” e escreveu, entre seus trabalhos políticos, A grande greve ferroviária, o movimento sindical e o SDAP (1903); Greve Geral e social-democracia (1906); A filosofia de Dietzgen e seu significado para o proletariado (1910); Táticas revisionistas e marxistas na questão eleitoral (1910); As lutas da revolução social (1918); Ação de massas revolucionária. Um estudo (1918); Informe do Terceiro Congresso da Internacional Comunista (1921); A Rússia Soviética (1921); Comunismo e moralidade (1925); Capital e trabalho na Holanda (1932); Herman Gorter (1933) e Rosa Luxemburg: vida e obra (1935) [Nota dos tradutores – NT].
[2] A autora se refere ao movimento operário e socialista até 1914. [NT]
[3] Referência às milícias formadas por escravos turcos que serviam a seus amos como pajens ou criados domésticos e, eventualmente, eram usados como soldados por califas muçulmanos e pelo Império Otomano durante os séculos IX ao XIX. A ironia aqui, feita pelo jornal do KAPD, é que os camaradas da Esquerda Comunista na Áustria seriam uma espécie de “tropa de choque” dos bolcheviques em Moscou. [NT]
[4]Jornal do Partido Comunista Operário da Alemanha (KAPD).
[5] Eleições legislativas nas quais o Partido Comunista da Alemanha (KPD) obteve 380.000 votos.
[6] No sentido filosófico da palavra, isto é, intuição como forma de conhecimento direta, clara e imediata, capaz de investigar objetos pertencentes ao âmbito intelectual, a uma dimensão metafísica ou à realidade concreta e não no sentido utilizado pelo senso comum que entende a intuição como a faculdade ou ato de perceber, discernir ou pressentir coisas, independentemente de raciocínio ou de análise. (NT)
[7] Essa era uma verdade não apenas para certos intelectuais, mas para a maior parte do proletariado radicalizado.
[8] Periódico do grupo de Sylvia Pankhurst em Londres.
[9] Os Delegados de Base, ou representantes sindicais baseados nos locais de trabalho, se originaram entre trabalhadores qualificados nas indústrias de construção naval e engenharia do Reino Unido no final do século XIX. Suas funções se desenvolveram gradualmente de coletores de mensalidades e representantes sindicais até serem representantes diretos dos trabalhadores que lidavam com uma ampla gama de temas junto ao patronato, que cada vez mais os reconheceram oficialmente para essa finalidade. A organização Steward cresceu rapidamente durante a I e II Guerras Mundiais, quando os Delegados de Base construíram suas próprias organizações independentes para desafiar a política sindical oficial. Sua preocupação inicial foi defender os trabalhadores qualificados, mas as mudanças tecnológicas tornaram os argumentos baseados em habilidades cada vez mais insustentáveis. Essa circunstância produziu uma crescente organização de Stewards entre trabalhadores menos qualificados e mulheres. Durante a Primeira Guerra Mundial foram eleitas as primeiras Delegadas de Base mulheres. Após 1945, o sistema steward se espalhou para muitas outras indústrias. No Pós-Guerra Delegados de Base dos Portuários e de Servidores Estatais levaram importantes lutas e mesmo após o fechamento de muitas empresas a partir de 1980 não eliminou completamente a tradição da representação direta nos locais de produção. (NT)
Traduzido coletivamente pela Resistência Autonomista (RA) a partir do original disponível neste link e revisado pelo Passa Palavra. Este artigo faz parte do esforço coletivo de traduções do centenário da Revolução Russa mobilizado pelo Passa Palavra. Veja aqui a lista de textos e o chamado para participação.