Colegas trabalhadores de outros ramos entrevistam ex-funcionários da livraria
Antes de prosseguir, leia aqui a primeira parte da entrevista
Ao longo dos últimos anos, assistimos à crise do mercado do livro no Brasil. A quebra de grandes redes de livrarias – como a Fnac, que fechou todas as lojas, ou a Cultura e a Saraiva, que estão em processo de recuperação judicial – abalou toda cadeia de produção, deixando editoras com dívidas milionárias e levando gráficas à falência. Pelos noticiários, conhecemos apenas o ponto de vista dos patrões: uns tentando se salvar, outros enxergando oportunidades para lucrar. Quem passa despercebido nessa história são os milhares de trabalhadores que pagam o pato com sobretrabalho, dupla função, horas extras não-pagas, perseguições, assédio moral e a ameaça de perder o emprego. Que formas de resistência estão sendo travadas no chão das livrarias?
Nessa entrevista, três ex-funcionários remontam uma história subterrânea dos conflitos na Livraria Cultura. Entre 2013 e 2016, trabalhadores de diferentes lojas travaram uma verdadeira guerra silenciosa contra os abusos dos seus patrões. Com o “pacto de mediocridade”, transformaram o processo de trabalho num terreno de disputa. Hoje, anos depois, essa experiência é um exemplo importante para inspirar novas gerações de trabalhadores a resistir, num momento em que essas empresas se encontram muito mais fragilizadas.
Veja a seguir a segunda parte da entrevista.
O “Pacto de Mediocridade”
Colega 3: Foi tipo o “V de Vingança”. A gente começou a organizar uns esqueminhas, né? O dono vive falando sobre “pacto de mediocridade”, que a gente não pode fazer pacto de mediocridade, que a gente não deve aceitar pactos de mediocridade… Bom, vamos fazer um verdadeiro pacto de mediocridade!
Colega 2: O pessoal chegou a fazer montagens do gerente com A Usurpadora da novela, por exemplo, e colar na parede, em lugar que não tinha câmera. Colar pro pessoal ver, tirar foto. Lógico que, pouco tempo depois, eles botaram câmera em todos os cantos que você imaginar. Lugares que não tinham câmera passaram a ter por causa disso.
Rolou o esquema dos cartazes, e teve também uma situação muito engraçada – eu acho que foi a mais inusitada –, que foi a do banheiro. Um cara que é ex-funcionário que nem a gente, mas que até então nunca tinha se manifestado, imprimiu fotos do patrão e do gerente e colou dentro das privadas do banheiro masculino…
Entrevistador: Mas não desmanchava com a água?
Colega 3: Não, não, era tipo impressão de foto mesmo, um papel bom de foto. Quando o patrão descobriu isso, ele ficou louco. Louco, louco, louco, louco. Ele queria saber quem era, ele queria matar. Mas não tinha como saber, enfim, né, não tem câmera ali nem nada. E aí, na mesma semana, ele providenciou câmera pra colocar na porta dos banheiros. Só que é uma câmera daquelas camufladas. Então você não sabe que é uma câmera, a não ser que você vá pesquisar a marca e o modelo, mas é uma câmera disfarçada de detector de incêndio.
Colega 2: E é engraçado, né. Porque a gente pensa que esse pessoal rico é alienado… Alienado o caralho! Porque assim que aconteceu isso, no outro dia ele fez uma reunião passando um vídeo falando mal do socialismo. Ou seja, por mais imbecil e ignorante que o cara seja, ele sabe que existe uma correlação entre a organização dos trabalhadores – das pessoas que tão ali tirando sarro, ou protestando, enfim, fazendo alguma coisa pra tirar ele do sério… ele sabe que existe uma correlação disso com a organização do trabalhador e com ideologias de esquerda, socialistas, enfim, né? Ele sabe disso. Ele praticamente disse isso com todas as letras no momento que ele colocou um vídeo pra falar mal de socialismo. Agora, como que um cara, dono de uma empresa, vai na empresa sabendo que boa parte das pessoas que trabalham lá são simpatizantes de esquerda, ou pelo menos progressistas, e me passa um vídeo falando mal da esquerda? Sei lá, cara. É a mesma coisa que chegar lá e passar um vídeo, num sei, falando mal da tua religião. É muita falta de noção, falta de respeito. Mas é interessante pra gente ver que o cara não é tão alienado assim.
Colega 1: Ah, ele sabe na prática, né, que a luta dos trabalhadores é ruim pra ele.
Colega 2: Sim… e tudo que se podia fazer pra pirraçar, pra irritar, começou a ser feito por vários funcionários. Então, por exemplo: sumir com objetos da loja, estragar objetos de trabalho. Sempre que alguém tinha oportunidade pra sumir ou pra estragar com alguma coisa, pra dar prejuízo… Fazer trabalho de tartaruga: então assim, fazer o menos possível, o mínimo do mínimo do mínimo do mínimo, né? Ou fazer mal feito. Não mal feito a ponto de você se foder, mas mal feito a ponto deles ficarem irritados. Por exemplo: chega reposição de livro. Sobem vários carrinhos, vários fardos de livro que você tem que guardar. Não guarda. Vai deixando, vai deixando, vai enrolando… entendeu? Deixa lá a semana inteira até ficar uma zona. Tem entrega pra fazer de cliente? Não faz, fala que esqueceu. Faz atrasado, que depois vai dar problema. Cara, esse tipo de coisa: fazer tudo muito devagar… eles te dão uma lista de, sei lá, alguma coisa pra fazer, de livros pra separar, pra devolução… a lista que você faz em um dia, cê faz em uma semana. Fica uma semana enrolando com a lista, entendeu? E por aí vai.
Colega 1: E telefone? Se eu tô de boa, se o cliente tá de boa, eu atendo. Mas se eu não tô num dia bom e o cliente é filho da puta, ah, caiu a ligação! Não tenha dúvida, a ligação caiu. Ou então você joga pro ramal do chefe sem o chefe saber, entendeu? Foda-se, foda-se. Joga pra gente filha da puta pelega atender, foda-se.
Colega 2: Toda vez que tinha um livro sumido… o livro tá constando no estoque, mas ninguém tá achando. Tá sumido, só tem um, e precisa achar aquela porra daquele livro pra atender um cliente. Aí tinha uma colega que dava um jeito de achar a porra do livro e dava fim no livro… tipo: “agora vocês não vão achar mesmo”. Fazer o estoque ficar errado. Dar entrada e saída errado, vai gerando um erro de estoque.. que vai gerando prejuízo, entendeu? Nossa, tudo que você puder gerar um prejuízo…
Colega 3: Todo esse tipo de estratégia, a gente foi adotando. Atestado: muitos, muitos, muitos atestados. Cara, a gente descolou vários esquemas assim: “como ficar doente da maneira correta?” Então no nosso grupo a gente compartilhava, tipo: “porra, como que eu faço pra ter uma conjuntivite? Como que eu faço pra ter um torcicolo? Essa doença vai me dar tanto tempo de atestado?” Cara, a gente praticamente competia pra ver quem pegava o maior atestado. E a gente dava muito, muito atestado. Tudo que a gente podia fazer pra pirraçar a gente fazia. Seja fazer brincadeiras internas, tipo botar apelido, ou conversar em código… esse tipo de coisa que irritava extremamente eles, entendeu? Seja você fazer uma montagem e colar um cartaz num lugar que não tem câmera, seja você trabalhar devagar ou fazer o serviço mal feito, entendeu?, todo tipo de coisa. Tudo que eles impunham, a gente ia lá e questionava. A gente fez uma brincadeira, que era assim: todo dia de manhã tem a reunião matinal. E quem fazia na época era um gerente muito escroto, né? Tão escroto quanto o patrão. Então que que a gente fazia? Toda reunião matinal a gente fazia da vida dele um inferno. A gente fazia perguntas, e perguntas, e perguntas, sem fim. Coisas pra irritar ele. Coisas que a gente sabia a resposta, mas que ele ia ser obrigado a dar a resposta. Ele ia ser obrigado a falar em público a resposta, entendeu?
Entrevistador: Vocês combinavam isso fora do trabalho? Onde vocês se encontravam?
Colega 3: Sim, a gente combinava as perguntas, a gente combinava as estratégias. Podia ser no horário do almoço, podia ser no horário da saída. Podia ser na copa. A nossa vida tinha virado um inferno e a gente não tinha mais nada a perder. Então a gente só pensava nisso, praticamente 24h por dia. A gente ficava o dia inteiro, praticamente, confabulando coisas criativas pra fazer. Porque esse era o nosso único passatempo, nossa única diversão e nossa única arma contra eles. Não tinha mais nada que a gente pudesse fazer. Algumas pessoas já tinham processos em andamento, outros já tinham perdido, outros já tinham procurado sindicato, até o Ministério do Trabalho, e alguns já tinham desistido e saído. Que mais a gente podia fazer? A única coisa que você poderia fazer era pedir as contas se chegasse num extremo. Mas era isso que a gente não queria fazer, então a gente se mantinha ocupado com outras coisas. Todo dia na reunião a gente fazia algum tipo de pergunta inconveniente. Pelo menos uma.
Entrevistador: Que tipo de perguntas vocês faziam?
Colega 1: Inconvenientes mesmo. Por exemplo, um dia eles chegaram com a grande ideia de que a gente precisava fazer mais uma atribuição – fazer uma separação dos produtos pro site. Acontece que existem funcionários pra isso, não é nossa função. Mas, por algum motivo – eles tavam sem funcionário suficiente, ou estavam com uma demanda muito grande –, eles queriam que a gente fizesse isso também. Aí alguém perguntou: “ué, a gente vai separar produto pro site, mas a gente vai ganhar comissão também pelo site?” “Ah sim, vocês vão”. Ok. Isso foi dito em reunião, em público. A gente ficou um mês separando produto pro site. Passou um mês, cadê nosso dinheiro? “Ah, não, que dinheiro?”. Ué, o dinheiro que vocês prometeram. “Ah não, mas a gente não prometeu nada”. Prometeu sim. Você prometeu aqui na reunião em público pra todo mundo. Então, a vantagem de você perguntar as coisas, de você dar uma de João Sem-Braço, mesmo quando a gente sabia a resposta, é que ele era obrigado a falar uma coisa que às vezes não era pra ser dita em público. A gente acabava sempre expondo eles.
Colega 3: Essa questão gerou uma confusão tão grande que a diretora do RH teve que ir lá pedir desculpas e dizer que eles iam abrir uma exceção e pagar a gente, apesar de que não era isso, né? Mas eles iam pagar a gente por causa do mal entendido. E esse tipo de situação expunha a natureza da empresa, expunha quão escrota era a gerência, a administração, a presidência da empresa.
A livraria contra-ataca
Colega 2: Tudo isso foi irritando demais eles. E aí eles perceberam que tinham que dar um jeito de punir a gente, mas não tinha como. Porque, bom, eles sabiam que eram os trabalhadores, mas não tinham provas. Eles sabiam que a gente tinha colado os cartazes, mas quem? Não viram, não tem filmagem, não pegaram no flagra, não tem testemunha. Eles sabiam que a gente tava fazendo de tudo pra pegar atestado. Mas é um atestado, não tem como ir contra. Então eles perceberam que precisavam punir a gente no bolso. E aí esse foi nosso calcanhar de aquiles. Eles criaram um novo sistema pra calcular a comissão. A partir de agora, agora sim, a gente tem acesso aos valores, coisa que a gente não tinha antes dos processos. Então agora a gente sabe quanto que a loja fatura, a gente sabe como que é feito esse cálculo base, essa conta, e etc. Mas a questão é a seguinte. A gente só recebe tudo que tem que receber se a gente não tiver nenhuma ocorrência. Ou seja, se você teve esse mês uma falta sem justificativa, ou se você atrasou muito, ou sei lá, se você tomou uma advertência por algum motivo, você perde parte da comissão. Na prática, isso significa que se eu tomar uma advertência hoje, eu vou ter 500 reais do salário descontado. Na prática, cada advertência me custa 500 reais. Essa foi a melhor ferramenta punitiva que eles encontraram. Eles são muito espertos, porque eles vão encontrando brechas na lei. Então, assim, qual que é o discurso deles?: “não é que eu estou retirando seu pagamento. Longe de mim! É ao contrário. Eu estou te dando uma bonificação quando você faz tudo certo. Você só não ganha essa bonificação quando você faz algo de errado. Mas se você fizer tudo certo você está ganhando a mais essa bonificação.” Mentira. Nós não estamos ganhando nada a mais, porque o nosso salário continua na mesma base que antes, se não menor.
Entrevistador: Além desses enfrentamentos com a gerência, como ficaram os processos que vocês abriram? Pelo que eu entendi, todo mundo foi sendo mandado embora depois…
Colega 1: Sim. As pessoas iam saindo à medida que elas iam ganhando justa causa ou à medida que elas iam adoecendo e pedindo as contas. Foi sobrando pouca gente. Dessas poucas que sobraram, algumas perderam processo. Porque apesar de os processos serem exatamente iguais, quando cai na mão de um juiz, é completamente diferente. É o mesmo processo, você está pleiteando as mesmas coisas, é o mesmo texto, as mesmas leis, mas o entendimento do juiz não é o mesmo. Então se você pega um juiz que é mais conservador, você não vai ganhar. Ele vai ser pró-empresa. Mas às vezes você dá sorte de pegar um juiz mais liberal. Então tudo depende de qual posicionamento ideológico desse juíz, de como ele vai encarar isso. Uma das coisas que a gente percebeu ao longo dos processos é que é muito fácil você provar com relação ao dinheiro. Por exemplo, a gente quer saber como que é calculado a nossa comissão. Então foi solicitada uma perícia contábil. Cada uma das pessoas que processou solicitou uma perícia contábil. Alguns juízes autorizam, outros não. Mas a perícia contábil era justamente para avaliar quanto a empresa ganhava, quanto ela te pagava de comissão e se isso estava correto. Só que é engraçado, porque a maioria dos juízes se mostra bem favorável a fazer esse tipo de coisa, apesar de não ser comum perícia contábil. Mas ok, você está no direito de saber dos seus valores. Agora, quando você fala de assédio moral, é outra história. É outra história completamente diferente. Cara, é muito difícil você provar assédio moral. Não importa quantas provas você tenha, não importa quantas provas materiais você leve no júri, não importa quantos relatos você faça, você leve, quantas testemunhas você leve, você não consegue provar assédio moral, não importa. É muito difícil. Pra você provar assédio moral, o cara tem que ter te estuprado em horário de serviço, sabe? Tem que ter dado uma porrada na sua cara e te deixado em coma. Se não você não consegue provar… Não importa se ele te xingou na reunião, se ele xingou todo mundo, se ele falou uma coisa e depois voltou atrás, se ele perseguiu a galera e a galera ficou doente, eu também fiquei doente, foda-se. Isso não é suficiente pra ser provado assédio…
Entrevistador: Quando aconteceu essa guerra entre vocês e a livraria, muita gente ia sendo mandada embora… eles iam contratando novos? E vocês, conseguiam se integrar com eles?
Colega 3: Foram contratando pessoas pra repor. A gente conseguiu cooptar a maioria. A galera entra lá pensando que é um lugar lindo, maravilhoso, bonito, que você tá trabalhando pro Google, numa empresa super liberal. Mal sabem eles. Então, com o passar do tempo eles mesmos começavam a ver coisas estranhas. A gente também não queria “evangelizar” ninguém, mas, se a pessoa perguntasse, a gente não ia omitir. Acontecia muito isso, a pessoa por conta própria percebia que tinha coisas estranhas, incoerentes.. e vinha perguntar pra quem era mais velho: “Por que tal coisa é assim? Por que que tá acontecendo isso?” E aí a gente contava a história. Ó, a história é assim, assim e assim, aconteceu uma reunião, aconteceu uma lista… E aí quando a gente explicava a história pra pessoa, ela começava a tirar as próprias conclusões, a montar o quebra-cabeças e entender o que tava acontecendo. Então, mais de uma vez, muitas vezes, eles contratavam e a gente “contaminava”. Eles eram obrigados a mandar embora e recontratar de novo. Eles não davam conta de trocar a equipe porque a equipe vivia sendo “contaminada”. As coisas só começaram a se acalmar quando realmente todo mundo da lista foi embora.
Composição da equipe e envolvimento no pacto
Entrevistador: Ao todo, quantas pessoas a loja tinha na equipe?
Colega 1: Era muito grande, eu não sei. Já teve época da equipe somar e dar umas 300 pessoas, somando todo mundo. De vendedor, sei lá, talvez uns 50.
Colega 2: Não sei hoje, mas o perfil lá era assim: você tem a galera mais humilde, que geralmente é o pessoal terceirizado (limpeza, segurança); você tem os auxiliares, que geralmente é uma galera muito novinha (que ainda tá no ensino médio, ou acabou de terminar – tipo McDonalds –, alguns que são jovens aprendizes, outros são efetivos, CLT, mas uma galera bem crua ainda, né?); e você tem os vendedores. Geralmente a galera que tem perfil de vendedor é um pouquinho mais esclarecida, mais politizada, então fica mais difícil de fazer a gente de trouxa. Não que não faça também, mas fica um pouco mais difícil… A maioria é gente que tem ensino superior completo, de faculdade pública e privada, é gente que se coloca como sendo de esquerda ou simpatizante da esquerda.
Colega 3: Mais ou menos, né? Eu não me considero de esquerda não. E tinha até colegas de direita que aderiram. Tava todo mundo se fodendo junto.
Entrevistador: Todos os vendedores aderiram, mesmo quem não tinha nome na lista?
Colega 2: Sim, sim, praticamente a loja inteira aderiu. Chegou num ponto que eles começaram a dar justa causa até em gente que não tinha o nome na lista. Principalmente vendedor. A galera que tava mais engajada nisso era vendedor. Infelizmente o pessoal de outros cargos acabou não aderindo tanto. Mas é aquela história. É uma galera que ganha pouco, com menos escolaridade e que tem muito mais medo de perder o serviço ou de ganhar uma justa causa. Às vezes a pessoa tá de acordo com a sua ideia, ela sabe o que tá acontecendo, ela concorda, ela tá ali a favor…
Entrevistador: E todo mundo sabia do Pacto?
Colega 3: A empresa inteira sabia, até os faxineiros sabiam. Mas a questão é essa mesmo: até onde eu posso comprar essa briga? Depende do quanto a pessoa tem a perder. Se a pessoa tem muito a perder, por mais que a luta seja justa, por mais que ela esteja de acordo ela não vai aderir.
Entrevistador: A união de vocês era só por causa do trabalho ou vocês davam um rolê juntos fora? Saindo do trampo, vocês iam beber?
Colega 2: A gente começou a ficar mais próximo, mais amigo, depois disso. Antes de tudo isso acontecer, a gente não tinha tanta proximidade, tanta amizade.
Colega 1: Eu acho que abalou tanto ver o seu colega doente… eu vi pessoas muito doentes ali, de verdade. Ver o seu colega tendo um ataque de pânico do seu lado, ou sair chorando porque tomou uma justa causa, tomou uma suspensão ou qualquer coisa assim… gera indignação, mas também gera união. É tipo uma solidariedade. Você vai ficando chocado com isso, mas você também quer ajudar. Depois, a gente acabou ficando muito amigo. Até hoje todo mundo mantém contato mesmo não trabalhando mais na livraria.
Entrevistador: E com os clientes, vocês estabeleceram relação? Eles viam os cartazes que vocês colavam?
Colega 2: Não, não, a gente colava sempre na área interna… a gente pensou em fazer coisas que atingissem mais os clientes. A gente tentou fazer uma coisa ou outra. Mas o problema é que lá tem câmera em todo lugar. Nessa época, o espaço de funcionário era onde tinha mais brecha, que não tinha tanta câmera, que você podia tá fazendo alguma coisa. Mas a loja tem câmera em cada canto…
Colega 3: Inclusive, o patrão tem acesso a elas da sala dele. Ele tem uma TV lá, um cinemão com as câmeras da loja. Então se ele quiser assistir a gente o dia inteiro nas câmeras ele pode.
Colega 2: Tinha que tomar muito cuidado com isso. Mas na parte interna de funcionários, que é o que a gente tinha mais interesse de qualquer forma, dava pra gente fazer o que quisesse até então.
Entrevistador: A mina de Curitiba chegou a fazer um blog, não foi?
Colega 1: E se fudeu. Teve uma repercussão né, uma repercussão muito boa, saiu… só que assim, ela não conseguiu a reversão da justa causa dela e de quebra a livraria processou ela, entende? [1] Então, assim, o problema era esse. A gente cogitou várias vezes de trazer isso pra mídia, de sei lá, de alguma forma pra algum jornal, pra alguma coisa assim. A gente cogitou várias vezes em várias situações. Mas o problema era assim: como fazer isso sem prejudicar os processos, sem prejudicar quem está trabalhando? Sem ser rastreado. A livraria, cara, eles têm muito dinheiro e muita ferramenta. Esse era o problema.
Entrevistador: E vocês sabem como tá a situação lá dentro agora, tá mais de boa?
Colega 3: Parece que agora tá mais estável. A gente ficou sabendo que hoje tem um gerente lá que é mais tranquilo, que não é visivelmente tão babaca. Dizem que agora o presidente da empresa – que a gente nem sabe se ainda é presidente da empresa, porque dizem que ele largou a presidência mas ainda não foi oficializado… – aparece muito pouco na loja. O RH aparece muito pouco. As situações de assédio parece que ficaram mais veladas. Eles tomam mais cuidado. Conforme foi trocando gerência, chefe, equipe, essas situações de assédio foram diminuindo.
Colega 2: Olha, não sei não, porque pelo que eu ouvi dizer é a antiga diretora de RH, a mesma que assediou a gente esse o tempo todo, que assumiu a presidência agora. E comprou várias ações. Só não sei como conseguiu, porque deve ser muito caro…
Entrevistador: Você acha que de certa forma isso é resultado do que vocês causaram?
Colega 1: Eu acho que sim, porque depois que a gente começou a arranjar treta, a entrar com processo, teve várias coisas que eles reviram. Por exemplo, antes você não tinha acesso aos valores, ao faturamento. E um colega me disse que hoje tá tudo bonitinho lá, se você quiser contestar alguma coisa você tem como. Antigamente, o vendedor tinha que operar caixa, hoje em dia não precisa mais operar caixa. Eles chamavam de “híbrido”. É que agora a lei trabalhista mudou. Agora ela permite que aconteça esse tipo de coisa, mas na época, ela dizia claramente que você não podia ter esse tipo de desvio de função. Então toda aquela luta lá atrás conseguiu mudar isso também. Eles tomam muito mais cuidado hoje porque eles sabem que se eles derem bola fora, se eles blefarem de novo eles podem tomar mais 20 processos. É improvável, mas não é impossível. Nada impede que as pessoas se revoltem com uma coisa e se juntem de novo e metam um processo neles.
A empresa, o governo e a crise no setor editorial
Colega 2: E a empresa já tá muito mal das pernas. É uma empresa que na época do lulismo teve uma ascensão econômica, um crescimento gigantesco, teve empréstimo de bilhões do BNDES, teve vários tipos de financiamento, de incentivos fiscais do governo. Então foi uma época em que a livraria cresceu muito, abriu outras lojas no Brasil todo, contratou muita gente. Época de vacas gordas. Só que, não sei se vocês sabem, mas a família dos donos foi a favor do golpe, do impeachment da Dilma. Eles são declaradamente antipetistas e contra qualquer coisa que se diga de esquerda. É engraçado.
Colega 1: Não sabem agradecer, né?!
Colega 2: É, o próprio governo que gerou tanto lucro pra eles, e eles não conseguem ver dessa forma. Agora que finalmente conseguiram colocar alguém não petista, não de esquerda no poder [Nota do Passa Palavra: trata-se de Michel Temer, pois a entrevista foi realizada em 2018], eles estão quebrados, olha só que ironia. Eles conseguiram o tipo de governo que eles queriam, mas agora a empresa tá quebrada. Quebrada de um jeito que tá quase fechando as portas. Eu acho isso irônico, acho bem feito.
Colega 1: Teve uma situação, quando a gente descobriu que eles eram antipetistas e que eles tavam a favor do impeachment… Um dia a gente combinou e foi todo mundo trabalhar de vermelho. Todo mundo. Na época, não tinha uniforme. Todo mundo foi trabalhar de vermelho. Uma semana depois, eles arrumaram uniforme pra gente.
Colega 2: Posteriormente a gente soube de uma daquelas ordens que acontecem debaixo dos panos… todo mundo que ocupasse algum cargo de importância, de gerência, de chefia, estava proibido de fazer qualquer tipo de postagem em rede social a favor do PT. Foi na época da eleição da Dilma contra o Aécio.
Entrevistador: Pra combinar que todo mundo ia de vermelho de um dia para o outro, vocês tinham grupo de WhatsApp, tinha alguma coisa?
Colega 1: Não, pior que não. Com o passar do tempo a gente foi se organizando pra ter zap, mas no começo não tinha nada. Não era uma coisa organizada. Era uma coisa tão orgânica, tão espontânea… “Porra, eles não gostam do PT, não gostam da Dilma? Mano, eu não sou petista, mas vamo vir de vermelho pra causar? Vamo!” E aí todo mundo vinha, todo mundo aparecia, saca?
Entrevistador: E você acha que agora eles tão arquitetando a falência aí? Você acha que isso aí vai acontecer mesmo?
Colega 3: Eu acho que a princípio não. Eles têm dois planos em vista, pelo que os colegas contam. O primeiro plano é fechar todas as lojas, manter a loja matriz e talvez outras duas. E o site. O foco deles agora vai ser o site, não vai ser as lojas físicas. A loja matriz é um ponto turístico muito movimentado, que ainda dá lucro e que serve como vitrine, então eles nunca vão fechar. Já as que são mais ou menos, eles vão avaliar se eles vão fechar.
Entrevistador: O site é como? Tem um galpão pra distribuição?
Colega 3: Sim, o galpão fica em Guarulhos. Mas, pelo que eu sei, esse galpão não é só um galpão. Ele não serve só pra guardar o estoque do site. Lá funciona como se fosse uma empresa de logística – então, por exemplo, eu sou a Saraiva ou eu sou a Editora Melhoramentos, e eu quero que você me preste um serviço logístico ou que guardem alguma coisas pra mim ou que mandem pra algum lugar. Eles cobram por esse serviço.
Colega 2: Eles perceberam que eles conseguem ganhar dinheiro não só com o produto, mas também com o serviço. Por exemplo, nas lojas, a tendência é que eles abram café, restaurante… Só que por enquanto é terceirizado, é uma rede terceirizada. Mas a ideia é que eles abram a própria rede de café, de restaurantes, entendeu?
Entrevistador: Então eles podem virar tipo um café… e a venda de livros vai passar pra logística?
Colega 3: Exatamente, porque os serviços dão mais dinheiro do que produto, dependendo. Ó a Amazon. Não tem como você competir com a Amazon, o preço de produto da Amazon. Então você tem que competir de outra forma, eles sabem disso. A outra opção – se não for pra ficar só com o site e fechar tudo – vai ser se vender pra Amazon. A Amazon tem planos pra lojas físicas. Ela vai abrir a segunda loja física nos EUA, já está em fase final a escolha do lugar. E, no ano que vem [2019], ela vai abrir em outros lugares do mundo. Aqui em São Paulo é um lugar muito provável que ela abra, né? Então assim… Eles tão começando a ficar queimados… eles tão devendo dinheiro pra todas as editoras da praça, mas enquanto a empresa ainda vale dinheiro – a marca ainda vale dinheiro…
Colega 2: Mas eu acho que hoje a grande questão, o calcanhar de Aquiles, é a crise do mercado editorial. Por quê? Porque por um lado você tem as editoras que tão putas da vida, que tão passando fome porque a livraria não paga elas. Então pensa que todo o setor editorial, todas as pessoas que trabalham em editoras, tão sem receber praticamente. Ó, pensa comigo: as duas grandes redes de livraria do país, Saraiva e Cultura, representam 50% das vendas das editoras. É muita coisa. Ou seja, os outros 50% é em cima de venda online, de venda de qualquer tipo, por qualquer outro canal, por livrarias pequenas, por qualquer outra merda. Mas 50% é das duas grandes. Ou seja dá mais ou menos 25% e 25% pra cada, entendeu? É muito coisa. Agora imagina que essas duas resolvem parar de pagar você. Não importa o quão rico você seja, o quão rica seja sua editora, o quão nadando em dinheiro ela esteja, mas do nada você para de receber metade do seu montante. O que vai acontecer? Vai começar a acontecer uma demissão em massa no setor editoral[2]. É isso que vai acontecer.
Colega 1: Olha pra Editora Abril, mandou embora 800 pessoas!
Colega 2: É exatamente isso que tá acontecendo. Tem toda uma questão econômica estrutural, mas em parte isso é culpa das duas grandes redes de livrarias também. Pela inadimplência. Então aí eu acho aí tá o calcanhar de Aquiles. É no setor editorial.
As imagens que ilustram o artigo são do fotógrafo eslovaco-canadense Yuri Dojc
Essa entrevista termina aqui, mas as situações semelhantes, os relatos e mais histórias CONTINUAM.
Notas
[1] Em 2013, a denúncia feita por essa funcionária de Curitiba gerou intensa repercussão nas redes sociais, blogs e jornais. Entre outros links, vale conferir esse, esse, esse, a página do movimento e a resposta da livraria. Quando o caso foi levado à justiça, o Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região deu ganho de causa à ex-funcionária, considerando que ela foi demitida por retaliação: “A dispensa sem justa causa configura direito potestativo do empregador, o que não significa dizer, contudo, que possa daquela valer-se para a prática de atos discriminatórios, vexatórios ou inibitórios, ainda que eventualmente não tenha a intenção de fazê-lo, pois a honra, a intimidade e a imagem dos empregados são direitos personalíssimos indisponíveis e infensos à subjetividade do empregador. No caso, a parte autora logrou êxito em se desincumbir do ônus probatório, pois restou comprovado que a ré antecipou a dispensa da autora para o dia em que esta enviou e-mail a todos os funcionários e à diretoria expondo as suas condições de trabalho e requerendo maior transparência sobre a forma de remuneração, tecendo críticas construtivas. Considerando que a dispensa teve o caráter de retaliação pelo e-mail enviado, tem-se como comprovada a dispensa discriminatória, nos termos do art. 4o, da Lei 9.029/1995. Recurso da autora a que se dá provimento para deferir indenização por danos morais e o pagamento em dobro do período de afastamento (inciso II, do dispositivo mencionado)” (TRT-9, 6ª Turma, RO 0001468-23.2013.5.09.0016, rel. Francisco Roberto Ermel, j. 31/05/2017).
[2] Para ver mais sobre esse cenário acesse a matéria sobre o protesto dos trabalhadores demitidos da Fnac.
Correção de 28/04/2019, 17:44: o início da publicação foi alterado para indicar mais explicitamente a existência da primeira parte da entrevista.
Outra vez em Milão, os operários da Alemagna que estavam em paralização haviam pintado sobre as paredes da fábrica ocupada: “Mijamos e vomitamos nos sandwiches que produzimos”.
[…]
“Ganho 85.000 liras. Pago 32.000 liras por 2 quartos. Tive que comprar uma moto porque os ônibus estão sempre atrasados. Tenho 34 anos, trabalho na cadeia de montagem, não tenho oficio. Não posso ter filhos porque ganho muito pouco para criar. Trabalho como uma besta para sobreviver. Se faço a Fiat explodir, o que é que eu perco?, o que é que eu perco? “
De boa, um empresário se prestar a tantas baixarias e bobagens deve ter tempo de sobra, o cara é dono de uma baita empresa e perde tempo com tanta besteira, se colocando em um nível ridículo desses. Parece um adolescente fútil de 16 anos bancando o bonzão na empresa da vovó. Não é a TOA QUE VAI FALIR!!!!
O assédio rolava bem antes disso. De 2004 a 2009 trabalhei lá, e foi o pior lugar em que trabalhei toda a minha vida.
A gente colhe aquilo o que a gente planta: perdeu essa guerra SH, vais falir!
Mesmo sem coordenação com os nossos colegas da Matriz de SP a minha loja tb começou a combinar ações de guerrilha. Entre elas:
– combinavamos os dias para atestado onde seria mais prejudicial para a loja. Se era para fazer uma consulta de rotina ou ficar doente a gente se esforçava para ir junto.
– faziamos as mesmas baterias de perguntas para constranger as lideranças de loja. “Se o vendedor x é formado em filosofia pq ele foi colocado no infantil logo depois de exatas? Pq eles está sendo remanejado dessa maneira? Ele não seria mais útil na sessão de humanas?”,”mas por que vcs acham que essa estratégia vai alavancar as vendas?”,”me falaram q isso é assédio moral. É verdade?”…
– incentivavamos os vendedores a passarem o máximo de tempo fazendo um atendimento. Cheguei a ficar 2 horas conversando com um único cliente em um dia de loja movimentada. Quando reclamavam desse tipo de conduta a nossa resposta era que este era o “jeito cultura de ser” e que deviamos atender e encantar os nossos clientes como nos foi instruido em treinamentos.
– como haviam vendedores que eram coagidos para caguetar os outros para forçar advertencias, forçavamos o máximo de clientes para serem atendidos por esses vendedores. Sobrecarregando os colegas e os impedindo de ser os olhos e ouvidos das lideranças.
– Ocasionalmente montavamos “cubos” (expositores) com livros sobre assédio moral, lei trabalhista, etc… ou tematicas para alfinetar as lideranças.
– Sempre colaboravamos entre nós para sermos impecáveis nos atendimentos, nos resguardando de advertencias e subvertendo todas as atividades possiveis. Ninguem soltou a mão de ninguem.
Lugar de patrão é no GULAG
💙 queridos. Resistimos, e resistiremos.
Mas a loja eh linda meu povo kkkkkkkkkkk
Algumas pessoas estão dizendo por aí que os trabalhadores da Livraria Cultura “perderam a razão” ao adotarem a estratégia que adotaram.
Para quem pensa assim eu pergunto:
Em uma relação tão desigual quanto essa, numa situação tão massacrante, existe motivo para criticar QUALQUER coisa que se faça contra os patrões?
Imagino que sim, que se possa e se deva criticar essa ou aquela atitude, mas não por colocar em jogo a “razão”, e sim a vitória dos trabalhadores. E pelo que foi contado na entrevista, os trabalhadores obtiveram pequenas mas significativas vitórias. Vitórias que – medo maior dos patrões – podem se espalhar e crescer se tivermos coragem de fazer igual ou ainda melhor do que esses bravos colegas fizeram.
Eu trabalhei na segurança da loja do Morumbi. Minha função era Operador de CFTV. Meu gestor a época era Erlan Paiva e Supervisor era Cláudio. Eu sempre era cobrada nas reuniões com outros CFTV das outras lojas de São Paulo de forma estúpida e humilhante dos erros e falhas doa demais vigilantes, era por faltas, por rondas não efetuadas, descumprimento deles nas abordagens erradas na porta, é tudo isso era função do supervisor e na prática não adiantava nada pois os vigilantes mais velhos tinham privilégios e não eram cobrados nessas disciplinas e jogavam isso na minha cara. Um dia bem irritava xinguei um vigilante que se recusou a colar as etiquetas de segurança em alguns livros que haviam sido produto de tentativa de furto – o “cliente” arrancou as etiquetas…. Depois dessa discussão Eu fui demitida.
Eu só não entendi uma coisa,que a matéria não deixou bem claro: quais os motivos para a rebeldia dos funcionários? Era tão ruim assim trabalhar lá? Acho q nós dias de hoje ter um emprego registrado que pague no dia certo já tá otimo. O povo que não gosta mais de trabalhar,de se esforçar e põe a culpa na empresa que é exploradora. Daí a empresa fecha,fica todo mundo desempregado e aí vai reclamar que o país tá ruim, que o governo não ajuda, que está impossível achar trabalho. Brasileiro é um bicho complicado demais. Nada nunca está bom.
João Vitor Tolinho, ou vc não leu as primeiras partes da entrevista, ou é um retardado mental. Mas se não leu as primeiras partes da entrevista e faz o comentário estúpido acima, então você só pode ser retardado mental. Não há saída para você.
Olá, você leu a parte 1? ou essa parte?
Eles sofriam humilhações, constantes perseguições por causa disso adoeciam, não tinham direito a coisas básicas como saber o calculo do seu salário.
O brasileiro é um bicho complicado mesmo, tem trabalhador defendendo que patrão humilhe empregado, existe direito trabalhista e acima disso, é inconcebível que pessoas tenham que sujeitar a humilhações pra conseguir dinheiro pra sobreviver. Na verdade essa empresa vai fechar, mas os patrões vão continuar com a vida boa, a empresa ta em crise e os patrões continuam com a vida boa, quem sempre se fode é o pobre trabalhador.
João Vitor Tolin Borges, vou arrumar um emprego pra você, registrado, mas prepara a lomba, a chibata vai cantar forte, mas vale a pena: É TRAMPO REGISTRADO! quanta mediocridade, pelamor…
João Vitor Tolin Borges, talvez você não tenha lido a primeira parte da entrevista, na qual eles falam sobre humilhações, desvio e acúmulo de funções, assédio moral, fora tudo de ilegal e abusivo que a livraria fez (que foi muita coisa).
João Vitor, acho que você não leu a parte 1 da entrevista. No topo da notícia tem o link com a primeira parte, aí tu vai entender o que rolou.
Obrigada ao blog por divulgar todo esse absurdo contra os funcionários!
Um absurdo essa autosabotagem por parte desses funcionários criminosos que se orgulham de destruir o ambiente de trabalho dos outros colegas que necessitam de trabalho.
Pela entrevista a gente já consegue entender que a motivação ideológica e política é uma das mairoes razões do descontentamento da casta de vendedores hipsters marxistas que estão pouco se fudendo com os outros colegas da limpeza e de funções auxiliares de nível econômico mais baixo.
Uma sugestão para o RH: verifique o perfil de redes socias dos futuros empregados, se demonstrarem simpatia por ideologias totalitárias, discriminatórias e anti democráticas (marxismo, nazismo, fascismo e etc), não contratem!
Cheguei a acreditar na hipótese do assédio (erro meu, precisamos analisar o quadro inteiro), mas após esses testemunhos com forte carga ideológica e politicamente totalitária, não resta dúvida da contaminação totalitária.
Continuarei comprando na Cultura, com muito orgulho!
Vocês são ridículos
Se acham muito importantes e muito superiores
Só confirmaram aqui que trabalho era o último dos seus interesses, tavam mais preocupados em se sentirem especiais… Geração millenials
Se foram capazes de fizer toda essa bagunça é por que tinham muita liberdade e autonomia durante a rotina diária… Sem um gerente de loja controlando seus passos.. e ainda recebiam salário base + bonificação
a livraria dava muito espaço para vocês e olha como se comportavam, feito crianças
Ou seja, reclamando de barriga cheia como garotinhos mimados
Tava achando ótima a entrevista até começar com papo de golpe, de Dilma salvou tudo, a empresa tem q se foder pq era contra o PT.. Po, pelo q eles falaram no começo, a família dona, antes de vender a participação era super gente boa e pagava um puta salário.
É por isso q esquerdista não, vai pra frente. Os dois lados tão bem errados. Até por que se vc nao gosta da empresa pede as contas. Esse negócio de lista pra sair, com prazo, não existe, pq empresa nenhuma pode te obrigar a trabalhar lá.
O texto comprova a existência da boa e velha luta de classes.
De um lado, um patrão a fim de explorar mais e mais. De outro, trabalhadores tentando amenizar o clima e opressão e sobreviver.
Que burrice fenomenal, isso vai enterrar o processo trabalhista! Cara, lição número 1 de ação direta: a não ser que tenha uma organização para assumir, militante nenhum assume a autoria, jamais. Nem anonimamente, nem para um veículo confiável. É burrice demais: vocês abriram tanto o bico, com tantos detalhes de tudo, que o exército de advogados do patrão vai conseguir provar que era hipótese de justa causa sim. Parabéns!
É incrível como mesmo diante de tds as humilhações relatadas, como mesmo diante de tudo que foi citado e dos inúmeros comentários confirmando os abusos, existam pessoas que defendam esse tipo de patrão!
No mínimo são patrões que fazem o mesmo com seus trabalhadores e que naturalizam a escravidão com a desculpa de: o país está em crise, graças a Deus eu patrão maravilhoso te pago em dia. VÁ PRA PUTA QUE PARIU! Pagar em dia é OBRIGAÇÃO do patrão, não é favor não, seus fdp!
Deixo aqui no convite para aqueles que estão solidários aos patrões que se candidatem a trabalhar voluntariamente nas lojas que sobrarem da Livraria Cultura. Transformem sua solidariedade em ação. O patrão ficará mais rico e vocês irão colocar para fora todo esse talento para serem escravos obedientes. Fica a dica.
As pessoas que gostaram da primeira parte porque mostra os abusos da empresa, mas não gostaram da segunda porque mostra as reações radicais dos funcionários, são um bom sinal do presente em que vivemos:
– o discurso da luta “contra as opressões” é dominante, enquanto a luta contra a exploração (mesmo quando é absurdamente opressiva, como eles mostraram) ficou pro canto; enquanto a entrevista mostrava só vítimas de opressão, ok, mas quando começou a mostrar pessoas que começaram a retomar o controle de seu próprio trabalho, de sua própria vida e lutar contra a exploração e os abusos que sofriam, já não era tão ok…
– pra outros, enquanto a entrevista denunciava coisas ilegais, ok, mas quando começou a mostrar pessoas desesperadas pra conseguirem seus direitos, já não era tão ok… (iam fazer o que? ir na justiça? ir no ministério público? pra tomar um não atrás do outro de autoridade na cara e ainda ter mais perseguição? acordem pra vida) Fazer o que… os amantes da ordem vão ser sempre amantes da ordem. A revolta com as coisas ilegais que rolavam nunca poderia, pra eles, ir contra a ordem que deu condições pra aquela exploração opressiva, pra eles a única revolta legítima é a que fortalece a ordem.
É bom que a segunda parte seja divisiva, porque mostra que pra um mesmo problema cada um fica de um lado, do outro, ou em cima do muro: mostra que não dá pra contar com quem fica no muro e quem fica do outro lado é inimigo.
Não compro mais na Cultura.
Passa Palavra, a publicação da entrevista em duas partes deu a entender para os energúmenos que leram somente a parte final que o pacto de mediocridade foi gratuito, criminoso e sem motivo.
Sugiro juntar tudo em uma única publicação.
Esse negocio da Saraiva estar falindo é pura verdade, aqui onde eu moro em Santos, tinha uma de super prestigio no Gonzaga, fechou sem mais nem menos…
Ao ler a primeira parte tive a impressão que os funcionários foram vítimas de má fé da administração.
Mas na segunda fica claro o ódio e a má fé dos mesmos para com a empresa e até para com os clientes. Enquanto eles brincavam de sabotar o patrão, a empresa piorava o rendimento e tinha que cortar custos, demitir pais de família que não estavam nessa guerrinha deles.
O brasileiro tem que aprender que patrão não é inimigo. Se chega em um momento que a relação não vale a pena mais para uma das partes, essa deve ser rompida, e não sabotar a relação na tentativa de fazer a outra parte romper. Esse pensamento nocivo é algo que a maldita CLT criou, “não vou pedir demissão, qro que me demitam”.
O forte assédio virou ódio. A livraria apenas colheu o que plantou, sem novidades.
Suponho que a LC podia ter pedido desculpas na época pela tal reunião, pelas ofensas, pelo blefe. Podia ter mandado embora os funcionários insatisfeitos, beneficiando igualmente ambos os lados. Podia ter aprendido com as dezenas de processos trabalhistas anteriores e posteriores. Podia ter emitido um comunicado razoável se retratando, se prontificando a apurar. Podia ter se recolhido das redes e evitado passar mais vergonha com postagens desnecessárias e lavação de roupa suja. Ao invés disso, optou por ter sua imagem arrastada na lama durante uma recém aprovada recuperação judicial, na vã tentativa de preservar o orgulho de um burguês. Ora, se os funcionários da matéria podiam simplesmente ter pedido suas contas sem criar caso – supondo que estes tivessem condições materiais para tal escolha – não teve tbm a Livraria Cultura inúmeras oportunidades de escolha?
Faz anos que escrevi sobre isso!
Sinto orgulho dos trabalhadores.
https://www.cut.org.br/noticias/livraria-cultura-realiza-demissao-em-massa-para-cortar-gastos-8c4c
Livraria Cultura is the new McDonald’s.
Parabéns, ao invés de aprender com toda essa cagada mandou redobrar a vigilância e as advertências em nós funcionários. Vão fazer a mesma coisa esperando um resultado diferente? Boa sorte.
Quanto absurdo… Não dá pra ler relatos assim e continuar a comprar ou visitar a Livraria Cultura sem um mal-estar no estômago. Sou frequentador assíduo desta livraria, e comprador frequente… Mas, a partir dos relatos, me recusarei a comprar na Livraria Cultura enquanto a situação trabalhista não apresentar melhorias expressivas. Infelizmente, ao que tudo indica (e tenho em mente também entrevistas com credores da LC), não acho impossível que a falência chegue antes; provavelmente a incompetência demonstrada na gestão porca dos funcionários se estende a todos os compromissos da empresa. Minha solidariedade se estende aos funcionários das Livrarias Martins Fontes, Saraiva, Disal, Mooney Books (um relato bem sinistro, inclusive) e outras citadas aqui ou na parte 1 da entrevista.
Gostei da fanfic, quando sai o terceiro capitulo??
Essa matéria devia ter saído completa, sem duas partes. Tem alguns mentecaptos se baseando apenas nessa parte da entrevista.
Que viagem a segunda parte, que viagem!!!
Segunda parte totalmente desnecessária.
Engraçado, comprei muito lá entre 2013 e 2015, mas depois que lancei um livro de forma independente e tentei distribui-lo por lá, vi o quanto a empresa era mesquinha, cobrando taxas abusivas, me tratando como se eu fosse um babaca, mas enfim colocaram o produto somente na loja virtual, é além de cobrarem taxa de 50 por cento em cima das vendas, eu seria o responsável por enviar o livro para Guarulhos, onde fica a logística deles, é ainda teria que pagar por isso. Ou seja, era melhor eu dar os livros de graça na rua que teria menos prejuízo. Enfim, foda-se essa porra de empresa, espero que suma logo do mapa.
Nossa, não entendi… Em vez de se prestarem a isso, por que não pediram contas? Era simples! O cara na própria entrevista diz que a maioria tinha nível superior, então não seria muito difícil recolocação no mercado. Avacalhar a própria empresa, é certeza de merda no final.
Por alguns comentários tecendo criticas aos funcionários a gente entende por que o Brasil está do jeito que está. É muita falta de empatia, ignorância e analfabetismo juntos. Que Deus tenha piedade do Brasil! rs
Basicamente um grupo de funcionários escrotos que tem orgulho de serem escrotos. Faziam mal o serviço deles propositalmente e depois depois ainda devem ficar de cara que vão perder o emprego pq a empresa tá falindo.
Claro que não estou dizendo que a culpa da falência é deles, até pq o que eles faziam é insignificante no grande esquema das coisas. Mas o fato é que eles estavam sendo pagos para executar um trabalho e propositalmente executavam mal a função e até faziam coisas criminosas como destruir ou sumir com material da empresa, além de prejudicarem clientes que não tinham nada a ver com a história.
Se você não está satisfeito com o emprego e não concorda com a forma como seus superiores fazem as coisas, você sempre pode se demitir. Ninguém os obrigava a trabalhar lá…
Curioso o comentário de uma ex funcionária: ” Foi o PIOR lugar em que trabalhei na vida”; ficou lá durante 5 anos! Só na Coreia do Norte ou na China, onde o trabalho deve ser forçado, se fica num lugar insuportàvel durante 5 anos. Tá mal explicada, essa história.
Sou contra esse tipo de empresário, mas não achei interessante a postura contra de revanchismo e mediocridade, de fato.
Dar prejuízo para o lugar que paga e se demitir, da na mesma.
Com muita rotação, a empresa quebraria de qualquer jeito, com menos dor de cabeça para todos os lados.
Cada um escolhe a luta que deseja, eu não compraria essa, pareceu coisa de criança mimada brigando com os pais que dão pouca liberdade.
Aos idiotas de plantão defendendo a livraria. Leia a primeira parte antes de escrever asneiras. Os funcionários não se demitiam para não perderam o seguro desemprego etc.. E a livraria não queria coloca-los para fora para não pagar esses direitos, então de uma forma covarde a empresa inventava justa causa sem sentido para colocar o maior número de empregados para fora. Fora as torturas psicológicas e humilhações para eles se demitirem. A forma que encontraram de lutar foi essa. Se você é um trabalhador e está defendendo as atitudes da livraria, então você luta contra você mesmo. Um dia um patrão ou gerente que trate pessoas como lixo, pode cair na sua cabeça.
Só lamento a associação ao PT. Podiam ficar sem essa. A situação desses funcionários, como relatado, era ridícula. Tudo culpa dos superiores, diretores, donos, etc, que pareciam ser um bando de mimados metidos a empresários. Se enriqueceram só às custas do BNDES, eles podiam mesmo é estar presos, juntos com qualquer político que promove esse tipo de esbórnia econômica insustentável. Claramente os donos, por apoiarem a saída da Dilma, não tinham noção da própria situação.
Muito bem. Agora, depois de sabotar o patrao, assaltem um banco e se conseguirem sobreviver vao pra Cuba, Venezuela, Nicaragua ou outro pais comunista qualquer. Notar que nao citei Russia nem China que hoje sao avidos por capital e trabalho. Vao (sobre)viver de bolsa-esmola, fodam-se todos esses imbecis sabotadores suicidas do proprio emprego!
O que muita gente está reclamando dos funcionarios, é provavelmente da forma como se vingaram.
Podiam gravar as reuniões e expor. (podendo usar como prova de assedio moral).
Se não podiam usar celular, poderiam comprar um pendrive escuta. (Tem pra comprar desde 2011)
Mas ao contrario disso, se vingaram tambem dos clientes, que não sabiam o que passavam e muitas vezes não tinham culpa. (excluindo os clientes escrotos)
As pessoas entrevistadas tambem exibem um ar de superioridade. “A maioria é gente que tem ensino de superior completo..”
Mas eram tão superiores, que preferiam sofrer humilhações e terrorismo psicologicos, para poder receber o seguro desemprego, do que simplesmente pedir demissão.
E sobre a atitude da cultura, foram burros. Minha namorada trabalhou la nessa epoca. E foi demitida em uma leva. Mas com os relatos na epoca, disse a ela que a livraria iria falir se em todas as lojas fossem assim.
A amazon realmente causaria um baque, mas a cultura poderia sobreviver com o antedimento. E pra ter um otimo atendimento, seria necessario um bom relacionamento com os vendedores.
Os casos de humilhações e terrorismo psicologico, não são fanfic. E essas ações da Cultura, é um grande fator, pela decadencia que ela entrou.
Eu teria é vergonha de falar q participei de algo parecido. Se o patrão é ruim, procura outro emprego (enquanto está empregado) e muda. O socialismo começa aonde a sua educação pelo outro (seja ele subordinado, colega de trabalho ou gestor) termina ou como dizem, se quer ser respeitado, de o exemplo. Não é a toa que o Brasil está desse jeito e a história se repete por 500 anos
“Se o patrão é ruim, procura outro emprego”.
O empregador oferece o emprego, o trabalhador oferece o serviço. O patrão, quando quer substituir um trabalhador por outro, pode por lei simplesmente fazer essa troca com o dinheiro que tem. Agora, pode o trabalhador, ao estar insatisfeito com seu atual trabalho, “trocar” o seu trabalho por algum outro que está no mercado disponível?
Caro CC, o dia em que as coisas forem assim, pode estar tranquilo que não haverão mais queixas nem nenhum tipo de sem-vergonhice como essas relatadas aqui, isso de se vingar dos patrões, das autoridades que te humilham, coisa feia.
Era só o que faltava, o pessoal do politicamente correto apareceu no PassaPalavra!
A primeira parte me convenceu muito bem e eu estava do lado dos funcionários. Já na segunda parte eu vi que foi uma interpretação deturpada de esquerdista. Você fala “bom dia” e eles acham que você xingou e tá de perseguição. Então essa parte 2 desmoralizou por COMPLETO o relato. A esquerda se fode sozinha sempre.
mano, que comentário carregado de arrogância
“e você tem os vendedores. Geralmente a galera que tem perfil de vendedor é um pouquinho mais esclarecida, mais politizada, então fica mais difícil de fazer a gente de trouxa. Não que não faça também, mas fica um pouco mais difícil… A maioria é gente que tem ensino superior completo, de faculdade pública e privada…”
Quer dizer na lógica dessa pessoa, possuir ensino superior os torna mais esclarecidos, politizados e menos propensos a serem trouxas? O que esclarecimento tem a ver com o canudo? Você acha mesmo que a galera da faxina, tercerizado não tá preocupado com o salário ruim ou que sofra assédio moral? Você acha mesmo que precisa de um diploma para se dar conta que as empresas exploram a gente? Você parou pra pensar que a galera dos serviços gerais pode tá precisando tanto do emprego que fica com medo de reagir ao assédio moral e\ou salários baixos? Você já conversou com essa galera pra saber se eles realmente são menos politizados e esclarecidos que os portadores de canudinho?
Se ensino superior fosse sinal de esclarecimento, era pro Moro ser uma divindade na esfera política. Se realmente ensino superior torna te superior, logo o Lula, o que estaria fazendo na política?
Sabe quem mais vota no Bolsonaro?
Galera de classe alta, que provavelmente tem um ensino superior!
Logo esse argumento de ensino superior é sinal de esclarecimento caí por água abaixo.
Adriana, você está desinformada.
Bolsonaro foi eleito por eleitores do Lula também, por muitos deles.
Ver: https://m.dw.com/pt-br/por-que-h%C3%A1-ex-eleitores-de-lula-que-votam-em-bolsonaro/a-45740918
E hoje em dia não é preciso ser de classe alta para ter curso superior. Em 2017 13,5% das pessoas que concluíram cursos superiores tinham renda de até 1,5 salário mínimo, enquanto 26,8% entre 1,5 e 3 salários mínimos. Somados totalizam 40,3% dos formados. Dados do Semesp, Sindicato das Mantenedoras de Ensino Superior.
Ver: http://agenciabrasil.ebc.com.br/educacao/noticia/2017-08/aumenta-numero-de-brasileiros-das-classes-c-e-d-concluintes-de-curso
Cara, como assim o “Colega 3” participou de todo esse levante e não se considera de esquerda? Isso só pode ser preconceito contra o termo “esquerda” porque o que ele fez, em união com os demais funcionários, foi EXATAMENTE o que ser de esquerda propõe: conscientização e ação dos trabalhadores contra o dono do capital. Muito linda essa matéria! As duas partes! Ainda precisa de muita união e politização pra conseguir alguma mudança significativa a favor dos trabalhadores (notem que as últimas mudanças foram todas a favor do capital). Mas bem legal saber desses pequenos levantes.
“…sabendo que boa parte das pessoas que trabalham lá são simpatizantes de esquerda, ou pelo menos progressistas, e me passa um vídeo falando mal da esquerda? Sei lá, cara. É a mesma coisa que chegar lá e passar um vídeo, num sei, falando mal da tua religião.”
Pelo visto acharam um canhotinho pra entrevistar.
Acontece que hoje a esquerda não representa mais o trabalhador por ter colocado as pautas identitárias acima de tudo. Só representa o desconstruidão de faculdade metido a intelectual.
Perfeito relato, fiz o mesmo na Lojas Americanas / B2W. Empresa tão pilantra quanto a Livraria Cultura!! NUNCA RESPEITOU o acordo coletivo firmado pelo sindicato do comércio do RJ, recebe o benefício fiscal do PAT e paga R$ 4,35 de vale-refeição!!. SIIIM, SÃO APENAS R$ 4,35!!
Nossa, tava gostando da máteria, mas ficou feio essa segunda parte. “Ca-gou” pro lado dos funcionários. Esse pacto quando prejudica o consumidor, os novos funcionários e os bens comercializados pela empresa (“dar fim” em livros?) já passa dos limites.
Não consigo entender porque o brasileiro médio é tão reacionário! É só aparecer pessoa esclarecida de seus direitos, do que é assédio moral no trabalho, de como revidar o patrão e líderes que o brasileiro médio já se dobra todo, leva a mão à boca, fica reacinha nervoso… por que tanta síndrome de vira lata, já que ninguém pobre ou assalariado NUNCA vai ser patrão? Que sonho irreal é esse da meritocracia, que trabalhando a gente fica rico e abre um negócio que nunca vi acontecer se já não for de berço?
Quem veio aqui comentar contra os trabalhadores ou é patrão, ou é lacaio, ou é mandado. Pra mim está muito claro que essa foi uma das maiores formas de resistência pacífica a um trabalho abusivo. E gerou marcas, tanto que ainda relatam os ocorridos. Tem gente que veio pedir a terceira parte da fanfic !!! O brasileiro médio se tornou medíocre. Se não hoje, amanhã.
Obrigado pela informação do tipo de pessoas que são os manda-chuva da “Livraria Cultura”.
Bora discutir a página deles e não comprar mais nada dos mesmos e você leitor que chegou até aqui se puder faça o mesmo!
Parabéns pela coragem dos que relataram os acontecimentos e boa sorte aos funcionários, e apenas a eles, nos processos em andamento.
Trabalhei na loja da Av. Paulista da Livraria Cultura de 2010 a 2016. Muito do que está nas duas partes da entrevista é verdade, porém há bastante distorção, fantasias e uma clara romantização. O donos da empresa são escrotos, da pior espécie realmente, são parte da típica elite brasileira e latino-americana, ou seja burros, mesquinhos e atrasados. O tal gerente babaca que esteve na loja em 2016 é um doente tecnicista, incompetente e raso. Mas alguns desses funcionários que se revindicam os “paladinos da classe trabalhadora” não são nem 30% do que professam, pelo contrário eram uma “panela” de meia dúzia de pseudo “artistas e intelectuais” que não faziam nada de útil além da livraria, eram pessoas que viam naquilo tudo de mais importante em suas vidas que com o passar do tempo começaram a perder a única coisa que tinham: um salário razoável e o status de trabalharem na Livraria Cultura. Eu e muitos colegas fomos prejudicados por muitos meses no “chão da loja”, enquanto estávamos lá nos matando de trabalhar, nos fodendo em postos sucateados de trabalho atendendo filas e mais filhas de pessoas com dezenas de telefones tocando, centenas de emails, livros para guardar, entregas para serem feitas, os “paladinos” estavam tentando quebrar a máquina sem perceber que nós, também trabalhadores, estávamos inseridos e presos pelas mesmas engrenagens. Eu sinceramente acho muito triste tudo o que ocorreu naquela livraria, seja por parte dos empregadores que realmente foram e são pessoas detestáveis habituadas a explorar o trabalhador da pior maneira possível, como pela parte dos meus ex-colegas que foram infantis, irresponsáveis e egoístas e ainda se prestam a essa vergonha de entrevista que é praticamente um desserviço a classe trabalhadora e especialmente a esquerda! Ser trabalhador e de esquerda não tem nada a ver com as infantilidades que vocês cometeram, sabia? Resistência, luta por melhores condições, desobediência civil etc. passar por outros tipos de ações, isto é ações que não penalizam outros trabalhadores, ações respaldadas pelo direito de greve, pela ação de defesa legal amparada pela antiga CLT etc. Não houve mobilização de trabalhadores na loja da Paulista, pelo contrário houve uma tentativa de revolta de um grupo irresponsável e imaturo no sentido pessoal, profissional e sobretudo político.
finalmente apareceu o petista consequente aqui nos comentários. Abaixo a luta! Viva a antiga CLT!
exemplos do que fazer: “Resistência, luta por melhores condições, desobediência civil etc.”
Valeu amigão!
Trabalhei na Livraria Cultura por 2 anos e meio, e vi pessoas boas sendo demitidas por falar a verdade, vi gerente querendo mostrar quem é que mandava na loja, vi gente sai do com estresse e crise de ansiedade, vi funcionário puxa-saco que não fazia nada ser elogiado pelo trabalho dos outros, vi um a livraria que se importava mais com vendas do que com Kevin McDaid e qualidade. Pedi demissão porque se continuasse trabalhando iria surtar.
Algum amigo do Cine Vitoria que tambem aproveitou o periodo de turbulencia, ao perceber a fragilidade do sistema de devolucoes e o estado de bagunca da loja, poderia dar um sinal? Acredito que eu nao tenha sido o unico a manter o sangue frio e usar cada pecinha daquele quebra cabeca pra melhorar de vida?
B13 e Florinda, se lerem essa mensagem,… voces tambem nao se incomodam de serem perturbados durante o cafe da tarde na Siberia?
Ótima fanfic, a primeira parte quase me convenceu, mas a segunda vovês mostraram as caras, só faltou dizer que um dos funcionários é nada mais nada menos que Albert Einstein….
Marcos,
O seu comentário demonstra duas coisas, ou melhor, que você nutre um preconceito e uma ignorância:
1) O preconceito: os trabalhadores, na sua opinião, não possuem qualquer criatividade, não são seres pensantes e inventivos, engenhosos, capazes de criar formas de resistência inovadoras e eficazes. Talvez no seu comentário você represente a si mesmo.
2) A ignorância: você ignora completamente a enorme quantidade de comentários, tanto na primeira quanto na segunda parte desta entrevista e ainda em outros textos publicados no Passa Palavra, confirmando a veracidade dos relatos, e é por isso que imagina tratar-se tudo de uma obra de ficção, muito embora outros meios de comunicação, inclusive a Veja (https://vejasp.abril.com.br/cidades/livraria-cultura-funcionarios-assedio-moral/), tenham feito reportagens e entrevistas confirmando uma vez mais a veracidade dos relatos, sem contar as inúmeras postagens feitas nas redes sociais por pessoas que vivenciaram tudo de perto e se identificaram como ex-funcionários.
Saudações.
Maxin, muito pelo contrario, achei super criativo esse conto, super engenhoso a forma que tentaram empurrar e ate romantizar esse papinho de comunismo em defesa dos trabalhadores e também não estou ignorando os outros comentários, dei uma boa lida em todos eles, mas sinceramente zé esquerdinha reclamando de trabalho na internet, tentando justificar que a falta de progresso do cara na empresa é um patrão malvadão é o que mais tem. Esse texto so serve para levantar a moral de vagabundo que quer uma justificativa para não trabalhar
“Zé esquerdinha’, “papinho de comunismo em defesa dos trabalhadores”, “patrão malvadão”, “levantar a moral de vagabundo que quer uma justificativa para não trabalhar”. De que tumba saiu essa múmia que escreveu essas pérolas?