Por André Queiroz

Tivemos oportunidade de investigar a heterodoxa relação entre Rodolfo Walsh e Juan Domingo Perón em nosso livro Rodofo Walsh: a palavra definitiva. Walsh celebrara a derrubada de Perón em 1955, saudara a bravura de um tenente aviador da Marinha ao arriscar sua vida em prol da derrubada do tirano prófugo.[1] No transcurso de anos, certa feita, em Madrid, houve a vez em que esteve em Puerta de Hierro, em reunião coordenada pelo líder político exilado – tratava-se de apresentar Walsh a Raymundo Ongaro, dirigente gráfico, e incitá-los na direção de um projeto de envergadura: a construção de uma Central Sindical combativa e revolucionária que se opusesse à hegemonia do Vandorismo que há tempos vinha forjando um projeto próprio frente à burocracia sindical da Unión Operária Metalúrgica, ramo central da CGT histórica. Walsh seria o editor-chefe do Semanário da CGT de los argentinos (CGTA). Dois anos de avanços considerados na reestruturação da luta de resistência desde as demandas da base sindical às políticas econômicas da ditadura de Juan Carlos Ongania. Não tardará, entretanto, para que o pêndulo de Perón se desloque ao outro flanco, isolando e neutralizando os esforços empreendidos por Ongaro e Walsh, e condenando à asfixia a nova Central.

De forma mais detida, ainda àquele trabalho, debruçamo-nos sobre as filigranas da aproximação de Rodolfo Walsh às fileiras peronistas. Mesmo que de uma forma tergiversa e suposto neutral.[2] Já nos primeiros meses do ano de 1956, Walsh será o responsável pela exaustiva apuração que resultará em Operación Masacre – em linhas gerais, o que Walsh investigará são os arbítrios da autodenominada Revolução Libertadora que, a um só tempo, deflagra o tacão de ferro do Estado sobre setores peronistas (insurretos) das forças armadas que se rebelaram sob a liderança do General Valle, assim como, tal arbítrio, sob o modo de bandas paramilitares de busca, apreensão e execução sumária se ocupará de dirigentes da base sindical que atuam à resistência, nos subúrbios da Grande Buenos Aires, pelo retorno de Perón. Walsh, como se fora Daniel Hernández, personagem-investigador de seus contos policiais, chegará à minúcia de descobrir que alguns dos militares insurretos foram fuzilados antes mesmo que fosse promulgado o decreto 10.364 que instituía a pena marcial. Walsh conta que no dia 9 de junho de 1956, quando se dá a prisão da grande maioria dos insurretos, em nenhum distante rincão do país, assim como em Buenos Aires ou em La Plata, se estava sob a tutela de tal exceção. Nos termos de Walsh:

Às 23h56, a Rádio do Estado, porta-voz oficial da Nação, para de reproduzir música de Stravinsky e põe no ar a marcha que habitualmente encerra as transmissões. O locutor se despede dos ouvintes até o dia seguinte, à hora costumeira. Às 24 horas, as transmissões são interrompidas. Tudo isso consta do Livro de Locutores da Rádio do Estado, como era praxe, à página 51, rubricada pelo radialista Gutenberg Pérez. Não se pronunciou uma só palavra sobre os acontecimentos subversivos. Não se fez a mais remota alusão à lei marcial, que, como toda lei, deve ser promulgada e anunciada publicamente antes de entrar em vigor. Às 24 horas do dia 9 de junho de 1956, portanto, a lei marcial não vigora em nenhum ponto do território nacional. Mas já foi aplicada. E será aplicada mais tarde a pessoas capturadas antes de sua vigência, sem que houvesse – como houve em Avellaneda – a desculpa de que foram surpreendidas com armas na mão.[3]

Mas, como dissemos, não será apenas no interior de batalhões militares que a violência de Estado estenderá seus tentáculos contra os que se opõem aos tiranos de turno. Os militantes civis da base peronista serão levados a um terreno baldio da periferia para serem sumariamente fuzilados. Sem julgamento, sem sentença, sem constituição de testemunhas de acusação e defesa, sem defensoria pública ou direito ao contraditório. Razão suficiente para que Walsh arrole peça sobre peça ao pergaminho da denúncia, sob os critérios formais da junção de provas; esta a sua tarefa de periodista combativo – examinando os deslizes e desmandos daqueles que deveriam reger com esmero a partitura institucional. Talvez opere às sombrias regiões do não-dito, como quem levanta o capuz do que se busca escamotear. Walsh apura a disritmia entre fatos e relatos, entre os reclamos da ordem e a sua malversação por este ou aquele agente de turno eivado até os dentes por interesses escusos. Walsh procede como quem trama a salva do justo. E daí, completada a sua função de escrutinador dos fatos, encaminhar os maus feitores de toda espécie e monta às autoridades formais para que se faça cumprir, por meio dos ritos previstos na Carta Maior e seu Código Penal e Militar, a sentença de reparação.[4] Doa a quem doer, custe o que custar – porque a democracia supõe a defesa e o respeito às instituições que lhe dão escopo e garantia. Todavia, ainda sem desarmar o figurino do combatente periodista de corte liberal, dirá Walsh: os fatos que relato neste livro foram sistematicamente negados, ou distorcidos pelo governo da Revolução Libertadora.[5] Será da sistematicidade com que o arbítrio se fará valer neste primeiro ano do governo da Libertadora, que levará Walsh, não apenas a trocar a sua alcunha para Fuziladora, como a atestar de forma desassossegada:

Gostaria que me dissessem que diferença existe entre esse conceito de justiça e aquele que produziu as câmaras de gás durante o nazismo. Agora, voltemos a Livraga. Quando esse homem é embarcado, preso, num ônibus, às 23h30 do dia 9 de junho, ele está, apesar de tudo, protegido pelo artigo 18 da Constituição, o qual reza que “Nenhum cidadão da Nação será punido sem julgamento prévio fundamentado em lei anterior ao fato do processo (…) ou subtraído aos juízes designados pela lei antes do fato da causa”. O que fez Livraga para perder esses direitos? Nada. E, no entanto, perde-os, e essa é a outra face da monstruosidade jurídica convalidada pela decisão da Corte e pelo ‘julgamento’ militar que são pedras do mesmo caminho. (…) Já não haverá malabarismos capazes de suprimir a prova implacável de que o governo da Revolução Libertadora aplicou retroativamente a cidadãos presos no dia 9 de junho uma lei marcial promulgada no dia 10 de junho. E isso não é fuzilamento. É assassinato.[6]

Rodolfo Walsh é o clandestino das horas aciagas a esconder-se sob as pistas falsas de um pseudônimo – não poucos são os que brindam por sua cabeça a prêmio; Walsh é aquele a conduzir pacotes de matérias datilografadas, envelopadas e lacradas sem quaisquer espalhafatos – porque há de ser discreta a missão de lançá-las às caixas de correio em destinação à posta restante de redações de jornais que não rechacem o inconveniente furo. Walsh é este anônimo de ocasião e conveniência a oferecer estopa e pavio ao rastro da pólvora peronista.[7] Porém esta é a primeira estação de um percurso que, aos saltos, anunciaremos os prumos e encaminhamentos.

* * *

Está-se entre 1968 e 1969. Entre o ano de escrita e publicação avulsa das reportagens de Quien mató a Rosendo? e sua forma livro, pouco mais de dez anos se passaram. A Revolução fuziladora deu lugar à eleição de um governo que aprofundou os pactos com o Fundo Monetário Internacional e tocou à frente um projeto de desenvolvimento econômico à base do endividamento externo e uma ampla política de subsídios e isenções fiscais para com os oligopólios internacionais. Todavia, irá cair de um golpe o governo de Frondizi. Elege-se a Arturo Illia, um médico cuja baixa votação é signo sintoma de um governo sem ampla base de apoio. Ao mexer com os interesses dos grandes laboratórios farmacêuticos e buscar sem maiores êxitos reverter a marcha da internacionalização da exploração do petróleo, sofrerá um novo golpe de Estado. Juan Carlos Onganía tomará posse projetando uma larga permanência no poder executivo. Sem que avancemos nos arbítrios e contradições de seu projeto de poder gestado a partir de um programa de ações em três hélices: social, político e econômico, importante será destacar um aspecto no que tange à já longa noite da chamada primeira resistência peronista, a de que a sua nucleação fabril e gremial foi sendo neutralizada e absorvida pelas estratégias de contemporização da burocracia sindical capitaneada por Augusto Timoteo Vandor, que negociava, desde dentro dos gabinetes civis e/ou militares (conforme a conveniência e o estado de coisas) os acordos salariais ao sabor das políticas econômicas vigentes. Mas não apenas este acionar pelego na contenção das demandas provindas de chão de fábrica, o que dizer das listas, encomendadas por estes dirigentes sindicais aos seus asseclas, dos trabalhadores mais combativos de cada grêmio sindical com o fim de entregá-los aos agentes da repressão? Vejamos o que nos conta Rodolfo Walsh no texto intitulado Noticia preliminar que abre o livro de 1969:

La publicitada carrera de los dirigentes gremiales cuyo arquetipo es Vandor tiene su contrafigura en la lucha desgarradora que durante más de una década han librado en la sombra centenares de militantes obreros. A ellos, a su memoria, a su promesa, debe este libro más de la mitad de su existencia. En el llamado tiroteo de La Real de Avellaneda, en mayo de 1966, resultó asesinado alguien mucho más valioso que Rosendo. Ese hombre, el Griego Blajaquis, era un auténtico héroe de su clase. A mansalva fue baleado otro hombre, Zalazar, cuya humildad y cuya desesperanza eran tan iknsondables que resulta como un espejo de la desgracia obrera. Para los diarios, para la policia, para los jueces, esta gente no tiene historia, tiene prontuario; no los conocen los escritores ni los poetas; la justicia y el honor que se les debe no cabe en estas líneas; algún día sin embargo resplandecerá la hermosura de sus hechos, y la de tantos otros, ignorados, perseguidos y rebeldes hasta el fín.[8]

Já não se trata do periodista investigativo no afã de conquistar um prêmio Pulitzer de reconhecimento internacional por sua obstinada e destemida devoção ao resgate da verdade e da justiça abortadas pelo arbítrio de uns tipos quaisquer. Walsh não vislumbra reparações no interior de uma ordem capitalista que se utiliza do leque de suas instituições para se reproduzir no tempo e espaço. Importante destacar, no que tange ao percurso Walsh, que nos primeiros meses de 1959, Rodolfo Walsh fora convidado por Jorge Ricardo Masetti, para contribuir organicamente na construção da agência Prensa Latina, na Havana da primavera revolucionária cubana. Tratava-se de investir na produção de contra-hegemonia no campo informacional face aos oligopólios da comunicação mundial e sua campanha contumaz de propaganda e desinformação das massas. O quanto desta experiência rebateu no Walsh de então se pode extrair deste trecho do prólogo escrito por ele ao livro Los que luchan y los que lloran, de Jorge Ricardo Masetti:

La campaña contra el gobierno revolucionario alcanzó una intensidad jamás vista en la historia. United Press y Associated Press, las agencias que monopolizan el mercado mundial de noticias, pusieron en marcha esa catarata de basura informativa que dura hasta hoy, preparando el terreno para la cadena de agresiones que iba a culminar en Playa Girón. Para contrarrestar en lo posible ese ataque incesante y despiadado, nasció Prensa Latina.[9]

Walsh aponta a necessidade de construção de uma agência de notícias como uma das tarefas da revolução. Não se limita a disputar um espaço no interior do sistema comunicacional vigente. Sabe das contradições que estão em jogo neste processo de construção, das diferentes linhas de ação que estiveram envolvidas nesta empreitada. Todavia, não há como recuar, passo atrás de passo, na direção do reformismo que justamente maquia contradições. Mais tarde, já à frente do Semanário da CGT de los argentinos, Walsh, nos termos de Natalia Vinelli, pode conhecer, de forma concreta, as possibilidades da imprensa como fator de organização e combate.[10] E será nas páginas deste Semanário que Rodolfo Walsh publicará, em avulso, as matérias de sua investigação sobre o tiroteio que resultou nas mortes de Blajaquis e Zalazar, militantes peronistas de base, todavia mortes que se subtrai, que se obscurece, que se silencia, uma vez que se trata de fazer vir à luz dos holofotes tão somente o caso do assassinato do advogado Rosendo García, um entre outros mortos, mas não um qualquer, uma vez que era tipo servil ao patronato, empregado que fora do bando de Augusto Timoteo Vandor, e então, na visão de Rodolfo Walsh, é este o fato que restará daquele fatídico dia de um suposto encontro fortuito na Confeitaria Real de Avellaneda.

Em linhas gerais, será este o mote do livro de Walsh, este suposto encontro fortuito que resultará numa tragédia travestida aos modos da contumaz farsa institucional. Por um lado, militantes de base do peronismo combatente que chamaremos Grupo Blajaquis, e de outro, personagens da burocracia sindical vandorista, incluindo entre eles o próprio Augusto Timoteo Vandor. Em um confronto provocado, segundo o relato de testemunhos, pelos capangas de Vandor, a contenda terminou em mortes, incluindo a de Rosendo García, advogado do grupo de Vandor. Walsh investigará em minúcias a composição da cena, com a caracterização de suas personagens, o lugar ocupado por cada qual no contexto da luta de classes na Argentina dos anos 60, a disposição espacial das gentes no interior da Confeitaria, o exame balístico operado por peritos criminais, o boletim de ocorrência policial, as peças judiciárias arroladas ao caso, os corredores labirínticos por onde escorrerá o processo. Dentre algumas das preciosas descobertas de Walsh, uma que se buscará obstaculizar de todas as formas através dos aparatos de força das instituições é o fato de que o projétil que ceifou a vida de Rosendo Garcia saíra da arma portada por ninguém menos do que Augusto Timoteo Vandor. Mas de que valerá a denúncia às autoridades togadas se o silêncio e a omissão, a esta parte, é por conveniência, ou se, por ventura, for o caso o protocolo às exigências de arrolamento de provas aos autos judiciais é apenas e quando da certeza de que os agentes policiais já se prestaram ao serviço da queima de arquivo, provas e desaparecimento forçado de testemunhas. Nos termos de Walsh:

Los sobrevivientes de la matanza pasaron a una lúgubre clandestinidad. De refugio en refugio, durmiendo amontonados, a veces cuatro en una cama, una formidable campaña de prensa descargaba sobre ellos toda la indignación del país. A veces escuchaban con un sobresalto las noticias radiales que los imaginaban cercados en tal o cual lugar. No habían podido asistir al entierro de sus amigos queridos.[11]

Nos limites deste ensaio, façamos um salto à conclusão do livro de 1969, a este, Walsh expressa de forma sintética e definitiva o traço de sua militância expressa no violento ofício de escrever. Todavia, importante destacar que, a partir daí, Walsh se embrenhará ainda mais a esta aludida militância, seja no campo da informação, seja no campo da inteligência revolucionária de Montoneros. Por ora, fiquemos com as palavras conclusivas de Rodolfo Walsh:

Hace años, al tratar casos similares, confié en que algún gênero de sanción caería sobre los culpables: que el coronel Fernández Suarez sería castigado, que el general Quaranta sería castigado. Era una ingenuidad en la que hoy no incurriré. Sinceramente no espero que el asesino de Zalazar vaya a la cárcel; que el asesino de Blajaquis declare ante el juez; que el matador de Rosendo García sea siquiera molestado por la divulgación de estos hechos. El sistema no castiga a sus hombres; los premia.No encarcela a sus verdugos: los mantiene.[12]

*André Queiroz é escritor, professor e documentarista. Professor Titular no Instituto de Arte e Comunicação Social da Universidade Federal Fluminense. Escreveu, entre outros, Rodolfo Walsh, a palavra definitiva. Escritura e militância (Insular, 2018) e Imagens da biopolítica I: Cartografias do horror (Multifoco, 2011). Dirigiu, junto a Arthur Moura, os seguintes longa-metragens: El Pueblo que falta (2015) e Araguaia, presente! (2018).

Notas

[1] No texto Epílogo Provisório, da primeira edição de Operación Masacre de 1957, Walsh afirma: “Posso, sem romorso, repetir que fui partidário da revolta de setembro de 1955. Não apenas por motivos prementes de afeição familiar – que os havia –, como também porque abriguei a certeza de que acabava de ser derrubado um sistema que espoliava as liberdades civis, que negava o direito de expressão, que estimulava a subserviência, por um lado, e o abuso, por outro. E não tenho memória curta: o que pensava então, equivocadamente ou não, continuo a pensar”. WALSH, R. Operação Massacre. São Paulo: Companhia das Letras, 2010 (p. 236).
[2] Vejamos esta declaração de Rodolfo Walsh no texto de Introdução da primeira edição, em março de 1957: “Suspeitas que, antecipo, me obrigam a declarar que não sou peronista, não o fui nem tenho intenção de sê-lo. Se o fosse, diria. Não creio que isso possa comprometer minha comodidade ou tranqüilidade pessoal, mais do que a publicação deste livro. Também já não sou partidário da revolução que – como tantos – supunha libertadora”. WALSH, R. Op. cit., p. 213.
[3] Idem, p. 73.
[4] No prólogo da edição de 1957, Walsh afirma: “Escrevi este livro para que fosse publicado, para que agisse, não para que se incorporasse ao vasto número de elucubrações dos ideólogos. Investiguei e relatei estes fatos assombrosos para levá-los ao conhecimento do público da forma mais ampla possível, para que inspirem espanto, para que nunca mais tornem a se repetir. Todo aquele que me ajudar a difundi-los e divulgá-los será para mim um aliado, a quem não questionarei por suas idéias políticas” (Op. cit., p. 205-206).
[5] Idem, p. 155. Vejamos o que afirma Rodolfo Walsh no texto de Introdução da edição de 1957: “Reitero que esta obra não persegue um objetivo político, nem muito menos pretende avivar ódios completamente estéreis. Persegue – um entre muitos – um objetivo social: o aniquilamento, em curto ou largo prazo, dos assassinos impunes, dos torturadores, dos ‘técnicos’ da picana que permanecem apesar da mudança de governo, do submundo armado e uniformizado” (p. 214).
[6] Idem, p. 189-190.
[7] Na mencionada reunião em Puerta de Hierro, residência de exílio de Perón na Espanha de Franco, ao ser apresentado por este a Raymundo Ongaro, o dirigente sindical mencionará a Operación Masacre, peça imprescindível a todo peronista que se preze.
[8] WALSH, R. Quién mató a Rosendo? Buenos Aires: Ediciones de la flor, 2004 (p. 07-08).
[9] WALSH, R. Ese hombre y otros papeles personales. Buenos Aires: Ediciones de la flor, 2010 (p. 130).
[10] VINELLI, N. Ancla, Rodolfo Walsh y la Cadena Informativa. Buenos Aires: Punto de Encuentro, 2015 (p. 33).
[11] WALSH, R. Ese hombre y otros papeles personales. Op. cit. (p. 92).
[12] Idem, p. 167.

Referências bibliográficas

QUEIROZ, A. Rodolfo Walsh, a palavra definitiva. Escritura e militância. Florianópolis: Insular, 2018.
VINELLI, N. Ancla. Rodolfo Walsh y la Cadena Informativa. Buenos Aires: Punto de Encuentro, 2015.
WALSH, R. Operação Massacre. São Paulo: Companhia das Letras, 2010.
———. Quién mató a Rosendo? Buenos Aires: Ediciones de la flor, 2004.
———. Ese hombre y otros papeles personales. Buenos Aires: Ediciones de la flor, 2010.

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