Por Treta no trampo

O Hospital Vida’s de Alta Complexidade, na zona sul da cidade de São Paulo, negou o primeiro atendimento a uma de suas funcionárias, que se contaminou no próprio local de trabalho depois de atender um paciente que não sabia que estava com Covid-19.
A enfermeira passou mal durante o expediente mas, mesmo depois da insistência de seus colegas, o dono do hospital e a diretoria de gestão disseram que nenhum funcionário poderia ser atendido ali. Os trabalhadores também estão sem acesso a exames.
A demora no atendimento agravou o quadro da funcionária, que agora está internada em um hospital público, em estado gravíssimo. De acordo com relatos, o nome dela já não consta mais nas escalas de trabalho e o Hospital Vida’s  não repassa qualquer tipo de informação.  Segundo colegas, a sensação que fica é que ela se tornou um fantasma. Para piorar a situação, o repasse do hospital ao INSS está irregular e isso pode prejudicar o acesso desta trabalhadora e de sua família ao benefício.
Até o momento, três funcionários do Vida’s estão hospitalizados com suspeita de coronavírus.
Este triste episódio escancara que, para os capitalistas da área da saúde, o heroísmo atribuído aos trabalhadores do setor não tem contrapartida. Assim como em períodos de “normalidade”, a manutenção dos rendimentos da empresa continua sendo mais importante que a vida dos funcionários. O discurso de “união de todos” contra o vírus só vale quando não toca no bolso do patrão.

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