Por Z1010010

Nesta penúltima parte da série, discutiremos o “efeito manada” no uso de software e hardware para entender como ele pode influenciar negativamente a presença digital de militantes/ativistas e organizações.

Explicando o “efeito manada”

Comecemos a última discussão da série de onde deixamos na parte anterior.

A premissa: Virgínia, preocupada com sua privacidade online, resolve usar determinado aplicativo como mensageiro instantâneo principal em seu celular (que chamaremos de Exu), e tenta convencer outras pessoas a fazer o mesmo. Enfrenta os seguintes desafios:

  • O aplicativo deve, no mínimo, respeitar os princípios de privacidade por padrão (privacy by default) e privacidade embutida no projeto (privacy by design).
  • A interface e funcionamento do aplicativo devem ser intuitivos o suficiente para que Virgínia, que não é uma expert em informática, possa usá-lo desde a instalação da forma mais segura e privada possível, e tenha orientação suficiente na área de configurações para ajustá-lo a seu gosto sem maiores dificuldades.
  • Deve existir alguém no círculo de relações de Virgínia que já tenha o aplicativo instalado para que ela possa testar suas funcionalidades e configurações com alguém conhecido, ou, alternativamente, uma comunidade de usuários disposta a acolher recém-chegados, cumprindo a mesma função.
  • O aplicativo deve ter usuários em número suficiente para que existam pessoas no mesmo círculo de relações de Virgínia dispostas a comunicar-se, ou, alternativamente, os dois elementos anteriores suprem o pequeno número de usuários.

Digamos que o aplicativo em questão supra os três pontos acima, tenha ultrapassado os estágios alfa e beta de desenvolvimento, e está maduro para uso massivo.

Para efetivar sua migração, Virgínia enfrenta ainda um desafio externo: a existência de outro(s) aplicativo(s) de uso mais difundido, que chamaremos de Hermes, com funcionalidades muito semelhantes à do aplicativo adotado, mas sem os requisitos de privacidade por padrão e privacidade embutida no projeto.

Figura 1: visualizando a manada.

Virgínia começa a usar o aplicativo Exu. Gosta. Recomenda aos amigos e amigas. Fora do reduzido círculo de pessoas igualmente interessada em informática, segurança digital e privacidade online, as reações foram mais ou menos estas:

  • “Meu aparelho não tem espaço”.
  • “É difícil de usar e instalar”.
  • “Não vou usar um aplicativo que faz o que outro já faz”.
  • “O Hermes é mais prático”.
  • “Não tem ninguém usando, então não vou usar”.

A primeira reação não pode ser abordada adequadamente neste artigo, porque implica discutir por quais meios a intenção deliberada dos desenvolvedores de software e a obsolescência programada do hardware – ou seja, a produção de hardware que, num prazo relativamente curto, será pouco funcional ou mesmo inútil para o que foi projetado – retroalimentam-se para criar esta sensação.

A segunda reação, de igual modo, não pode ser abordada neste artigo de forma adequada, porque exige discutir os métodos e os vultosos investimentos em design de produto e testagem massiva experiência de usuário (user experience, ou UX) que sustentam a chamada economia da atenção, o conjunto de técnicas empregues para fazer com que um usuário passe o maior tempo possível em frente a um programa ou aplicativo.

A terceira reação exige discutir um fenômeno que os especialistas em desenvolvimento de software chamam de “fadiga dos aplicativos” (app fatigue). Como isso funciona? Basta olhar as lojas de aplicativos da Apple, Microsoft e Google: milhares de aplicativos quase completamente iguais competem entre si, e os usuários não veem razão alguma para aventurar-se fora daqueles já consolidados. Além disso, as interfaces por periféricos (teclado, mouse, etc.) e por tela sensível ao toque, noutro sintoma de fadiga, têm perdido espaço para hardware e software que combinam interface conversacional, programação por linguagem natural e uso intensivo de inteligência artificial (ou seja, captura massiva e indiscriminada de dados para perfilagem de usuários) para promover uma experiência de usuário cada vez mais próxima ao diálogo com uma espécie de “criado inteligente”. É o que explica o sucesso de assistentes pessoais como Google Assistant/Home/Now (Google), Alexa/Echo (Amazon), M (Facebook), Cortana (Microsoft), Siri (Apple), AliGenie (Alibaba), Alice (Yandex), Xiaowei (Tencent), Duer (Baidu), S Voice/Bixby (Samsung) etc..

A quarta reação envolve a capacidade de um aplicativo agrupar o maior número possível de funções, fazendo com que, à medida que novas funções vão sendo nele incorporadas, um usuário sequer precise sair dele para realizar qualquer tarefa relevante da comunicação digital. Desse modo, a experiência dos usuários na internet passa a ser, cada vez mais, a experiência de uso de um só aplicativo, pois por meio dele, como numa espécie de enclausuramento, para as funções mais elementares da comunicação um usuário sequer precisa abrir outro aplicativo. Isso condiciona a experiência de usuário: de tanto usar o mesmo aplicativo, o hábito torna cada vez mais simples e intuitivo usar a interface, e qualquer “desvio” dela pela interface de outros aplicativos se torna “pouco prática”.

A quinta reação envolve uma espécie de “reação em cadeia”, para a qual retornaremos a Exu, Virgínia e Hermes. O aplicativo Exu é apresentado por Virgínia a Rafaela, usuária do aplicativo Hermes. Como Exu é um aplicativo menos conhecido que Hermes, Exu tem menos usuários que Hermes, e como Exu tem menos usuários, é menos conhecido que Hermes – os dois aspectos retroalimentam-se num feedback negativo contra Exu, que chamaremos de “ninguém usa”, e num feedback positivo em favor de Hermes, que chamaremos de “todo mundo usa”. (É evidente que se trata de uma generalização. Entretanto, é sob essa denominação generalizante que tais feedbacks são verificados na prática.) Apresentado Exu a Rafaela, ele refletirá: “ninguém usa” esse aplicativo, e “todo mundo usa” Hermes, que Rafaela já usa. Como “todo mundo” usa Hermes, que aparentemente faz as mesmas coisas que Exu, não há razão para Rafaela migrar totalmente de Hermes para Exu, porque “ninguém usa” Exu e “todo mundo usa” Hermes, que Rafaela já usa.

Figura 2: feedback negativo (círculo vicioso).
Figura 3: feedback positivo (círculo virtuoso).

Como Rafaela está presa neste círculo vicioso, sua migração de Hermes para Exu não se completou, reforçando os feedbacks “todo mundo usa” Hermes e “ninguém usa” Exu. Frustradas as tentativas de ampliar o círculo de usuários do aplicativo Exu a seu redor, de que Rafaela é somente um dos exemplos, a própria Virgínia passa a ver cada vez menos sentido em usar o aplicativo Exu, e volta a usar o aplicativo Hermes, mesmo sabendo de seus problemas quanto à privacidade.

Essa última reação é a formulação mais clássica do “efeito manada”.

Discutindo as consequências do “efeito manada”

Apresentado de forma resumida, o “efeito manada” parece apenas uma sobreposição de feedbacks positivos e negativos. Esse é apenas um aspecto do problema, que envolve outros aspectos psicológicos, sociológicos, econômicos e tecnológicos mais complexos. As descrições anteriores somente tangenciaram a questão, sem nomear ou explicar aspectos como seria necessário em outros casos. Alguns exemplos: o estudo de comportamento de manada (herd behaviour) e cascatas de informação (information cascades) tem métodos próprios na econometria, criados por Abhijit Banerjee, Sushil Bickhchandani, David Hirshleifer e Ivo Welch; a imitação tem papel central na sociologia de Gabriel Tarde e Georg Simmel; na economia institucionalista de Thorstein Veblen, o comportamento de emulação tem lugar de destaque; na psicologia de Sigmund Freud, sob enorme influência da sociologia de Gustave Le Bon, a psicologia de massas recebe atenção enquanto fenômeno inter-relacionado com a psique individual; etc.

Considerando o objetivo de “construir o nosso terreno” em meio digital que norteia esta série de artigos, deve-se observar como o efeito manada afeta a vida digital de militantes/ativistas e organizações.

A comunicação social de baixo custo, hoje, passa principalmente pelas chamadas mídias sociais. A militância anticapitalista demorou bastante para alternar o formato “clássico” dos artigos políticos mais densos, de fundo, com outros formatos igualmente aprofundados de produção de discursos e narrativas, como o vídeo e o podcast difundidos por meio do Youtube, ou outros mais ligeiros, como a presença crítica em redes sociais como Facebook, Instagram e Twitter. Mas cabe perguntar: até que ponto a estratégia – aliás legítima – de “ocupar a mídia de massas” adotada por “influenciadores de esquerda” como Sabrina Fernandes, Laura Sabino, Humberto Matos, Jones Manoel, Paulo Galo, Rita von Hunty, Dimitra Vulcana, Chavoso da USP e outros, ao concentrar-se exclusivamente nas plataformas GAFAM, não reforça o enclausuramento digital nessas plataformas? Uma reflexão mais cuidadosa sobre o assunto é necessária, especialmente quando plataformas livres como Peertube ou Funkwhale permitem a publicação e difusão de vídeos e podcasts sem os constrangimentos impostos pelo “algoritmo” do Youtube. O custo com a hospedagem de uma instância do Peertube ou Funkwhale poderia muito bem ser dividido entre eles, pois as campanhas de arrecadação de alguns desses influenciadores numa só plataforma de financiamento colaborativo já ultrapassaram a marca de R$ 10 mil cada uma.

(Sim, há entre os influenciadores citados campanhas que mal passam os R$ 2 mil mensais, mas “influenciadores de esquerda” não deixam de ser influenciadores digitais por serem “de esquerda”, e entre eles também vige o sistema de desigualdade de rendimentos próprio do sistema de “estrelato” comum a todos os influenciadores digitais: quanto mais visibilidade um deles alcança, mais expande sua base de apoiadores financeiros em potencial e de contribuintes efetivos, resultando em mais dinheiro arrecadado pelas campanhas. O assunto mereceria uma discussão mais aprofundada, que não está no escopo desta série.)

Figura 4: o “efeito manada” pode ser usado positivamente em alguns casos.

Um bom exemplo de uso inteligente de plataformas — ainda que não se tenha total concordância com o conteúdo — está na plataforma anarquista Antimídia: seu conteúdo audiovisual é hospedado numa instância do Peertube, sua presença em redes sociais se dá principalmente por meio do Mastodon, as atualizações do site que ancora os conteúdos se dão por meio de RSS (embora um boletim de e-mail ainda seja usado para distribuir conteúdo) e as doações de apoiadores são feitas exclusivamente por meio de bitcoin. Nada disso impede que seu conteúdo também seja distribuído via Twitter, Youtube e Instagram, mas o próprio coletivo por trás da plataforma Antimídia alerta que “algumas publicações só são lançadas lá mais tarde”, indicando o lugar delas em sua estratégia.

Para militantes/ativistas que não se dedicam de corpo e alma às tarefas da comunicação, a situação parece ser diferente — mas, na verdade, não é.

Um dos comentários a esta série deu um exemplo que gostaríamos de comentar: ”[…] no twitter tem organizações e pessoas solicitando preenchimento de formulário no Google Docs para participantes da convocatória de protestos. Não sei se isso é sinal do derretimento cognitivo destas organizações,ou uma ignorância absoluta da segurança digital,pra não falar do necessário anonimato“. A situação apontada é um erro gravíssimo, mas deve ser olhado com certo cuidado. A convocação para manifestações por meio de redes sociais cumpre, no meio digital, o mesmo papel que a convocação por meio de panfletagem na porta de fábricas, centros comerciais, terminais de ônibus, escolas, etc. cumprem no tête-à-tête. No caso apresentado, o resultado equivale a fazer panfletagem em praça pública- com uma diferença: a cada panfleto entregue, uma cópia era dada ao policial mais próximo. A cena é ridícula, certamente, mas é o equivalente mais próximo a usar Google Forms para convocatória de manifestações. Cabe perguntar, apesar disso: era possível esperar outra coisa? Estavam dadas ou não as condições para que uma manifestação não precisasse ser organizada por meio digital? Por quais outros meios estas “organizações e pessoas” alcançariam outros camaradas com quem não tinham qualquer contato prévio? Do nosso ponto de vista, não vemos a questão como “derretimento cognitivo”, mas como oportunidade para apontar que este formulário – se absolutamente necessário para a convocatória – poderia ter sido feito usando Limesurvey ou Framaforms, ou mesmo a ferramenta de formulários do Nextcloud instalada em servidores ativistas como Disroot e System.li.

Outro comentário lamenta: “Chover no molhado falar disso, todo mundo da esquerda usa WhatsApp, do MST a LCP, anarquistas, comunistas..todos os Istas e Ismos. Da mesma forma, não vejo ninguém adotando seriamente Mastodon e outras redes alternativas, com muito custo tenho visto algumas pessoas migrando para Matrix, outros nem isso,seguem no Gafam serelepes.” Mastodon e Matrix são vítimas fáceis dos feedbacks “todo mundo usa” e “ninguém usa”. Ora, se “todo mundo usa” Facebook e Twitter, por que dedicar tempo a acompanhar outra rede social que “ninguém usa”, como Mastodon? Mesma coisa para Matrix: se “todo mundo usa” Whatsapp, por que dedicar tempo a comunicar-se usando um aplicativo que “ninguém usa”? Os dois feedbacks amarram militantes/ativistas ao enclausuramento digital imposto pelos GAFAM. O problema principal, entretanto, persiste: como comunicar-se adequadamente com a enorme quantidade de pessoas que está alheia a qualquer debate sobre alternativas livres de comunicação, enquanto tal debate não as alcança? No primeiro caso, o software por trás do Facebook é extremamente intolerante à interoperabilidade e ao intercâmbio com outras redes, mas o Twitter pode facilmente ser acessado e gerenciado usando a rede social Friendica: basta criar uma conta em qualquer servidor Friendica aberto ao público para ler sua timeline e tuitar desde lá, permitindo conectar-se, além disso, com todas as redes sociais que usem o protocolo ActivityPub, como Mastodon, Peertube, Funkwhale (que está para música e podcasts assim como o Peertube está para o Youtube), Pixelfed (para fotos e imagens), Hubzilla, Pleroma… No segundo caso, mesmo com as limitações ao protocolo/aplicativo Matrix já apresentadas num interessante comentário técnico à segunda parte desta série, pode-se usá-lo para conectar a outros serviços (como Whatsapp ou Facebook Messenger) por meio de pontes, desde que o servidor em uso já as tenha instaladas. Pode-se, assim, manter uma política de “pé dentro, pé fora”, ainda que precária.

Uma consequência gravíssima do “efeito manada”, talvez mesmo a mais grave de todas, fica oculta por trás das indicações.

Chegamos a mencionar, algumas partes atrás, que especialistas em segurança digital podem fazer recomendações de software com maior segurança e privacidade, mas pouco ou nada dizem quanto ao hardware porque o debate público em torno das redes comunitárias de telecomunicação e do hardware livre envolvido em certas configurações ainda engatinha.

Agora, levantaremos outro problema: é impossível derrotar o “efeito manada” no curtíssimo e no curto prazo. Mesmo no médio prazo é muito difícil. Tomar como remédio infalível contra os GAFAM a substituição de seu software por outro que (pelo menos) respeite os princípios de privacidade por padrão (privacy by default) e privacidade embutida no projeto (privacy by design) é como tentar usar band-aid para estancar a hemorragia de uma perna amputada.

Temos muito respeito por camaradas que desenvolvem aplicativos e programas livres que tentam ajudar a desenvolver outras formas de sociabilidade que não a exploração econômica e a opressão política. Sem seu trabalho, sequer poderíamos tratar de qualquer dos assuntos desta série, pois seríamos totalmente prisioneiros na clausura digital dos GAFAM. Algumas das pessoas envolvidas na produção desta série — porque Z1010010 é muitos – são desenvolvedoras de software, e partilham dessa perspectiva. Ninguém, entretanto, se deixa confundir pela ideologia do solucionismo tecnológico, por meio da qual muita gente no meio profissional da informática acredita que bastaria “trocar” tal ou qual tecnologia por outra mais “adequada” ou “inovadora” para resolver os profundos problemas sociais que atravessam a sociedade em nosso tempo.

Figura 5: a estratégia solucionista

Não adianta tratar o “efeito manada” apenas em seu aspecto individual, como se tudo se tratasse de simples “escolha” dos usuários. Embora este aspecto seja incontornável, porque, afinal, o “efeito manada” só existe porque indivíduos usam software em seu hardware pessoal ou profissional, há outras forças em jogo que sobrepujam a simples escolha pessoal e restringem enormemente seu âmbito de validade. Foi de propósito que apresentamos o “efeito manada” como sobreposição de feedbacks a partir de exemplos individuais: desta forma, fica fácil entender, até mesmo visualizar, num âmbito estritamente pessoal, como indivíduos percebem o condicionamento de suas próprias escolhas, e como sua capacidade de resistir a tais forças é reduzida a quase nada.

A superação completa do “efeito manada” implica a reversão completa do modelo de negócios dos GAFAM (Google, Amazon, Facebook, Apple, Microsoft). O esforço coletivo para tal finalidade seria gigantesco, como dados de 2017 evidenciam: 70% ou mais do tráfego de dados na internet se dá sob influência direta do Google ou da Facebook, graças a seus aplicativos (Whatsapp, Facebook, Messenger, Youtube, Google, Instagram, etc.). Não há solução “disruptiva” que dê conta disso. Em última instância, a reversão desta tendência implica, no curto prazo, entender a centralidade do setor de telecomunicações para a atual fase do capitalismo, para apoiar todas as lutas dos trabalhadores nele envolvidos e toda luta que fortaleça o controle coletivo sobre as telecomunicações, do hardware ao software; no longo prazo, implica a tomada do setor pelos trabalhadores, dentro de um processo de autogestão generalizada.

A indicação de tal ou qual software, de tal ou qual hardware, portanto, não é um fim, mas um meio para facilitar a organização de pessoas que lutam para a superação da exploração econômica e da opressão política que constituem a sociedade capitalista. Somente pensando assim seremos capazes de construir nosso terreno em meio digital.

Queremos dizer, com isso, que nada pode ser feito no curto prazo? Se queremos construir o nosso terreno em meio digital, devemos encontrar algum caminho. A substituição de software ou hardware, tomada como “bala de prata” para derrotar os GAFAM, não passa de quixotada; sua aplicação em contextos mais modestos e restritos, entretanto, pode ser muito proveitosa para militantes/ativistas e organizações que pensem nessa substituição como um instrumento, não como um fim ou uma performance. Na parte seguinte, a última da série, apresentaremos uma proposta para ativistas/militantes e organizações integrarem de modo consciente a substituição de software e hardware como parte de uma estratégia maior de construção do próprio terreno em meios digitais: a compartimentação de comunicações.

2 COMENTÁRIOS

  1. Z1010010 lê mentes? O textão parece uma resposta ao comentário de doxa no post anterior e só traz verdades. Parabéns outra vez a Z1010010 e ao Passa Palavra por ajudar a gente a separar o joio do trigo. Que venha logo a última bomba!

  2. A continuação dessa série não poderia ser outra coisa senão uma resposta aos problemas que se colocam à tentativa de “construir o nosso terreno”. A dúvida suscitada por Doxa alimenta o motivo de o Passa Palavra continuar a dar atenção a estes problemas. Séries como essa que mesclam interesse técnico e motivação revolucionária são cruciais se nosso objetivo é justamente construir um terreno alheio às formas deixadas pela sociedade de classes. Há pouco tempo o artigo de Aurora Apólito contribuía com o debate sobre a contemporaneidade da autogestão. Agora, “construir o nosso terreno” envolve discutir como generalizar nossas discussões e espaços de organização com soluções técnicas e pensadas do lado de cá das barricadas.

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