3 COMENTÁRIOS

  1. Com o tudo e querendo todos
    apagada
    a Catedral
    com seu sino convocador,
    já não ostenta uma cruz
    ou talvez ostente,
    tímida,
    apagada,
    visível apenas a quem queira ver.
    O PAI

    Com metade de todos
    e odiando metade de todos
    o hasteado Brasil
    da ordem e progresso
    segue firme e imponente,
    ainda que em pedaços
    fragmentado
    estraçalhado
    fatiado
    lascado
    moribundo
    e febril
    O FILHO

    Entre o tudo e o todos
    imponente
    mercadoria de primeira necessidade
    a antena parabólica Century 21 que,
    apontada para seu peculiar satélite,
    sintoniza a programação da catedral.
    O ESPÍRITO SANTO

    E nessa santíssima trindade
    embora fracassem em consolar
    o azul chinfrim do céu,
    o lar coberto de amianto,
    o mar aprisionado na caixa d’água,
    é possível avistar
    entre a antena e o difusor
    quiçá atrapalhando a sintonia do receptor
    algo de verde
    lembrando-nos que nem tudo
    está morto
    AMÉM

  2. A rainha morreu no dia 8 e no dia anterior houve o 7 de setembro, palco da “luta do bem contra o mal”, onde esses dois elementos da fotografia se alinham, estética e teoricamente. Se a foto tivesse sido tirada um dia depois, já não seria uma bandeira rasgada, mas íntegra, pois ela foi trocada justo no bicentenário. A rainha morreu, mas o reino fica. God Save the Queen!

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