Em certa altura dos Tristes tropiques, Lévi-Srauss constatara que “Existem chefes porque há em todo grupo humano homens que, diferentemente de seus companheiros, apreciam o prestígio por si mesmo, sentem-se atraídos pelas responsabilidades, e para os quais a carga dos negócios públicos traz consigo sua recompensa.” O antropólogo se referia à lógica da chefia Nambiquara, mas ao ler a citação ela se lembrou de um camarada que atraía-se facilmente pelo poder, centralizava ações coletivas em si e atropelava outros companheiros em suas ações… Passa Palavra.

6 COMENTÁRIOS

  1. Apesar das diferenças de contextos e discussões, fica a recordação:

    Autogestão ou gestão: sobre a liderança tácita nos coletivos autônomos – ou sobre coletivos autônomos nem tão autônomos assim

    ” (…) A proposta desse texto é justamente tratar sobre um dos outros fatores para que os ‘coletivos autônomos’ acabem.
    A questão da liderança tácita, por vezes, é ignorada ou excluída do debate dentro desses coletivos.
    (…)
    Hoje, o que podemos constatar em alguns coletivos e movimentos autônomos é a existência de uma espécie de direção.”

    https://passapalavra.info/2019/04/125920/

  2. Isso fica pior naqueles casos em que os “camaradas” se tornam chefes, perseguem as companheiras e companheiros no ambiente de trabalho e tentam se provar como vanguardas da produtividade, caso muito comum em empresas de esquerda. Nem os que reivindicam a autogestão estão salvos. Há aqueles que, inclusive, estudam a perspectiva da autogestão em processos revolucionários, defendendo em suas teses acadêmicas a auto-organização dos trabalhadores ao mesmo tempo que se colocam na linha de frente da hetero-organização nos locais de trabalho.

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