Perdida nas esquinas da História
A professora lia o texto final de uma mestranda em História. Faltavam dias para a defesa. No texto, a mestranda dizia da lacunaridade das fontes, mostrava seu caráter fragmentário e parcelar, indagava sobre o cotidiano da comunidade. “Que bom”, pensou, “ela entendeu que fontes não dizem tudo”. Então, num plot twist duplo carpado, no texto a mestranda rejeitou todas as fontes documentais, criou uma personagem (com nome e tudo), jogou-a subitamente na comunidade e fez girar em torno dela todo um cotidiano imaginário, “porque a ciência eurocêntrica não dá conta da riqueza da vida”. De olhos arregalados, a professora parou, respirou fundo e pensou, antes de fechar em definitivo o leitor de pdf: “é…” Passa Palavra
Medo maior
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O oxigênio
Paula Lavigne disse que «o oxigênio que a direita respira é o mesmo que a esquerda respira». Tudo depende de onde moram e trabalham...
Começo de carreira
Pobre, jovem e universitário, com medo de perder a bolsa de iniciação científica, não conseguia dizer não ao seu orientador, chegando até a cortar...
Reinventando o lockdown
Com a nova onda de casos de covid-19 na China, a Foxconn, maior fornecedora de componentes da Apple, com filial em Shenzhen, desenvolveu a...
Xenofobia jornalística
Na sua edição de 20 de Maio, o Destak - o maior jornal de distribuição gratuita em Portugal, dirigido por Isabel Stilwel - inclui...
Com K
Durante as lutas estudantis de 1962, em Lisboa, contava-se que quando a polícia cercara a cantina da Cidade Universitária e prendera todos os que...
Saudade de Pedro
É muito lindo ver que a luta continua! Hoje novamente estou vendo o vídeo e não teve com eu não me emocionar, bateu a...
Líder
«Porquê seres seguidor, quando podes ser líder? Revela o líder que há em ti» (Publicidade de uma empresa transnacional de mediação imobiliária, para angariar...
Ato falho
Estava analisando um projeto de certa faculdade de ciências humanas para enquadrá-lo dentro dos parâmetros exigidos pelas leis, regulamentos, decretos e coisas do gênero,...
Boicotando o fascismo
A página da Mídia Ninja no Facebook decidiu fazer uma lista de empresas bolsonaristas que estariam alavancando o ato contra o Congresso encorajado pelo presidente da República. Justificaram a proposta de boicote da seguinte forma: “Boicotar empresas é uma atitude pedagógica para regular o mercado com a 'mão invisível' da inteligência coletiva cidadã, promovendo mais democracia, ética e justiça social. É possível ganhar dinheiro e viver bem sem ultrapassar o limite da violência, da opressão, da ganância e ambição que provocam tamanha desigualdade social e só afeta negativamente a totalidade de um país”. Passa Palavra
À espera
“As pessoas dizem que tem muita competição aqui na empresa. Eu não acho. O clima é muito bom. A gente só tem que fazer...