Por A Voz Rouca

👩🏽‍🏫 DIÁRIO DA QUARENTENA #06
💻 Educação nos tempos de corona

AUTOENGAJAMENTO NO TELETRABALHO: A MORTE DO PROFESSOR

O perigo não vem só de cima. Vem de lá sim, claro, e é óbvio que a burocracia do Conselho de Educação do MEC e gestores de universidades privadas aderiram imediatamente a um decreto feito a toque de caixa para aulas à distância.
Aproveitam-se da conjuntura do Coronavírus e vão impondo modelos de EAD. Ainda assim, para a burocracia a visão é que os professores devem estar ainda mais acomodados.

Mas isso já era esperado, transformando nosso tempo em plena crise pandêmica em mais trabalho, em maior controle, em menos tempo de vida.

O que me preocupa é o que virá após isso tudo.

Muitos colegas professores não tem a compreensão da dimensão do processo de educação, e por isso ficam numa exaltação tola da tecnologia. Um oba-oba com Zoom, Google Class Room, Microsoft Team, Moodle, live no Facebook, vídeos no YouTube.

E muitas vezes sem nem a chefia ordenar querem se mostrar pró-ativos, vestindo a camisa da empresa (educação?) no momento de crise, sem perceber que assinam a própria sentença de morte.

“Os alunos adoraram, estão mais engajados, aderiram e blábláblá”. Um oba-oba para o pior dos mundos possíveis, em que diante da ganância e lucro para um punhado de empresários, o professor será substituído por formas de teletrabalho, os estudantes privados de um dos elementos da educação, que é um processo social e participativo, com a presença de corpos e mentes.

Não se trata de ludismo, mas tampouco deveríamos fazer fogo amigo contra a lucidez na educação.

O mundo não será como antes, mas o que será da educação após a pandemia?

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(A Voz Rouca irá publicar na sua página relatos de abusos cometidos pelas escolas contra os trabalhadores durante a crise do Coronavírus. Caso você queira compartilhar alguma história, é só nos procurar ).

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