Por Manolo

Publicado em 5 de março de 2018, o artigo “What insights do taxi rides offer into Federal Reserve leakage”, de David Andrew Finer, causou polêmica nos meios financeiros estadunidenses por chamar a atenção do público para aspectos decisórios fulcrais do capitalismo. Quem porventura se interesse mas por qualquer razão ainda não leu o artigo, e também quem não o lerá por pura preguiça, terá interesse em saber de seu conteúdo.

Eis um resumo muito grosso, somente para gerar interesse.

O mercado aberto, muito resumidamente, é um mercado no qual o banco central de cada país regula o fluxo de sua moeda comprando e vendendo títulos da dívida pública, fazendo operações de venda e recompra (“repo”) etc. Tais operações objetivam manipular a taxa de juros de curto prazo e a oferta da base monetária do país, controlando portanto também a oferta total de moeda. Nos Estados Unidos, é o Federal Reserve System (ou Fed) quem age com funções de banco central, e portanto é quem controla o fluxo de dólares no mercado. As medidas de controle do fluxo de dólares por meio de operações no mercado aberto são supervisionadas por meio do Comitê Federal do Mercado Aberto (Federal Open Market Committee — FOMC), que também decide sobre taxas de juros; o órgão, muito semelhante ao Comitê de Política Monetária (COPOM) do Banco Central do Brasil, reúne-se com frequência trimestral.

Finer, autor do artigo a que chamamos a atenção, quis responder à seguinte pergunta: será que informação relevante para investimentos vaza do Fed para grandes bancos? Não podemos nos estender muito acerca das intenções do autor ou de seu processo de pesquisa, mas é possível — insisto: é possível, ou seja, pode ser que, ou seja, é apenas uma hipótese — que Finer tenha encontrado limites a tal pesquisa, impostos pelo cuidado, secretismo e rigor com que os integrantes do FOMC tratam de suas reuniões com representantes de grandes bancos. Nada mais natural: a este nível da gestão do capitalismo, em especial no que diz respeito à política monetária, qualquer informação privilegiada resulta em ganhos ou prejuízos bilionários — e as normas de confidencialidade do Fed são muito restritivas. Se esta hipótese estiver correta, teria sido necessário encontrar meios alternativos para tratar deste fluxo de informações — e Finer encontrou um meio universalmente desprezado: viagens de táxi.

Finer pegou uma massa de dados (big data) sobre viagens de táxi em Nova Iorque de 2009 a 2014. Extraiu dela apenas as viagens ocorridas em datas próximas às reuniões do FOMC com pontos de partida próximos à sede do Federal Reserve Bank of New York e a sedes novaiorquinas de grandes instituições bancárias — nomeadamente o Bank of America; o BNY Mellon; o Citigroup; o Goldman Sachs; o JPMorgan Chase; e o Morgan Stanley. Estruturou tais dados empregando regressões de Poisson, testes t, covariantes e outras ferramentas estatísticas. Por fim, tendo como base o tratamento da massa de dados por meio destes filtros, confirmou de modo muito seguro e robusto as seguintes hipóteses:

  • As viagens noturnas — de 1h às 4h da manhã — saindo dos bancos rumo ao Fed aumentam enormemente depois de encerrado o silêncio legal de comunicações imposto até a meia-noite do dia em que ocorreu alguma reunião do FOMC, demonstrando o aumento da busca por informações ou da disseminação de informações.
  • Considerando restaurantes, cafés, lojas ou parques como locais possíveis de reunião, a análise das viagens de táxi nos dias próximos às reuniões do FOMC teve também como critério o desembarque próximo ou simultâneo de duas ou mais viagens originadas nas sedes dos bancos e do Fed, resultando na demonstração do aumento significativo de viagens simultâneas com tais destinos nos horários de almoço nos dias selecionados — ou seja, há indícios de encontros entre pessoal de bancos e do Fed em horário de almoço.
  • Configurações e padrões estatísticos altamente relevantes nas viagens de táxi em Nova Iorque sugerem que as oportunidades para o fluxo de informações entre indivíduos presentes na sede novaiorquina do Fed e indivíduos presentes nas sedes novaiorquinas dos grandes bancos aumentam em datas próximas às reuniões do FOMC.
  • A massa de dados sobre viagens de táxi serve como indício de interações não-oficiais ou discretas entre membros do Fed e o pessoal de grandes bancos, mas são apenas um entre muitos traços materiais deixados pela existência de tais reuniões, e a quantificação destas interações com base apenas nas viagens de táxi pode representar um número muito conservador de interações (encontros, reuniões etc.) — ou seja, é possível que a interação informal entre estes sujeitos seja muito maior.

Estes são os resultados em linhas muito gerais. O artigo detalha como, por exemplo, o aumento no número de viagens de táxi foi marcante em 2012, quando o FOMC decidiu estender a política de harmonização financeira quantitativa, ou seja, a compra de títulos financeiros com o dinheiro recém-criado no mercado; o impacto desta decisão sobre o mercado financeiro estadunidense foi notável.

Claro, existe uma série de limites a este método, alguns reconhecidos pelo próprio autor. O número de integrantes do FOMC com maior poder decisório é pequeno, e uma só viagem de táxi de um deles, por exemplo, pode resultar em impacto muito mais drástico que centenas delas feitas por membros do FOMC com menor poder decisório. Finer afirma: “o artigo não diz que nada ilegal está acontecendo […] o padrão de interações sugere que tais encontros [entre pessoal de bancos e pessoal do Fed] estão acontecendo, e há potencial para que alguma troca de informação aconteça”.

O Fed foi rápido em dizer que “muitas das inferências do artigo são falhas e enganadoras”, que “o Federal Reserve System e o New York Fed têm políticas e procedimentos estritos para regular a interação e a comunicação entre o FOMC e instituições financeiras”, e que “simplesmente não é digna de confiança a implicação de que um aumento numas poucas viagens de táxi feitas por passageiros desconhecidos entre áreas densamente povoadas da cidade — centros de negócios, de transporte e de serviços de saúde — tenha aumentado o risco de comunicação inapropriada”.

Convenhamos, nada disto é novo. Faz tempo que tenho insistido em que este fluxo de informações e decisões entre público e privado é a regra no capitalismo: consultorias privadas planejam a ação de governos estaduais e municipais brasileiros; é impossível paralisar o fluxo de informações e pessoas nos altos escalões das empresas e do Estado; a economia e a vida social são assim decididas de cima a baixo; e por aí vai. Não tenho a arrogância de achar que sou o primeiro a falar do assunto, tampouco serei o último a fazê-lo: basta ver o que se produz nas universidades sobre temas como diretorias interligadas, comércio intrafirma, crimes de colarinho branco e temas correlatos para confirmar que há alguma verdade no estranhamento e na problematização das relações entre o Estado clássico e as empresas. O trabalho de David Finer é exemplar não por inaugurar hipóteses novas acerca de tais relações, mas por encontrar meios indiciários muito robustos para confirmá-las.

O mérito do artigo de David Finer está ainda em possibilitar debates em três áreas relacionadas, de interesse para a militância anticapitalista:

  • o destaque dado à massa de dados produzida pela atividade de profissionais constantemente invisibilizados, os motoristas de táxi, permite reavaliar o papel destas profissões invisibilizadas na coleta de informações;
  • o destaque dado a um aspecto bastante material da vida dos capitalistas — ou seja, que eles precisam conversar entre si para melhor definir sua ação — mostra que o capitalismo não funciona apenas pela interação entre quantidades de moeda, mas fundamentalmente pela interação entre gente de carne e osso; o artigo de David Finer mostra, adicionalmente, que os capitalistas não são sujeitos abstratos nos textos de antanho, mas gente de carne e osso, cujas rotinas — adiciono — podem e devem ser estudadas se se quer entender melhor como funciona a exploração capitalista do trabalho alheio, e como se poderá atacá-la;
  • os resultados impactantes do tratamento da massa de dados por meio de ferramentas estatísticas e georreferenciadas permite reavaliar a virada linguística nas ciências sociais em contraposição ao empirismo, e demonstrar como a virada linguística literalmente fez daqueles cientistas sociais mais à esquerda simples comentadores escolásticos restritos, no campo empírico, às pequenas amostras populacionais, pouco capazes portanto de empregar as ferramentas mais avançadas das ciências sociais no estudo dos capitalistas.

* * *

Juro que pensei nisso tudo enquanto voltava do barbeiro. Não, não decorei o artigo; fiquei matutando sobre estes três últimos tópicos enquanto aguardava na fila. Fui compondo as linhas gerais enquanto me informava sobre a vida alheia, porque a barbearia tem tudo a ver com este assunto.

Em primeiro lugar, falemos dos taxistas. Não da massa anônima de dados produzida pelas viagens de táxi intermediadas por aplicativos, como empregue por David Finer, mas dos taxistas, dos motoristas, dos trabalhadores que levam gente de lá para cá e de cá para lá.

Taxistas costumam ser trabalhadores independentes que podem, ou não, ser proprietários do veículo e da licença/alvará. É comum por todo o mundo que não contem com planos de aposentadoria, cobertura médica ou representação sindical. A remuneração que recebem está associada à quantidade de viagens realizadas, o que se compensa por meio de jornadas laborais extensas, que ficam entre 10h a 12h diárias em média mas podem chegar a 16h diárias, durante seis ou sete dias da semana. Tudo isto leva a que haja pouco ou nenhum tempo para algum descanso de qualidade, havendo inclusive lugares no mundo onde não há sequer sanitários ou lugares especiais para seu asseio pessoal (ver aqui). Pior ainda, independentemente de serem ou não proprietários do veículo ou do alvará, é o fato de sua posição no trabalho situá-los num “não-lugar” entre o profissional liberal e o assalariado, dilacerando sua percepção acerca desta mesma posição em que estão inseridos (ver aqui).

Mas, sejamos sinceros: quem liga para taxistas? Quem liga para motoristas, em geral?

Veja-se o comportamento quase padronizado dos passageiros de táxis ou de úberes: entrar no veículo; sentar-se em algum dos bancos de passageiros; manter-se em silêncio durante a viagem quase inteira, silêncio rompido apenas para orientações quanto ao trajeto ou algum comentário ritual sobre amenidades (clima, vida de celebridades, falar mal dos políticos em evidência na mídia etc.); pagar pela viagem ao seu final; sair do veículo, às vezes com um “bom dia”, “boa tarde” ou “boa noite” igualmente ritual. Há motoristas que tentam puxar conversa — e passageiros que os acusam de serem “tagarelas” e de “quererem se meter na minha vida”. A interação verbal entre motoristas e passageiros nos táxis e demais veículos particulares de aluguel, quando existe, é mínima, e extremamente ritualizada; pouco ou nada traz de substantivo para qualquer das partes envolvidas, que agem como se cumprissem um dever social de fazer notar a presença alheia mediante um diálogo esvaziado de qualquer outra intenção senão esta demarcação recíproca de lugares sociais. O comportamento apartador é ainda mais radical em transportes coletivos, onde um número muito grande de passageiros age como se o motor e o volante funcionassem automaticamente, e as passagens fossem cobradas por uma máquina. (Ora, vamos, você entendeu. Sim, na bilhetagem eletrônica a cobrança é realmente feita por uma máquina, mas na vasta maioria das cidades onde ela foi implementada o cobrador ainda está ali.)

Há uma característica que se destaca do conjunto apenas no transporte público individual, em especial nos táxis, úberes e correlatos. O ambiente do veículo é pequeno, e há um limite legal de cinco pessoas por veículo: até cinco pessoas estão, portanto, confinadas neste ambiente por um tempo que pode durar desde alguns minutos, para trajetos curtos, até algumas horas, para trajetos mais longos ou quando são capturados por engarrafamentos. Quando há mais de um passageiro, que fazem eles enquanto estão no veículo? Conversam entre si. E fazem-no, via de regra, como se o motorista não existisse. Segredos de alcova, intimidades (sem falar nos chupões, dedadas, mamadas, punhetas e boquetes a rolar soltos nos bancos traseiros de motoristas mais “liberais”, ou mais “discretos”); vitórias ou derrotas em reuniões de negócios; pequenas tragédias familiares; maledicências; segredos profissionais; motoristas testemunham de um tudo, via de regra em silêncio, olhos na pista, boca fechada e ouvidos atentos.

Nisto, assemelham-se aos barbeiros. De tanto “puxar papo” com sua clientela e com tantos outros que passam dias inteiros nas barbearias somente para conversar, os barbeiros viram verdadeiros think tanks das periferias urbanas, capazes de dizer sem rodeios quem foi preso e quem está solto; quem é casado e quem é solteiro (incluindo aí os adúlteros); em que partes do bairro o aluguel está mais barato; onde achar um bom eletricista (ou encanador, ou gesseiro, ou pedreiro etc.); quem matou, quem roubou e quem é inocente…

Diferencia-os, apesar das semelhanças, o fato de o barbeiro ser procurado entre outras coisas para conversar, enquanto o motorista é via de regra condenado a um silêncio atento, como se fosse invisível. Como os lacaios de libré a circular pelos salons do ancien régime, ou os cocheiros seus antecessores, motoristas vão, de espreita em espreita, de conversa em conversa, formando opiniões — as suas e as alheias. Enquanto passageiros taramelam, o motorista a tudo ouve. Guarda. Registra. Compõe um panorama. Liga os pontos. Cria hipóteses. Vai conversando com quem lhes empreste os ouvidos. Refina. Refuta. Adiciona. Modifica. Corrige. Goste ou não, transforma-se num repositório vivo de informações sobre quase tudo na cidade.

Sabe aquele papo clássico do taxista que é “contra esse povo dos direitos humanos”, de que tanto reclamam os paulistanos “meio intelectuais, meio de esquerda”? Pura provocação. O motorista não quer afirmar sua posição somente; quer também saber o que você, passageiro, pensa. Quer provocá-lo a interagir. Mas é claro, interessa mais reforçar a clivagem de classe que separa taxistas e clientes, dá mais pontos junto a um público que se diz de esquerda confrontar os taxistas “reaças” em seus próprios termos, ou ainda, numa postura diametralmente oposta, defendê-los como operários do transporte, paladinos do deslocamento humano. Romantismo estéril de todas as partes.

De tão invisíveis, os motoristas prestam-se à construção de todo tipo de estereótipo. Outras profissões reputadas como “invisíveis” vivem o mesmo problema: faxineiros, diaristas, lavadeiras, recepcionistas, porteiros, engomadeiras, camareiros, garçons e garçonetes, ascensoristas, motoristas, taxistas, úberes etc. Cada qual a seu modo, são igualmente repositórios vivos de informação. São eles, muito antes da possibilidade do agrupamento e análise de massas de dados, as fontes de informação mais privilegiadas sobre o funcionamento mais íntimo da sociedade. Resta saber: quem mobiliza as informações destes verdadeiros cientistas sociais naïf? Para que são usadas? Certamente não o são por anticapitalistas, que ignoram estes trabalhadores tal como o fazem todos os outros. Estão ocupados com outras coisas, com outros problemas.

* * *

Se o artigo de David Finer é meritório por entender as regularidades no deslocamento humano como um indício de atividades igualmente regulares, é ainda mais meritório por entender a rotina das viagens como um entre tantos resíduos materiais dos encontros entre capitalistas. Quer dizer: os capitalistas não são sujeitos teóricos, abstratos, mas gente de carne e osso, que põe para funcionar a exploração do trabalho de outros tantos milhões de pessoas de carne e osso. Suas ações podem e devem ser estudadas ao máximo, em especial pelos anticapitalistas.

Isto deveria ser o óbvio. Há momentos, entretanto, em que o óbvio é tão óbvio que precisa ser reafirmado, reforçado, dito novamente e ainda outra vez, antes que sua obviedade seja posta em questão.

Um exemplo de como estudar capitalistas de carne e osso: o estudo sistemático dos diretores executivos, ou chief executive officers (CEOs). São estudados à exaustão temas como a situação de CEOs aposentados (aqui, aqui); o papel de CEOs nas disputas intrafirma (aqui, aqui, aqui, aqui, aqui); a confusão entre CEOs e acionistas ocorrida quando os CEOs compram ou ganham ações da empresa (aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui); a relação entre os CEOs e o conselho administrativo, ou board of directors (aqui, aqui, aqui, aqui, aqui, aqui); a sempre complicada sucessão de CEOs (aqui, aqui); a divisão sexual de trabalho entre CEOs (aqui) etc. Estudos deste tipo costumam ser estendidos a toda a família de chief officers que se lhe subordina: administrativo (CAO), analista de sistemas (CAO), auditor (CAO), comercial (CCO), financeiro (CFO), operativo (COO), relações com o consumidor (CCO), relações públicas (PRO) etc.

Sim, são acadêmicos e grupos de pesquisa os produtores de conhecimento — por isto mesmo, interessam-se em aperfeiçoar criticamente o capitalismo, não em derrubá-lo. Aqueles acadêmicos que sem sombra de dúvida poderiam contribuir com esta empreitada estão ocupados com outros problemas.

Um exemplo é o que tenho chamado de paradoxo foucaultiano. Não me refiro aos paradoxos na obra do filósofo dândi Michel Foucault — que são muitos, mas ultrapassam os objetivos deste artigo. O paradoxo é outro.

Foucault, como se sabe, era um verdadeiro rato de biblioteca, uma traça de arquivo. Não que sua obra tivesse qualquer consistência historiográfica; sequer a buscava, o que sempre foi sua maior vulnerabilidade. Interessavam-no, não obstante, as obras raras, os livros obscuros, os panfletos esquecidos, os documentos amarelados, os registros corroídos. Tudo, literalmente tudo o que construiu, fê-lo sobre esta base. Discordâncias à parte, seu grande mérito enquanto pesquisador, controversos como sejam os resultados de suas pesquisas, está precisamente num trabalho arquivístico e bibliográfico fenomenal.

Já os foucaultianos, ou seja, os seguidores de Foucault, sequer conseguem decidir-se acerca da aplicabilidade dos modelos foucaultianos a sociedades fora dos limites da Europa ocidental. Contentam-se em ler, reler e tresler os livros de Foucault, em comemorar os mais novos lançamentos editoriais do espólio depauperado pelo seu viúvo, em recontar anedotas como quem recita um xibolé… Negam, com isto, até mesmo o que o próprio Foucault recomendou numa entrevista obscura que li há muitos anos e cito de memória: não se deve transplantar acriticamente o modelo disciplinar para qualquer canto, mas deve-se antes estudar a formação das disciplinas em cada lugar.

Mas não. Mesmo a insistência no empírico por parte deste cripto-heideggeriano que se dizia um “positivista feliz” passa reto pelos seus epígonos nas ciências humanas e nas ciências sociais aplicadas — tantos deles companheiros nossos de tantas lutas. Perdidos em disputas linguísticas e conceituais, separam com fenomenal rigor sua prática política de seus problemas acadêmicos. Estes nossos companheiros na academia estão, também, preocupados com outras coisas, com outros problemas.

* * *

Feita a barba, voltei para casa e vi como já estava atrasado para o compromisso em cuja função me dispus a ir ao barbeiro. Chamei um úber e me preparei para mais uma aula de pesquisa social empírica — porque fui aprendendo, na humildade, a valorizar a experiência de quem lida com gente.

Ilustram este artigo imagens de Red Grooms

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