Flagrantes Delitos

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Flagrantes Delitos

O tempo das cerejas

Um professor de História dava aula sobre a Comuna de Paris. Chegou à porta um grupo de estudantes, pedindo para dar um recado: realizavam a eleição para a gestão do centro acadêmico. Recado dado, a aula prosseguiu normalmente até o fim. Mais tarde, nos corredores e no pátio, o professor passou pelo grupo, onde ouviu um acalorado debate conjuntural: “A chapa de vocês não tem gays. A nossa tem gay, lésbica, bi…” Cabisbaixo, ensimesmado, o professor seguiu seu caminho, sentindo-se mais obsoleto a cada passo enquanto cantava baixinho: “Mais il est bien court le temps des cerises…” Passa Palavra

Antes e depois

Quando trabalhador da educação privada, era um exímio ladrão de materiais e equipamentos de escritório daquela faculdade. Retirava da empresa e abastecia a sede...

Cão que ladra… e morde

Um comediante chinês fez uma piada comparando o Exército chinês com cães vira-latas que gostam de correr atrás de esquilos. A coisa repercutiu nas redes sociais, o homem foi preso e a empresa que o contratou multada em mais de 13 milhões de yuans. Uma usuária reagiu respondendo “por que razão deveria ser silenciado? Os irmãos soldados não são todos uns cães?” e também foi presa. Passa Palavra

Isso não serve para eles

Durante uma aula de Epistemologia numa cidade da região Norte do Brasil, alguns na turma se indignam com as falas do professor contra a...

Métodos

Estava em curso a maior greve estudantil de décadas. Como de costume, discutia-se o que fazer em relação às aulas de pós-graduação. A professora,...

História breve do movimento operário

Que importam, perante as tuas atrocidades, as minhas! Só são erros. João Bernardo

“Seremos resistência”? (13)

Uma ativista da Arábia Saudita — presa, entre outras razões, por defender o direito das mulheres do país de dirigir, não empresas ou governos,...

Racismo

O professor perguntou para uma aluna negra, já por volta dos 50 anos, o que ela pensava sobre racismo. No que ela respondeu: “Não...

Empoderamento

Após palestrar, um importante historiador brasileiro comentava agora rapidamente suas pesquisas recentes sobre a alforria por substituição, quando um escravizado pagava pela sua alforria com outro escravizado que o substituiria no plantel de seu dono. Destacou o enriquecimento relativo que havia, especialmente, por parte de algumas mulheres negras cativas (negras de ganho) que vendiam produtos dentro da comunidade africana de Salvador, desfilando pela cidade cheias de joias pelo corpo. No chat, duas mensagens do público foram postadas quase que de imediato: — Que protagonismo feminino maravilhoso! — gangsta style! Uma terceira pessoa restringiu-se a registrar: — rsrsrsrsrs. Passa Palavra

Segreti

Em Bérgamo, cidade italiana que mais sofreu e aterrorizou o mundo no início da pandemia, uma mulher pede apoio a uma amiga: “Minha filha...

A cidade fantasma

Acostumado a andar pelo bairro e ver praças ocupadas por famílias se exercitando enquanto vigiam suas crianças brincando, Bernardo volta para o Rio de Janeiro decepcionado com esses espaços mal cuidados, pouco ou mal frequentados e as ruas esburacadas. Já nas vias centrais, multiplicaram-se as bikes do Itaú e as Smart Fits. Passa Palavra

Assim se escreve a história

Nasceu em Uman, passou a infância em Odessa. Judeu de raízes russas, odiava os ucranianos profundamente. A família se mudara ao Rio de Janeiro...