Por

O voto de apoio (em 12 de setembro de 2018) do Partido Comunista Português – PCP ao governo fascista de Orbán na Hungria é coerente com o leninismo. O argumento dos eurodeputados do PCP é que a União Europeia não tem autoridade e legitimidade p/impor sanções por crimes contra os direitos humanos e a democracia.

Rosa Luxemburgo dizia que sob o capitalismo não existe “autodeterminação da nação”. Os bolcheviques acabaram trocando o internacionalismo proletário por uma fraseologia nacionalista que só favoreceu a contrarrevolução nos países do Leste Europeu. E é com essa mesma fraseologia que o PCP abandona, objetivamente, a classe trabalhadora da Hungria, de modo análogo ao abandono dos trabalhadores venezuelanos, chineses e norte-coreanos por parte do movimento internacional dos PCs e sua plataforma entrenacionalistas. Sonham com uma “multipolaridade” em que possam, eles mesmos, conduzirem seus Estados, cada um com o máximo respeito pelas suas “vias nacionais de construção do socialismo”.

Não aprenderam nada. Ou não, muitos devem sim ter aprendido e no fundo buscam a exata reprodução daquelas experiências. Devem imaginar que sendo do partido (d’O partido, o guardião d’A teoria revolucionária), desvios e excessos poderão ser corrigidos ou, no limite, não os atingirão.

Quem disser que não se tratou de apoio do PCP ao regime de Orbán mas de precaução quanto à adoção no futuro de sanções contra “governos rebeldes” de esquerda se afunda no mesmo relativismo que vimos por aqui, que aponta a extrema-direita como uma força política como qualquer outra.

1 COMENTÁRIO

DEIXE UMA RESPOSTA

Please enter your comment!
Please enter your name here