Por A Voz Rouca
👩🏽🏫 DIÁRIO DA QUARENTENA #14
💻 Educação nos tempos de corona
RELATO DE UM PROFESSOR DA EMESP (Escola de Música do Estado de São Paulo – Tom Jobim)
Logo que começou o isolamento, fomos dispensados da aula sem muita delonga, alguns professores (como eu) ficaram um tempo em contato com os alunos via internet e acabamos sendo colocados de férias até o final deste mês. Alguns professores continuaram o contato com os alunos por vontade própria e uma parte respeitou a decisão das férias, pois na época pensávamos que em julho iríamos repor presencialmente esse mês perdido. Praticamente certo que as aulas presenciais devem demorar mais para recomeçar, mas creio que em todo o sistema de educação.
Ontem fomos convocados para uma reunião via internet e fomos comunicados do retorno às atividades via internet e de que a escola vai fazer uso da nova lei que permite o corte de horas com o consequente corte dos ganhos salariais durante 3 meses. Seremos contatados individualmente para discutir como vai se desenrolar a atividade de cada um, como se dará o corte e em qual percentual, sempre respeitando a proporção entre corte de salário e de horas trabalhadas. Disseram que o máximo será de 25% dos ganhos. Há de se notar que não haverá corte de alunos, portanto as aulas deverão ser mais curtas.
Esse corte, pelo que sabemos, será reposto pelo governo como diz a lei; e o próprio estabelecimento vai cuidar da burocracia. É de lamentar, mas no íntimo suspeitava-se que alguma mudança aconteceria. Não somos funcionários públicos. Achei triste por um lado, mas prefiro guardar o trabalho que tenho e apertar o cinto. Achei o comportamento da direção super honesto e claro. Sei que, como têm um contrato de gestão negociado com o Estado, iriam em algum momento sofrer uma pressão de corte de custos, como por toda parte.
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(A Voz Rouca irá publicar na sua página relatos de abusos cometidos pelas escolas contra os trabalhadores durante a crise do Coronavírus. Caso você queira compartilhar alguma história, é só nos procurar ).